Uma lição clara e concisa!
Peter Schiff é o CEO duma empresa de investimento «Euro Pacific Capital». Ele começa pela análise da subida muito enérgica do ouro. Ele recua no tempo até à decisão de Nixon de 1971, de retirar o dólar da indexação ao ouro (35 USD /onça de ouro) fazendo com que o sistema de Bretton Woods ficasse sem base. Antes da decisão de Nixon, era possível trocar (ao nível dos bancos centrais) os dólares - que estes detivessem em excesso nas suas reservas - por ouro àquela taxa.
A inflação que ocorreu nos anos 70 e até Paul Volker (o presidente da FED durante a presidência de Ronald Reagan) nos início dos anos 80, fez com que o ouro subisse de 35 dólares a mais de 800 dólares a onça, em menos de uma década.
Seguiu-se um período em que a inflação foi severamente reprimida, com imenso custo social. Neste período, o ouro iniciou uma longa fase de descida que atingiu seu mínimo por volta do ano 2000. Após esta fase, a subida do ouro - muito lenta, primeiro e rápida depois - culminou com a cotação de cerca de 1900 dólares / onça (em 2011).
No entanto, os bancos centrais ocidentais, em conjunção com os grandes bancos que negoceiam no mercado do ouro, têm-se coligado para suprimir a subida do ouro, pois iria mostrar a rapidez da desvalorização das divisas, a começar pelo dólar, a divisa de reserva desde Bretton Woods (1944).
Mas, eles não têm escolha, senão deixar o ouro subir substancialmente, mas ainda assim, muito abaixo do valor que corresponderia à relação ouro /divisas.
Com efeito, o ouro total teoricamente disponível nos cofres dos bancos centrais, dos bancos comerciais, de particulares, etc., se correspondesse ao total de divisas «fiat» em circulação, ao nível mundial, segundo os cálculos de especialistas, teria um preço de cerca de 10 mil a 20 mil dólares por onça. É preciso notar que o poder aquisitivo das divisas (a começar pelo dólar) tem diminuído exponencialmente, sendo de cerca de 2-3% DO PODER AQUISITIVO, na primeira ou na segunda década do século XX.
A inflação é uma coisa má; Peter Schiff explica porquê. Ele recorda que Warren Buffett está consciente que esse imposto escondido - que é a inflação - vai afectar os seus investimentos, razão pela qual decidiu vender acções de empresas tecnológicas e investir substancialmente nas melhores empresas mineiras de ouro.
Ele explica porque razão o mundo está a ficar inundado em «dinheiro falso», ou seja, o aumento desproporcionado da massa monetária em relação à economia produtiva. O efeito é, necessariamente, uma espiral da inflação. Não admira, portanto, que o ouro tenha ultrapassado recentemente a cotação máxima de 1900 dólares/onça, atingindo cotações que se aproximam de 2000 dólares /onça.
Defende que o ouro voltará - num certo momento - a ser o garante do valor das diversas divisas. Diz que está a verificar-se o início dessa viragem, o que se pode observar pelo sentimento cada vez mais favorável em relação ao ouro. Nos últimos dois anos, verificou-se uma procura - cada vez maior- deste metal precioso, nos mercados. O ouro é um garante contra a perda de valor dos activos, num contexto de aumento da inflação. Esta, deve-se à impressão monetária dos bancos centrais. Todos os analistas dos mercados estão seguros de que ela vai acelerar. Com efeito, Jerome Powell, o presidente da FED, prometeu de que irá permitir que a inflação suba, para além do objectivo (anterior) de 2%.
NB: O vídeo de Lynette Zang é um bom complemento para aprofundar este tema.