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domingo, 3 de julho de 2022

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

WARREN BUFFET, BERNIE SANDERS E O «MARXISMO CULTURAL»

warren buffett


Nos EUA, os adeptos de um sector do Partido Democrata, que se pode classificar como neoliberal, odeiam Bernie Sanders, acima de tudo, porque este tem a 'ousadia' de introduzir a componente de classe nas suas análises.

Ora, embora a análise de classes não seja absoluta, serve como ferramenta sociológica, não apenas a marxistas estritos, como a social-democratas (caso de Bernie Sanders), socialistas anti-autoritários e mesmo a bilionários, como Warren Buffet. 
Este muito bem sucedido homem de negócios, afirmou, realista e cinicamente: «Claro que há uma guerra de classes em curso, e nós (os ricos) estamos a ganhá-la»
O fundo que ele gere, Berkshire Hathaway, possui a maior fatia das acções da Apple, com uma percentagem de 5,4%,correspondente a $72 biliões.

A chamada esquerda neo-liberal (existe também no lado de cá do Atlântico) tem como característica principal andar sempre em «combates», que são absolutamente divisionistas (ditos fracturantes). Seu resultado é colocar explorados contra explorados. 

- Como é isso possível? 
A política identitária afirma que as pessoas são como um puzzle de identidades, socialmente construídas, sujeitas a opressões. Daí derivam as correspondentes lutas de emancipação. 

São exemplos notórios os feminismos «mais radicais», mas de facto, os mais burgueses, pois fazem dos homens, em geral, os inimigos do género feminino. Da mesma maneira, os identitários estimulam os racismos anti-brancos, acirrando a guerra racial. São defensores dum ponto de vista agressivo em relação ao que a sociedade deve tolerar, com o pretexto de não «discriminar» homossexuais, transsexuais e outros. 

Tudo isso se conjuga numa série de «frentes» mono-temáticas, absolutamente inócuas, com o efeito de aliviar (numa altura de crise aguda do capital) a classe detentora do poder. Do mesmo modo, estão dificultando as contestações eficazes e certeiras, que ponham em xeque o capitalismo, ou que - pelo menos - o coloquem na defensiva. 

É esta militância, essencialmente da «esquerda» neoliberal, que tem o ódio como impulsionador e é financiada por certas fundações, como a de George Soros. Estes neoliberais fazem tudo para difamar e ridicularizar o discurso e análises de Bernie Sanders e seus adeptos. 

Jordan Peterson (o psicólogo) decidiu cunhar o termo «marxismo cultural», para caracterizar comportamentos dessa esquerda neoliberal. 
Algumas pessoas começaram a usar essa expressão. Mas é evidente que o termo é um contra-senso, pois essa esquerda é anti-classista, portanto também anti-marxista. 
Dizer isto, não significa que se esteja de acordo com a atitude dogmática de reduzir tudo à luta de classes, de analisar tudo sob o prisma das classes. 

De qualquer maneira, muitos dos que se dizem de esquerda, passam o seu tempo a difamar-se uns aos outros, enquanto a direita - que também tem clivagens ideológicas profundas - sabe cerrar fileiras, quando necessário. Por isso, ela ganha eleitoralmente. Atrai eleitores de todas as classes, incluindo os que mais têm a perder com as políticas da direita, pró-elite e anti-trabalhadores!

Talvez Warren Buffet estivesse a pensar justamente nesta atitude de auto-derrota da esquerda, quando proferiu a célebre frase acima citada.

domingo, 30 de dezembro de 2018

QUANDO O EFÉMERO É JULGADO PERMANENTE

Nesta crónica de final de 2018, gostava de veicular aos meus leitores um pouco da minha estranheza, que se desenvolve a par de uma experiência de vida.

Há muito tempo que venho seguindo os mercados para eu próprio estar prevenido e saber como «tirar as castanhas do lume» a tempo. Embora não tenha uma instrução académica nas ciências económicas, tenho muita facilidade em compreender os seus mecanismos, pois estou preparado em termos conceptuais a pensar o funcionamento de sistemas complexos na biologia. Nesta, não apenas estudamos os mecanismos ao nível dos indivíduos, com as suas complexidades intrínsecas, como também as populações e os ecossistemas, sem a compreensão dos quais a vida dum qualquer organismo será  totalmente indecifrável. 
A analogia sistémica é particularmente apropriada aos sistemas sociais, construídos pela sociedade humana, desde que não se caia numa atitude redutora, ou seja, numa falsificação ideológica da biologia evolutiva, que aliás é comum nos comentaristas de meia-tigela. 
Não somos ingénuos, nem queremos convencer ninguém a adoptar as nossas teorias!

O sistema económico é eminentemente caótico, sendo isso uma característica independente do regime económico e político que vigore: 
- a Teoria do Caos estabelece que a complexidade de certos sistemas desencadeia respostas cujas determinações são imprevisíveis, pelo que estão sempre a surgir «cisnes negros» (na definição inteligente de Nassim Taleb). 
As pessoas têm o espírito feito de tal maneira que, seja por aprendizagem, seja por inclinação natural, procuram sempre «leis», «regularidades», daí que as suas visões sejam de continuidade a 100% (o preconceito da normalidade: O AMANHÃ SERÁ COMO HOJE, PORQUE HOJE FOI COMO ONTEM...).
Em situações de instabilidade maior, essa «certeza» efémera cai por terra; as pessoas entram em pânico, julgam chegado o fim do mundo, aquilo que afinal se resume à reestruturação dos capitais, uma nova distribuição das cartas e das fichas num jogo. 
Nem num caso, nem noutro, estão correctas: nem ao tomarem o efémero como medida segura das coisas, nem em vaticinar o fim do mundo, aquando dos grandes abalos, das grandes sacudidelas.

Hoje em dia, ao contrário de há vários anos atrás, os analistas de todas as tendências parecem estar de acordo em que 2019 vai ser um ano em que o potencial tectónico da dívida monstruosa vai finalmente exprimir-se através de uma crise, que se arrisca a ser maior e mais duradoira do que todas as outras que vivemos em nossas vidas. 
Isto significa que terá de ser - pelo menos - tão grande como a de 1929 (praticamente ninguém hoje ainda vivo, era adulto aquando daquela crise). 
De facto, existem muitos factos objectivos que apontam para tal. 
Muitas pessoas amigas gostariam que isso significasse o fim do capitalismo e o alvorecer de uma outra era, chame-se a tal novo modo de produção socialismo ou outro nome qualquer. 
Porém, uma previsão arrisco fazer: infelizmente para mim - e para os outros também, creio eu - o advento dum pós-capitalismo onde reinasse mais igualdade está completamente posto de lado, pois não existe uma força «subjectiva» que empurre as pessoas para formas igualitárias de organizar a produção e distribuição da mesma. 
Tal não era o caso nos inícios do século XX, em que existia esperança num mundo regido pelo lema «de cada um segundo suas capacidades, para cada um segundo as suas necessidades». 
As pessoas foram - no capitalismo globalizado -  transformadas em consumidoras ou produtoras passivas, intercambiáveis,  contabilizáveis: reduzidas a meras mercadorias (= o conceito de alienação na sua plenitude). 
No bicentenário de Marx, o único conceito teórico do marxismo que eu reconheço guardar actualidade, é o conceito de alienação. Todos os outros estão profundamente caducos, simplesmente porque a sociedade evoluiu e as suas visões eram adequadas e apropriadas a um determinado estádio de evolução do capitalismo. Quanto ao «materialismo dialéctico» e o «materialismo histórico», nem vale a pena falar, pois são completas fabricações ideológicas, muito ao gosto cientista do século XIX. 
Na minha forma de ver as relações entre os factos, a experiência e as teorias... aqueles vêm primeiro, as teorias vêm depois: estas devem ser construídas sobre um certo número de factos, pré-existentes à sua construção. 
Se determinada teoria não tem na devida conta TODOS os factos conhecidos, à data da sua elaboração, será irremediavelmente falsa à nascença. 
Mas, mesmo uma teoria que tenha em devida conta todos os factos relevantes pode - no futuro - revelar-se falsa ou caduca. Isso, aliás, acontece constantemente nas ciências ditas «duras» (a física, a química, a biologia...). 
Mas, por que razão é que  - nas ciências ditas «moles» (psicologia, sociologia, economia...) - existe tanta teoria defeituosa, que apenas reflecte a visão ideológica do autor e nada mais? 

A minha resposta é que...
(a) nós temos uma enorme atracção (intuitiva?) por «leis», por regularidades, por algo que nos permita tornar inteligível a realidade caótica que nos rodeia.  
(b) enquanto nas ciências duras é possível desenvolver dispositivos experimentais credíveis, ou seja, em que uma ou poucas variáveis sejam feitas variar, mantendo as restantes constantes...nos sistemas que têm como palco a sociedade humana, isso é impossível; apenas podemos fazer abstracções que servem mais ou menos a nossa ânsia da tal regularidade. 

A exemplificar isso, cabe aqui um parêntesis sobre o conceito de «mercado livre»: os fundadores da teoria económica liberal, Adam Smith, David Ricardo, e outros, viam neste conceito uma figura do espírito, uma propriedade da sociedade ideal, que eles sabiam perfeitamente não existir. 
Porém, os seus sucessores trataram de transformar esta vista do espírito, esta «experiência teórica», num «facto». Agora, são capazes de dissertar horas a fio sobre a «liberdade» do mercado. Fazem-no, creio,  mais como mantra, que os identifica com uma dada corrente. O mesmo se passa noutros sectores, só que com outros conceitos, incluindo obviamente sectores anti-capitalistas de várias conotações. 
Nesta época, paradoxalmente, é pouco apreciada a liberdade de espírito, a independência de juízo: Aquilo que permite reconhecer que um pensador, com o qual discordamos em muitos aspectos, acertou em cheio num dado ponto... Era esta atitude muito mais frequente, quando a difusão do pensamento era feita ao passo pachorrento dos cavalos atrelados a uma diligência e não à velocidade da luz, como agora! 


Estou convencido que as leituras de autores clássicos, em História, Filosofia ou na Literatura de ficção, no Romance, possam trazer imenso prazer a leitores do século XXI, caso estes se debrucem sobre as tais obras exactamente como sendo (e são, na verdade!) minas de ouro de sabedoria e de reflexão acumuladas.
O «capital de saber» é imaterial e não está dependente linearmente da disponibilidade económica de cada um. 
Saibamos usar os aspectos positivos da era da Internet, das comunicações globais instantâneas, o que implica também usar filtros que permitam descartar a «palha», sem perdermos os bons frutos.

BOM ANO DE 2019!