domingo, 2 de fevereiro de 2025

Nº7 Espectrografias: ALAN WATTS, Nós enquanto organismo

 





COMENTÁRIO DE MANUEL BANET.


 É importante, hoje mais do que nunca, conhecer Alan Watts: O filósofo e o homem, os seus ensinamentos e a coerência das suas escolhas de vida. Mas, além disso, foi um dos mais lúcidos espíritos e um brilhante comunicador. Os seus ensinamentos são muito actuais, passados mais de 50 anos!

O audio acima deve ter sido gravado aquando uma de suas múltiplas conferências, nos anos 60  e 70.

O fenómeno da adição aos telemóveis e redes sociais agravou ainda mais o condicionamento brutal a que são sujeitos todos os indivíduos, mas com especial violência, crianças e jovens. 
A necessidade de se estar «conectado», a ausência de interacção significativa presencial com os nossos pares, a monotonia e ausência de perspectivas de vida... tudo isso contribui para um enorme empobrecimento da experiência com o Mundo, com a sociedade, de que todas as crianças e jovens precisam. 
O mundo dos smartphones é um mundo falso, que se torna um doença obsessiva, muito facilmente. As redes sociais são um ersatz dos verdadeiros contactos sociais, em relação à verdadeira sociabilização de que crianças e jovens necessitam  para se desenvolverem, para formarem a sua personalidade, para construírem a sua identidade e relação com os outros.
A questão da irradiação a que estamos todos sujeitos (e mais ainda os utilizadores compulsivos de smartphones), tem sido ocultada como real problema de saúde pública, conforme o interesse das companhias gigantes de produção destes gadgets e as redes de distribuição de sinal para os mesmos. Mais uma vez, verifica-se o princípio de que o «poluidor nunca é pagador» e não é verdade que seja aplicada a regra de «poluidor - pagador»: pois se assim fosse, ou não haveria mais a tal fonte de poluição, ou haveria uma soma exorbitante de indemnizações, que inviabilizaria a rentabilidade do negócio. 
Mas, pior ainda que a poluição electromagnética, é a poluição mental decorrente do fenómeno de adição às redes sociais, a necessidade compulsiva de conversar («chat») em todo lugar e a toda a hora, com amigos, namorados, colegas, etc. 
As pessoas-zombies são incapazes de um comportamento humano e civilizado; nem sequer conseguem utilizar a sua «droga electrónica» com moderação e discrição, onde quer que estejam. Parecem incapazes de viver sem esses pequenos objectos que levam para todo o lado. 
Assim, de forma  bastante estranha, cumpre-se a profecia de Aldous Huxley do célebre romance «Admirável Mundo Novo», em que as pessoas estavam completamente amestradas, tomando uma «sôma» ou seja, uma droga que lhes dava a fictícia sensação de felicidade. Os senhores do mundo apenas tinham de fornecer-lhes esta droga, para terem  totalidade da sociedade sujeitando-se à  escravidão.

Algumas intervenções de ALAN WATTS:


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