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domingo, 21 de abril de 2019

MESSE À L'USAGE DES PAROISSES, FRANÇOIS COUPERIN

                                   https://www.youtube.com/watch?v=P0-5e8qNzYk&t=2073s

Na riquíssima produção de música para tecla, há um pequeno número de obras que se têm mantido, ao longo do tempo, como exemplos duma época, duma estética e, mesmo, de referência para o público amante de música antiga. 
Entre este número limitado de obras, figuram as duas missas para órgão:  A missa para as paróquias  (que ouvimos aqui, interpretada por Michel Chapuis no órgão histórico de Saint Maximin, de 1772) e a missa para os conventosAmbas foram editadas num livro de órgão, em 1690, tinha então François Couperin 22 anos, apenas. 

François Couperin pertenceu a uma família de distintos músicos, dos quais seu tio Louis Couperin, cravista e organista, foi o mais célebre; também ele terá sido importante na formação de François, o futuro cravista titular da orquestra de câmara real de Luis XIV.
A influência do seu estilo exerceu-se nos contemporâneos a vários níveis. Para além da popularidade das «ordres» ou suites recolhidas nas «Pièces de Clavecin», destaca-se a importante obra pedagógica «L'Art de Toucher le Clavecin»: ensina como tanger de maneira graciosa, com os ornamentos adequados, o cravo. Este instrumento era o mais comum, nas casas aristocráticas ou burguesas, da época. 
Penso que a cristalização dum barroco tipicamente francês se deu com François Couperin, embora vários outros músicos franceses  da época, tenham produzido obras notáveis.

A sua música de órgão, embora se limite à recolha de 1690, tem uma qualidade excepcional. Esta pode ser considerada uma obra prima, apesar da juventude do seu compositor. 
Com efeito, o conjunto das duas missas para órgão, constitui uma síntese dos traços fundamentais da escola de órgão francesa do século XVII. 
Estas missas para órgão de François Couperin podem ser a porta de entrada para descobrirmos a enorme riqueza da escola francesa de órgão.