Porque razão os bancos centrais asiáticos estão a comprar toneladas de ouro? - Não é ouro em si mesmo que lhes importa neste momento, mas é a forma mais expedita de se livrarem de US dollars!!
- Conta com uma elevada probabilidade de adoeceres com cancro, diabetes, obesidade...
- Conta com a destruição sistemática de floresta tropical para obtenção de pastos ou para plantações (milho ou soja) destinadas a rações para alimentar o gado, a carne no teu hamburger.
- Conta com todos os subprodutos de plástico, desde copos, talheres, barquetes, etc. correntemente usados pela indústria «fast-food» e que acabam a contaminar os oceanos ou são incinerados. Neste último caso, vai contaminar a atmosfera com moléculas cancerígenas.
- Conta com a destruição de milhares de pequenas empresas familiares, cafés e restaurantes, que forneciam refeições na zona onde se vão implantar estes fast food.
- Conta com o desaparecimento da qualidade de vida, do convívio natural que se organiza em torno de uma refeição familiar ou de amigos.
- Conta com a perda de autonomia das pessoas, incapazes de cozinhar, de confeccionar uma refeição simples para elas próprias e os seus, a partir de matérias primas não processadas adquiridas numa loja ou supermercado...
«Como é que o capitalismo despedaça as nossas vidas».
Gostava que, não apenas os profissionais de saúde, mas todas as pessoas, ouvissem a Dra Harriet Fraad e reflectissem sobre as experiências numerosas que apoiam as suas posições.
O factor importante da solidão, do isolamento, de não estar incluído numa verdadeira comunidade, é posto em relevo. Os não valores do capitalismo, são justamente apontados, fazendo com que os pais se alheiem da educação dos filhos; mesmo os pais que têm meios, criam filhos com imensos problemas.
A questão difícil é como fazer uma prevenção destas questões, em que consumo de drogas, obesidade, marginalização social, desemprego, criminalização da pobreza, etc. estão todas relacionadas, numa teia.
Mas não devemos cair na conclusão de não há nada a fazer.
A própria conferencista aponta o exemplo de comunidades de auto-ajuda, cuja mais antiga é os Alcoólicos Anónimos.
Penso que devemos compreender que um sistema classista - em que o lucro é o motor de todas as actividades - vai inviabilizar a institucionalização doutro sistema no seu interior, em que a solidariedade é o princípio fundamental.
A destruição da sociedade e das pessoas individuais faz parte do capitalismo; não é uma disfunção, é fundamental no seu modo operatório .
Penso que se deve fazer uma crítica radical da medicina corporativa: ela construiu um tecnopoder (ou biopoder) destinado a perpetuar-se, consumindo sempre mais recursos, apenas possível porque se exerce em países afluentes, onde existem fundos acumulados, quer por indivíduos, quer pelos sistemas do «welfare state» no sentido lato, os seguros de saúde, o Serviço Nacional de Saúde, etc.
Os protagonistas da política, imbuídos das falsidades do capitalismo, pensam que, havendo mais subsídios, mais dinheiro disponível para equipar e melhorar as unidades de saúde, haverá uma melhoria automática da saúde geral da população.
O resultado global é que se verifica nas últimas décadas um aumento de esperança de vida nos países afluentes, mas não um aumento de anos com saúde ou com qualidade mínima.
Porém, a sociedade de consumo é patogénica, em si mesma, pelos mecanismos enunciados pela Dra Harriet e também pelo facto de desprezar uma real educação para a saúde dos cidadãos.
Seria perfeitamente possível promover e prevenir. Bastava que nos anos ensino obrigatório e nos media fossem postos em relevo os meios e estratégias de que dispomos para prevenir a maior parte das doenças.
Com efeito, sabemos que pequenos gestos triviais podem manter a saúde em todas as etapas da vida:
- caminhar todos os dias cerca de quarenta minutos, pelo menos.
- cozinhar refeições equilibradas e saborosas.
- evitar alimentos processados industrialmente.
- dormir as horas necessárias e num horário regular.
A sociedade capitalista é patogénica e isso significa que torna muito mais fácil fazer exactamente o contrário dos comportamentos acima apontados.
Uma cultura de autonomia e - em simultâneo - de integração dentro da comunidade são importantes hoje para preservar e cuidar da saúde. Mas, além disso, serão importantes na emergência doutro paradigma, dum socialismo vindo de baixo.