A realidade «judaica do Antigo Testamento» do povo judeu de Israel atual é tão fictícia como a dos germânicos serem «arianos» e terem sido declarados como «a raça superior» pelo regime de hitleriano. Na verdade, são os palestinianos muito mais próximos geneticamente do povo judeu de há dois mil anos,. Isso não lhes confere um estatuto especial, mas apenas mostra o grotesco e a monstruosidade de basear uma política em dados étnicos ou «rácicos». Toda a política baseada em elementos raciais é uma clara negação dos Direitos Humanos, inscritos na Carta da ONU e em inúmeros documentos oficiais de todos os países (incluindo Israel).
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quinta-feira, 7 de junho de 2018

O EURO FOI UMA BOA OU MÁ IDEIA?

                

O Euro nasceu muito antes de ser decretada a transição das moedas nacionais dos estados-membros. É uma criação de Maastricht, assim como uma série de outras «inovações maravilhosas», de que não parámos - nós, cidadãos europeus - de pagar o preço.

O euro é considerado como um grave problema para as economias depauperadas do Sul da Europa. 
Com efeito, antes do euro, as diferenças de produtividade entre os países do Norte e do Sul eram compensadas por desvalorizações das moedas dos países do Sul, o que repunha a competitividade das suas economias. 
O efeito era uma taxa de inflação superior (não muito) à do Norte e uma escala de salários mais dinâmica que a do Norte. Esta favorecia a economia destes países, pois o mercado interno era (e continua a ser) o principal componente do PIB e é fundamental para alimentar as pequenas empresas. Estas sempre foram o principal componente do tecido produtivo  em Portugal, Espanha, Itália e Grécia.

Agora, o governo italiano vai tentar aquilo que o governo grego não conseguiu: autonomizar-se em relação ao euro, em relação à estrutura da dívida, que sustenta a arquitectura da «moeda única». 
A possibilidade de reestruturação do mercado obrigacionista interno em Itália já está a causar muita irritação nos eurocratas. 
Porém, já em 2011, relativamente a Portugal, preconizei exactamente a mesma medida, a qual teria a vantagem de manter em mãos nacionais uma boa parte da dívida, estancando, do mesmo modo, a sangria de capitais, que iam buscar maior rentabilidade e/ou segurança noutras paragens.

A problemática do euro não pode ser vista desligada das moedas com as quais compete ao nível mundial, em particular o dólar. Se este baixa, o euro sobe e vice-versa. 
Mesmo descontando o efeito dos movimentos especulativos, temos um sistema «oscilante», mas cuja balança fica mais do lado de Wall Street, sempre atenta a tirar partido das fraquezas do euro e da zona euro. 
A especulação  pura é responsável por muita saída de capital do espaço europeu, mas também e sobretudo as taxas praticadas pelos bancos centrais respectivos. 
Enquanto o BCE continua com uma taxa quase nula, a FED (nos EUA) tem vindo a subir a sua taxa de referência. Os bonds (obrigações) do outro lado do Atlântico têm uma remuneração superior e isso alimenta o efluxo constante de capital europeu para os EUA. Enquanto perdurar esta situação no mercado obrigacionista, a Europa vai continuar a perder capitais. 

Mas, logo que o BCE decida aumentar a sua taxa de juro, logo que cancelar o seu programa de compra de activos financeiros dos diversos bancos europeus (Quantitative Easing), os juros das obrigações soberanas vão subir. Toda a estrutura do custo do crédito vai ficar abalada. Isso vai-se repercutir no  mercado imobiliário, em particular, pois é um mercado muito dependente do crédito bancário. 

Não existe meio de acabar com a impressão monetária incondicional («quantitative easing»), sem que haja um efeito na economia: será uma situação análoga do «síndroma de privação» de um heroinómano. O organismo económico europeu habituou-se à sua injecção de capital, tal como o toxicodependente, à sua dose... 


O caminho, para os países do euro saírem da «camisa de sete varas» em que estão metidos, não é único e resultará de uma prova de força da capacidade política e institucional dos diversos intervenientes. 
Neste momento, a capacidade da Alemanha impor o seu diktat está diminuída, não só pela fraqueza do apoio popular a Merkel (progressão do partido soberanista, AfD), como também pelo facto de os Italianos não estarem nas mesmas condições que os gregos em 2012. 
Eles terão, com certeza, aprendido algo com o fiasco do governo de Tsipras, face aos alemães e à Comissão Europeia. Os italianos saberão jogar de outro modo. 

O facto do dirigente da «Lega», que tem uma implantação praticamente apenas nas províncias do Norte («Lega Nord»), ter sido aclamado entusiasticamente, no Sul, pela população diz muito. Ou seja, a rejeição do caminho de submissão à ditadura eurocrática e a insistência na soberania do povo italiano, são um eficaz catalizador de vontades. 


A eurocracia deitou a perder o projecto da União Europeia
Uma boa ideia (uma Europa unida, para além dos seus particularismos nacionais), muito mal executada (imposta desde o centro pelas oligarquias), torna-se uma ideia desacreditada, ao ponto de ficar liquidada durante séculos!

quarta-feira, 30 de maio de 2018

ITÁLIA: GOLPE PRESIDENCIAL, SOB ENCOMENDA DA NATO E UE

Na Itália, nada será jamais como dantes.

                                   Resultado de imagem para Five Star Movement (M5S)

 O governo em formação - resultante da coligação de dois partidos eurocepticos, reunindo larga maioria - tinha um primeiro-ministro escolhido pelos dois partidos (M5S e Lega) e estava praticamente completado. O ministro das finanças indigitado - Paolo Savona - tinha, no passado, mostrado uma posição crítica em relação às políticas da UE. Foi este o pretexto para o presidente da república, Sergio Mattarella, recusar empossar o governo. Um pretexto, pois, na realidade, aquilo que doía mais aos imperialistas e seus lacaios era a independência dos dois partidos constituintes do governo - Lega e M5S. Eles tinham uma posição de repúdio em relação à política de sanções dirigidas contra a Rússia. Ora, estas não poderiam manter-se, caso a Itália se recusasse a apoiar a sua continuidade; elas não poderiam ser mantidas pela UE, pois era requerida unanimidade. 
A política de submissão ao imperialismo dos EUA tem sido tal, que os governos, apesar de saberem que as sanções contra a Rússia não têm qualquer justificação e que dão um prejuízo muito real para as economias dos respectivos países da UE, ainda assim não hesitam em renová-las com medo de causarem uma ruptura ao nível da NATO. 
São governos submissos ao Império, não são sequer governos que representam a vontade popular. Todas as camadas da população estão maioritariamente contra as sanções. 
Isso não sobressai com maior evidência porque a media corporativa está totalmente ao serviço dos interesses belicistas. 
Veja-se a forma como ela relatou a situação rocambolesca de envenenamento (?) dos Skripal, atribuindo «a culpa» automaticamente à Rússia. O mesmo, em relação a um simulacro de «ataque químico» na Síria, fabricado pelos «capacetes brancos», mas que foi pretexto para bombardeamentos com mísseis, por parte dos EUA e da França...  Mas o que a media corporativa já não consegue esconder, é o enorme descontentamento dos empresários alemães e agora dos franceses também

Penso que esta situação italiana é de uma grande perigosidade. 
Os que estavam por detrás da decisão do presidente italiano e o induziram a tomar essa decisão, sabiam o que isso significava: haveria novas eleições e, caso elas decorressem normalmente, haveria uma maioria ainda maior, constituída pelos que rejeitam o controlo da UE sobre a política interna e externa italiana. 
O povo italiano não se irá deixar enganar. Com certeza, compreende que querem retirar-lhe - através de manobras de bastidores - o seu direito de escolha do governo, de acordo com a sua preferência política. 
O mais preocupante é que, se os que arquitectaram este golpe palaciano sabem isto tão bem como nós, então - logicamente -pretendem desestabilizar e fabricar um evento de «falsa bandeira», como pretexto para a subversão completa da democracia parlamentar em Itália.
Não esqueçamos que os eurocratas são capazes de tudo para a manter as aparências duma ficção de «União» Europeia, quando - em boa verdade - se trata de um projecto falido e sem conserto possível.

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INFOGRÁFICO: o peso relativo das economias