O cuidar das coisas efémeras...
As essências que de nós emanam, são acaso mais que os dias?
A nossa procura é sempre brincadeira de criança solitária
Colhemos rosas em Setembro, sem qualquer malícia
Visitámos recônditos antros e neles buscámos o sonho
Porém, da ausência se fez presença e do silêncio, brado
Soubemos -por fim- a sabedoria: nossas naus,
ardidas em praia calcinada, olhando para elas
nos acordámos.
I.
Alvejavam já os cortinados, soprados pela brisa; as aves não buliam
Pelas pálpebras dormentes, um frémito perpassou
Depois, voltou a mergulhar em sono profundo
Por dentro do secreto casulo de seda
O sonho desenrolava-se, denso, incompreensível
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II.
Estava deitado, olhando a abóbada celeste
Perto de mastros destroçados e velas rasgadas
Mas, seu olhar não podia ver as estrelas
Nem, tão pouco, seu ouvido podia ouvir
Estas vagas suaves que se enrolam na areia
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III.
Caminheiros das estrelas
Fomos enganados por fogos fátuos
as centelhas do nosso ego
que nos desviavam da rota de vida
Nós estávamos no seio do Universo
A vida veio e abriu-nos os corações
simples momento de iluminação
despidos de morte
só luz e entendimento
da palavra «amor»
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