As cambalhotas dos poderosos talvez divirtam os mais poderosos que eles; os que lhes subsidiam as campanhas eleitorais e que os têm presos pelos ... pelos cordões da bolsa...
Mas, não me divertem, enjoam-me; são obscenos, são uma desgraça para a humanidade. São semeadores de discórdia, de peste, de miséria e de guerras sem fim...
Assim sendo, como posso eu rir de palhaços tristes, que mandam prender e cortar a língua dos poucos corajosos que se atrevem a dizer as verdades ao poder?
Como é isto possível? Serão os povos assim tão ingénuos, que pensam terem ditado a política que se faz em seu nome, por terem votado nos políticos «que os representam»???
Não compreendo como existe uma parte da humanidade que se satisfaz com a infelicidade dos outros, pensando que esta não lhes virá, nunca, bater à porta.
É um estranho caso de desumanização coletiva, esta indiferença face às tragédias doutros povos, essencialmente iguais a nós, só que tiveram o azar de nascer no local errado. Desumanização... ou não?
- Afinal o que é o «Homem», o ser humano? Existe algo como uma solidariedade em relação à espécie humana, em geral? Ou será que a nossa psique só se emociona com aquilo que toca à nossa família, à nossa tribo, ao nosso círculo?
Sim, existe uma carapaça de indiferença à minha volta, como constato pelas conversas das pessoas e nas notícias da média, em relação ao presente desvario mortífero. Não lhes importa a violência extrema, genocida, se ela é dirigida contra estranhos, contra os outros, os que não são como nós, que não falam a nossa língua, não têm as mesmas crenças, que têm outros costumes, etc.
Não resta nada das belas construções dos «Direitos Humanos», das Declarações solenes da ONU, das Leis e Constituições que proclamavam a igualdade de direitos... Já para não falar de moral (cristã, ou doutra religião), ou da (pseudo)racionalidade dos intelectuais.
Gostaria de poder olhar as sociedades humanas como um cientista, como o entomologista que estuda as térmitas ou outros insetos sociais. Mas como fazê-lo, com animais de aparência humanoíde, que se substituíram às pessoas humanas, que eu amava e que desapareceram?
Eu não imaginava até que ponto estava protegido. Agora, olho o passado, não apenas com a nostalgia natural e banal dos velhos, mas com profunda tristeza e frustração, pois este passado é o «paraíso perdido» em que estive mergulhado, sem o saber.
Se as pessoas que me lêem pensam que estou a verter lágrimas sobre mim próprio, enganam-se. As únicas lágrimas que poderão sair dos meus olhos, são as provocadas pelo ar demasiado poluído ... As outras lágrimas já secaram, definitivamente!
- Não choro sobre mim, nem sobre a humanidade: O que escrevi acima, é para ficar registo sobre o que sinto e penso, para minha própria orientação.
É o despertar dum sonho*: A tomada de consciência de um equívoco. O que realmente existe, não é aquilo que eu imaginara existisse.
Como dizia um velho amigo, já falecido .... «O paraíso, não sei se existe; mas estou certo que existe o inferno: Ele existe aqui mesmo, no nosso planeta!»
(* Nós, quando acordamos de um sonho, ele não se dissipa logo; temos alguns momentos em que tudo parece confuso. Depois, vem ao de cima o conteúdo e o seu significado; dá-se uma tomada de consciência.)
3 comentários:
Para reconstituir um pensamento não envolvido com a visão capitalista, utilitarista e autoritária do Mundo, temos de adoptar um ponto de vista crítico e auto-crítico. É a base para uma verdadeira transformação.
A verdade sobre o sistema:
https://youtu.be/VrnvSjl2FFc?si=sCiYNt2c4wPP-xHZ
Caitlin Johnstone dá-nos uma explicação para a psicose de massas que se instalou em várias partes do «mundo rico»:
If you’ve ever known anybody with a personality disorder that inclines them toward manipulative behavior, you may have noticed that one of the main things they manipulate in people is their sympathy. They do everything they can to draw as much sympathy toward themselves while working to kill off any sympathy that people might have toward their perceived enemies. They’ll sacrifice almost any piece on their psychosocial chessboard in order to control a bit more of the sympathy among the people in their life.
They do this because sympathy is a fundamental primer for narrative control. If you sympathize with someone, you are much more likely believe the things they say and trust their narratives about what’s going on. If you lack sympathy for someone, then anything they say is going to be viewed with much more skepticism.
This is just how humans are wired as a social animal. We’re evolutionarily conditioned to place more trust in people we perceive as belonging to our own tribe than we place in those outside it — those within our group are the ones with whom we sympathize. That’s why for example you’ll see Trump supporters start voicing opinions they’d never held before as soon as Trump and his MAGA pundits take a certain position on a given issue; they sympathize with the source, so they espouse its position on that issue.
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