A IIIª Guerra Mundial tem sido, desde o início, guerra híbrida e assimétrica, com componentes económicas, de subversão, desestabilização e lavagens ao cérebro, além das operações propriamente militares. Este cenário era bem visível, desde a guerra na Síria para derrubar Assad, ou mesmo, antes disso.

quarta-feira, 1 de maio de 2024

LOBO; UM NOBRE E ÚTIL MAMÍFERO SELVAGEM

 

Lobo: Sois a espécie maldita, que mete medo aos humanos. Porém, sois muito melhores que os humanos. Estais  organizados em alcateias, que são sociedades que funcionam na proteção dos fracos, dos idosos. Um membro da alcateia tem sempre aí o seu lugar. As crias são cuidadas e nutridas em comum: Quando, por acidente, uma mãe de crias morre, logo se ativa a lactação noutra loba, até naquela que nunca tenha  procriado: facto de cooperação, de solidariedade real, tangível. 

Os idosos têm a proteção dos jovens. Nas marchas, eles estão sempre no meio, estando os mais potentes e mais fortes nas extremidades da coluna em movimento, onde a possibilidade de ataque é maior. 

Os lobos conseguem manter-se sem comer durante cinco dias e ainda assim, correrem e cercarem uma presa com eficácia. Não contam senão com a sua força, perícia e sentido prático para se alimentarem. Caçam preferencialmente em grupo e repartem o produto da caçada, seguindo uma estrita ordem hierárquica. Mas, ninguém fica de fora. Os lobos atacam preferencialmente presas doentes, com feridas, ou idosas. Esta tática leva a que se apure naturalmente a capacidade da população de presas. Sem a pressão seletiva dos lobos, muitas presas estariam muito mais fracas, sujeitas a doenças, mesmo degenerando. Na realidade, os predadores e as presas experimentam coevolução.

As lendas dos ataques de lobos a rebanhos de ovelhas e outros animais, são realmente muito exageradas. Só se aproximam dos humanos (e dos cães-pastores) se estiverem num extremo de fome. Mas, o que acontece são os ataques por cães vadios, abandonados, que formam matilhas e atacam gado com muita frequência. Não têm as capacidades dos lobos para caçar presas selvagens. Os pastores dizem - falsamente - que o rebanho de ovelhas «foi atacado por lobos», porque assim têm direito a indemnização do Estado. Esta «proteção» do Estado acaba por causar mais mal do que bem. 

Em princípio, os cães abandonados nunca deveriam existir: São animais incapazes de viver em independência total dos humanos. Foram os primeiros a serem domesticados, há mais de 15 mil anos: Isto significa que seus instintos foram sendo suprimidos ou atenuados pela domesticação. Pelo contrário, os lobos conservaram os instintos num grau elevado, enquanto capacidade para a caça. Esta função de caçadores tem sido desempenhada ao longo de eras, permitindo a sobrevivência dos indivíduos e das populações. Logo, o lobo conserva estas suas características muito apuradas: Desde o olfato, até às táticas de caçada em grupo, todas têm estado sujeitas a uma constante pressão de seleção.

Gostava que contassem histórias verdadeiras às crianças, pelas quais estas aprendessem a estimar e respeitar o nobre animal selvagem, dos poucos carnívoros de grande porte que ainda consegue viver em liberdade em certas zonas da Europa, em reservas ou nas partes mais despovoadas. 

Tal como as águias e outras aves de rapina, os lobos estão no cume da pirâmide ecológica, em múltiplas zonas continentais. Sabemos que os animais, no topo dessa pirâmide, exercem o papel fundamental de regulação das populações que são suas presas. Se não houver predadores, as presas multiplicam-se desordenadamente e esgotam, em pouco tempo, os recursos vitais para elas próprias, podendo mesmo  extinguir-se. Não faltam exemplos de tais catástrofes, em que a fauna e flora naturais ficam empobrecidas. Hoje em dia existe compreensão científica dos mecanismos implicados nos equilíbrios ecológicos. 

Mas, existe porém uma espécie (a nossa) que não se conforma e destrói tudo, com demasiada frequência. O comportamento humano mais frequente tem sido de um depredador (destruição cega e brutal): Ele destrói indiscriminadamente, ao ponto de ficarem estéreis os solos, os recursos hídricos e, enfim, o conjunto de condições que permitem a conservação da biodiversidade. O que os humanos fazem é transformar de modo radical e irreversível o ambiente, para o colocar ao seu serviço, no curtíssimo prazo.    

Só desde há alguns decénios, é que os equilíbrios delicados dos ecossistemas são tidos em conta, embora, quase sempre, de modo ainda muito parcial. 


terça-feira, 30 de abril de 2024

Robert Johnson LOVE IN VAIN

 


A simplicidade desta composição de Robert Johnson desafia as épocas e as modas. Tanto ao nível melódico como harmónico e a própria letra, são bastante fortes. Diria até  que impregnam nosso subconsciente com grande facilidade.

Os músicos de blues que retomaram este trecho de autoria de Robert Johnson, são inumeráveis: Aqui, uma versão por Keb' Mo'. 

Porém, no Youtube, também há imensas versões por grupos pop-rock. São bem conhecidas as dos Rolling Stones: Existem várias gravações ao vivo da canção. Também os Faces fizeram uma gravação da mesma canção.


sexta-feira, 26 de abril de 2024

RECUERDOS DE LA ALHAMBRA + REFLEXÃO HISTÓRICA

 
 O grande mestre que foi Andrés Segovia deu o pleno brilho da guitarra espanhola em suas interpretações, elas próprias, monumentos da música.
 Francisco Tarrega pertence ao grupo de grandes compositores para este instrumento, da segunda metade do século XIX e princípios do século vinte. 

                                                    Foto: Andres Segovia

Apogeu e decadência da Civilização Ibérica

Esta peça, muito conhecida, convida-nos a considerar o fausto e o requinte da civilização Islâmica, que se estendeu pela maior parte da Península Ibérica e que durou vários séculos.  
Esta cultura, não só artística, como também científica, permitiu que este espaço ibérico fosse ocasião para o chamado Primeiro Renascimento, que ocorreu em pleno período medieval: Este renascimento corresponde ao período de maior florescimento da cultura árabe na Península Ibérica, em que obras de historiadores, filósofos, matemáticos, etc. da Antiguidade foram estudadas, graças às traduções em língua árabe, feitas a partir de originais gregos, muitos dos quais se tinham perdido. 
Além da herança árabe, a Península foi testemunha do florescimento da cultura judaica. A tradição cristã, muçulmana e judaica, todas as três culturas e religiões, apesar das cruzadas e outras catástrofes que assolaram o mundo medieval, encontraram maneira de não só partilharem os mesmos espaços, como de se fecundarem reciprocamente, dando origem aos dois reinos (Portugal e Castela) mais poderosos da época, enquanto «condensados de cientistas». Os grandes projetos de expansão marítima - tanto de portugueses como de castelhanos - não seriam possíveis sem uma sólida base científica e técnica. 
Os reinos Ibéricos reuniram um escol de cientistas de várias proveniências; físicos, astrónomos, geógrafos, aos quais se somavam homens de grande saber e perícia técnica, nas artes de marejar, na construção naval, na medicina, na botânica, etc. juntamente com um «saber de experiência feito» de mercadores e aventureiros.  
As duas grandes expulsões - dos judeus e dos mouros muçulmanos - foram decretadas pelos reis ibéricos. Os poderes reais queriam deste modo agradar ao alto clero e ao Papa. 
Na realidade, foram desastres porque cortaram estes reinos de boa parte da elite científica e erudita dos mesmos. Foi um empobrecimento cultural brusco, por fanatismo ou por gula de poder. 

As guerras - nessa época - eram supostamente contra os «infiéis» mas - sobretudo - faziam-se com intuitos de conquista territorial e de monopólio das rotas comerciais, tão cobiçadas. 
Assim, os reinos ibéricos, pouco tempo depois do momento de maior expansão (finais do século XV, princípios do século XVI),  sofreram processos brutais de expulsão de parte das suas gentes, que incluíam justamente as elites intelectuais e científicas, que tinham contribuído para essa mesma expansão. Assim se explica que os primeiros sinais de decadência, se tenham manifestado pouco tempo depois do apogeu, com apenas um ou dois decénios de intervalo. 
A cultura, a civilização, ganham com o entrecruzamento de várias tradições; com um espírito de tolerância e respeito pelas heranças culturais doutros povos. É algo que não se pode impor; aliás, aconteceu naturalmente, mesmo no contexto da rivalidade entre a Cristandade e o Islão. Faço notar que o povo judeu, nessa época, desempenhou papeis muito relevantes para os reinados cristãos. Os sábios judeus eram muito respeitados por cristãos e muçulmanos, ao mais alto nível. Mas o fanatismo religioso (neste caso, católico) ameaçou de excomunhão os reis e os reinados que tivessem tolerância para com outras religiões. 
A expulsão ou conversão forçada de judeus e de muçulmanos foi uma terrível tragédia para estes; mas, além disso, esteve na origem da perda de influência, da incapacidade de sustentar os impérios comerciais que tinham sido formados, sobretudo, no Oriente. 
Em suma, as intolerâncias foram causa profunda da decadência que rapidamente se verificou, a todos os níveis: científico, militar, demográfico, económico.. .

terça-feira, 23 de abril de 2024

PORQUE BIDEN APOIA GOVERNO GENOCIDA DE NETANYAHU ?

 



Além das motivações políticas, não esqueçamos que Biden é o perfeito presidente da máfia sionista, pois ele foi escolhido pelos seus muitos «telhados de vidro». Era do conhecimento público (antes das eleições, há 4 anos) o enorme escândalo do seu filho Hunter Biden (psicopata sexual, adicto em drogas), que fazia a compra de influências, nomeadamente, entre altos dignatários do Partido Comunista Chinês, que são simultaneamente grandes acionistas de empresas chinesas e o vice-presidente Biden. O estado senil do seu pai e vice-presidente de Obama, já era conhecido. O facto de ter sido um «falcão», que apoiou entusiasticamente a invasão do Iraque em 2003, idem. Tudo isso, fazia dele o candidato mais fraco possível, mais facilmente manipulável: A AIPAC, a ADL (lobbies judaicos, pró-sionistas), o lobby do armamento e os grandes bancos é que elegeram Biden. 
O poder não reside da Casa Branca, nem no Capitólio: é claro que este reside em conglomerados de interesses, doadores das campanhas multimilionárias e aos quais os candidatos respondem, antes de mais. Por isso, há um divórcio tão grande entre o sentimento da «rua» nos EUA e aquilo que faz a «elite», a «oligarquia». 
Os dirigentes europeus, subservientes, são rápidos a copiar os piores exemplos de corrupção e de cinismo dos colegas americanos. Com a agravante de - na Europa - estarem a «suicidar» os seus países, seus Estados, suas economias, sacrificando os seus povos, só para demonstrar fidelidade ao seu «senhor feudal», os EUA.

segunda-feira, 22 de abril de 2024

OPUS VOL. III, 14. GRITO DOS OPRIMIDOS DA TERRA

 



Quase todos se designam como ambientalistas

Está na moda; mas, quantos estão genuinamente

A lutar pelo ambiente, o que inclui os humanos?



Onde estão os ambientalistas quando se trata

De manifestar contra a guerra

Exigindo paz imediata, salvando vidas

E salvando a ecosfera, impactada

Pelo desastre ecológico das guerras?


Que protesto contra a hipocrisia 

Dos dirigentes que falam contra

Mas enviam armas e munições

A um dos lados, para eternizar

O bom negócio para a indústria

Dos armamentos?


Não lhes importa o ambiente

Nem tão pouco as pessoas

São ecologistas da treta

Que se indignam apenas

Com um dos lados e calam

Críticas a quem lhes paga!


A Terra, essa, não tem 

Quem a defenda

Apenas a regeneração

Natural, no longo prazo

Se os homens entretanto

Não tiverem conseguido

Tudo destruir!




domingo, 21 de abril de 2024

UCRÂNIA ESTÁ A ATINGIR O PONTO DE COLAPSO

 SCOTT RITTER: PERDEMOS O CONTROLO DO MUNDO PORQUE NOS RECUSAMOS A COMPREENDER O QUE SE PASSA


O nível dos chefes ocidentais é tal que, na Rússia e na China, não precisam de fazer grande coisa. A estupidez dos referidos dirigentes ocidentais apenas os enterra cada vez mais: São ridículos, desprezíveis e sobretudo criminosos (pensem em Gaza!).

Scott Ritter diz muitas verdades. Oiçam o que diz a propósito de
Stoltenberg
Scholz
Yellen
...
A estupidez não tem limites!
Zone contenant les pièces jointes

sábado, 20 de abril de 2024

O TRIUNFO DA ESTUPIDEZ

 


Os ocidentais, pelo menos os que detêm mais poder, seja ele económico ou político, são capazes de ficar muito orgulhosos porque «fizeram uma tonelada de dinheiro». É assim que pensam, realmente. Confundem as coisas. Não têm a mínima noção da realidade económica. São capazes de ficar extasiados perante a subida das bolsas e das ações nas quais apostaram, porém, não têm em conta que a divisa na qual essas mesmas são avaliadas (e todos os ativos, geralmente), se deprecia em proporção tão grande como a «valorização» dos seus ativos. 

Nunca na História se acumularam tantos erros estratégicos, pela chamada elite. Os poderosos, nos anos noventa, decidiram que os países pobres, do Terceiro Mundo, eram os locais apropriados para deslocalizar as suas empresas. «Matavam de uma cajadada, dois coelhos»: Obtinham enormes lucros com estas deslocalizações e conseguiam controlar a classe trabalhadora dos próprios países, sujeitando-a à precariedade, ao desemprego, à diminuição do seu nível de vida.  Na realidade, estavam a serrar o ramo sobre o qual se sentavam; numa sociedade capitalista o mercado (dos bens materiais e dos serviços) é que dita o lucro: Se não houver escoamento para a mercadoria, os seus fabricantes podem ter acumulado muita mais-valia (potencial) no processo de produção, isso não produz qualquer lucro líquido, pois no final, eles só podem concretizar a operação pela venda dos tais produtos acabados. Se não há compradores, ou porque o produto proposto não lhes interessa ou porque estão debilitados economicamente e não podem gastar dinheiro em coisas não essenciais, os capitalistas irão, com certeza, para a falência. E assim foi. 

Os produtos elaborados no «Oriente» eram muito mais baratos e mais satisfatórios. Portanto, tinham colocação garantida tanto nos povos do oriente, como do ocidente. A desindustrialização foi um desastre para o capitalismo ocidental, promovido pelo mesmo e resultou num maior crescimento da capacidade produtiva e do poderio económico das economias orientais. 

Outra das belas operações dos ocidentais foi a sua obsessiva venda de ouro, quer estivesse guardado em cofres-fortes de bancos comerciais, ou nos bancos centrais dos diversos Estados. 

Os países recetores foram aqueles com excedentes comerciais crónicos. Foram acumulando ouro, tanto quanto podiam, sabendo que o preço a que lhes era vendido, era um preço de saldo. 

O ouro está agora em mãos fortes. Ele foi cedido  por mãos fracas. Infelizmente, não  apenas as mãos eram fracas, também as cabeças: Com efeito, acreditaram numa espécie de ladainha que «justificava» as vendas massivas do ouro como ele sendo «a pet rock» («uma rocha de estimação»). 

Mas o ouro é dinheiro verdadeiro, há mais de 5000 anos, que não sobe nem desce, pelo contrário são as divisas fiat que sobem e descem constantemente. Se assim não fosse, não haveria nenhuma lógica para os bancos centrais de todo o Mundo acumularem este metal especial. 

Agora, vê-se que quem possui o ouro, possui o poder. O mais extraordinário, é que a classe possidente no Ocidente se convenceu das suas próprias falácias, acreditou na sua própria propaganda. 

Nunca se viu um grau tão grande de autoderrota. Não tenho pena das classes possidentes ocidentais, tenho compaixão pelas pessoas trabalhadoras, exploradas, enganadas, espoliadas dentro desse tal «jardim do Paraíso» do Ocidente (como diz Josep Borrell). 

Afinal eles, trabalhadores dos países ocidentais, devem sentir-se ainda mais infelizes, perante os milhões de pessoas que deixaram de ser pobres e que ascenderam ao nível de «classe média» no Oriente, enquanto elas, no Ocidente, desciam para o inferno da pobreza.

Não vale a pena, sequer, esgrimir argumentos com os falsos «especialistas» ou «economistas da treta», que enxameiam os nossos media corporativos: Se uma pessoa quer olhar os factos por si mesmos, sem se distrair pelas argumentações sofísticas, tem de concordar comigo: 

- Nos finais do século XX e nos princípios deste século, a classe dominante dos nossos países ocidentais, possuída de vertigem do poder e da sua invencibilidade, provocou a sua própria queda.