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segunda-feira, 22 de março de 2021

[PIXINGUINHA] «NAQUELE TEMPO»

                                     
                                  https://www.youtube.com/watch?v=AwryEdYhYGg

Já anteriormente referi e transpus música de Pixinguinha, o genial compositor, flautista e orquestrador, que deu ao Choro as suas características inconfundíveis. 
Vários outros compositores e interpretes têm feito do Choro um género instrumental rico, diversificado.
Os seus conjuntos especializados nesta música também se designam de «choros»: Têm, por regra, sopros (flauta, saxofone, clarineta), cordas dedilhadas (violão, bandolim) e percussões. 

Abaixo, transcrevo a nota que acompanha o vídeo do Youtube. Este texto permite-nos ter uma ideia da importância de Pixinguinha na música brasileira: 

«Alfredo da Rocha Vianna Jr. (1897 - 1973), o Pixinguinha, é o pai da música brasileira. Normalmente reconhecido "apenas" por ser um flautista virtuoso e um compositor genial, costuma-se desprezar seu lado de maestro e arranjador. Pixinguinha criou o que hoje são as bases da música brasileira. Misturou a então incipiente música de Ernesto Nazareh , Chiquinha Gonzaga e dos primeiros chorões com ritmos africanos, estilos europeus e a música negra americana, fazendo surgir um estilo genuinamente brasileiro. Arranjou os principais sucessos da então chamada época de ouro da música popular brasileira, orquestrando de marchas de Carnaval a choros. Foi o primeiro maestro-arranjador contratado por uma gravadora no Brasil. Era um músico profissional quando boa parte dos mais importantes músicos eram amadores (os principais chorões eram funcionários públicos e faziam música nos horários de lazer). Pixinguinha foi antes de tudo um pesquisador de música, sempre inovando e inserindo novos elementos na música brasileira. Foi muitas vezes incompreendido, e apenas anos mais tarde passavam a dar o devido valor a suas invenções. 
Em 1922 tem uma experiência que transforma significativamente sua música. Um milionário patrocina a viagem de Pixinguinha e de seu grupo «Os 8 Batutas» para uma tournée europeia. A temporada em Paris que deveria ser de um mês dura seis, tendo que ser interrompida devido a compromissos já assumidos no Brasil. Na Europa, Pixinguinha trava contacto com a moderna música europeia e com o jazz americano, então moda em Paris. Pixinguinha foi um menino prodígio, tocava cavaquinho com 12 anos. Aos 13 passava ao bombardino e à flauta. Até hoje é reconhecido como o melhor flautista da história da música brasileira. Mais velho trocaria a flauta pelo saxofone, pois não tinha mais a firmeza e embocadura necessárias. Aos dezassete anos grava suas primeiras instrumentações, vindo no ano seguinte gravar suas primeiras composições, nada menos que as pérolas Rosa e Sofres Porque Queres. 
Pixinguinha faria 100 anos no ano que vem (1997). Estão sendo planeadas grandes comemorações pela cidade do Rio de Janeiro. Desde já têm sido realizadas diversas apresentações públicas de grupos tocando sua obra. Discos estão sendo lançados e relançados. A cidade vai ferver homenageando o Maestro Pixinguinha.»
 










domingo, 5 de janeiro de 2020

CHIQUINHA GONZAGA - COMPOSITORA BRASILEIRA (1847-1935)

            


Hércules Gomes traz-nos uma famosa obra de compositora imprescindível da cultura lusófona e latina:    Chiquinha Gonzaga (Rio de Janeiro17 de outubro de 1847 — Rio de Janeiro28 de fevereiro de 1935).
As suas músicas fizeram sonhar nossas bisavós e bisavôs, em torno de 1900, para quem o Brasil era a «Terra Prometida», muito mais que a «América»  (... ou seja, os EUA). O público português estava bem ao corrente da vida na «alta sociedade» brasileira, das suas intrigas e paixões, que alimentavam a crónica dos jornais, de lá e de cá. 
Acredito que nos salões de festas de Portugal também se ouviam tais composições, ao som das quais se dançava alegremente, misturando valsas com chorinhos, tangos com lundus e maxixes com polcas!

sábado, 30 de novembro de 2019

«CHOROS» DE ERNESTO NAZARETH E ZEQUINHA DE ABREU

Continuo a aprofundar o meu contacto e conhecimento da música latino-americana, em particular, brasileira. 
Aqui, dois nomes essenciais, que inspiraram gerações de músicos, Ernesto Nazareth e Zequinha de Abreu: do primeiro, o choro-tango «Odeon» interpretado no cravo por Rosana Lanzelotte (*) e o segundo, o celebérrimo «Tico-tico no Fubá» ao piano, por João Tavares Filho.

  




[...]
Nazareth e Chiquinha Gonzaga criaram as primeiras composições que firmaram o choro como género musical com características próprias, além de formar a primeira geração de “pianeiros” cuja obra resistiu ao tempo e ajudou a constituir o que se conhece hoje como “piano brasileiro”.
A partir da década de 30, impulsionado pelo rádio e pelo investimento das gravadoras de disco, o choro torna-se sucesso nacional. Uma nova geração de chorões organizou-se em conjuntos chamados regionais e introduziu a percussão nas composições. Nos anos seguintes, surgiram vários músicos, como Canhoto, Altamiro Carrilho, Jacó do Bandolim, Valdir Azevedo, Nelson Cavaquinho e Pixinguinha, entre outros (a data de nascimento de Pixinguinha, 23 de Abril, é assinalada como o Dia Nacional do Choro). No piano, os grandes nomes da época foram o pianeiro e compositor carioca Sinhô e Zequinha de Abreu, autor de “Tico-Tico no Fubá” e “Sururu na Cidade”.
O choro, carinhosamente chamado de chorinho, teve seus elementos musicais característicos explorados por inúmeros compositores, como Villa-Lobos, Francisco Mignone, Osvaldo Lacerda e Camargo Guarnieri, para citar alguns. Entre os nomes mais recentes que se dedicaram ao gênero estão Radamés Gnattali, Cyro Pereira, Edmundo Villani Cortes e o pianista Hercules Gomes, grande divulgador do estilo atualmente.

(*) Aprecia esta versão de Baden Powell:
https://www.youtube.com/watch?v=GsieDkg2vPE