quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

REFLEXÃO: O DESPERTAR DUM SONHO

As cambalhotas dos poderosos talvez divirtam os mais poderosos que eles; os que lhes subsidiam as campanhas eleitorais e que os têm presos pelos ... pelos cordões da bolsa...

Mas, não me divertem, enjoam-me; são obscenos, são uma desgraça para a humanidade. São semeadores de discórdia, de peste, de miséria e de guerras sem fim...

Assim sendo, como posso eu rir de palhaços tristes, que mandam prender e cortar a língua dos poucos corajosos que se atrevem a dizer as verdades ao poder?

Como é isto possível? Serão os povos assim tão ingénuos, que pensam terem ditado a política que se faz em seu nome, por terem votado nos políticos «que os representam»???

Não compreendo como existe uma parte da humanidade que se satisfaz com a infelicidade dos outros, pensando que esta não lhes virá, nunca, bater à porta.

É um estranho caso de desumanização coletiva, esta indiferença face às tragédias doutros povos, essencialmente iguais a nós, só que tiveram o azar de nascer no local errado. Desumanização... ou não?

- Afinal o que é o «Homem», o ser humano? Existe algo como uma solidariedade em relação à espécie humana, em geral? Ou será que a nossa psique só se emociona com aquilo que toca à nossa família, à nossa tribo, ao nosso círculo?

Sim, existe uma carapaça de indiferença à minha volta, como constato pelas conversas das pessoas e nas notícias da média, em relação ao presente desvario mortífero. Não lhes importa a violência extrema, genocida, se ela é dirigida contra estranhos, contra os outros, os que não são como nós, que não falam a nossa língua, não têm as mesmas crenças, que têm outros costumes, etc.

Não resta nada das belas construções dos «Direitos Humanos», das Declarações solenes da ONU, das Leis e Constituições que proclamavam a igualdade de direitos... Já para não falar de moral (cristã, ou doutra religião), ou da (pseudo)racionalidade dos intelectuais.



Gostaria de poder olhar as sociedades humanas como um cientista, como o entomologista que estuda as térmitas ou outros insetos sociais. Mas como fazê-lo, com animais de aparência humanoíde, que se substituíram às pessoas humanas, que eu amava e que desapareceram?

Eu não imaginava até que ponto estava protegido. Agora, olho o passado, não apenas com a nostalgia natural e banal dos velhos, mas com profunda tristeza e frustração, pois este passado é o «paraíso perdido» em que estive mergulhado, sem o saber.

Se as pessoas que me lêem pensam que estou a verter lágrimas sobre mim próprio, enganam-se. As únicas lágrimas que poderão sair dos meus olhos, são as provocadas pelo ar demasiado poluído ... As outras lágrimas já secaram, definitivamente!

- Não choro sobre mim, nem sobre a humanidade: O que escrevi acima, é para ficar registo sobre o que sinto e penso, para minha própria orientação.

É o despertar dum sonho*: A tomada de consciência de um equívoco. O que realmente existe, não é aquilo que eu imaginara existisse.

Como dizia um velho amigo, já falecido .... «O paraíso, não sei se existe; mas estou certo que existe o inferno: Ele existe aqui mesmo, no nosso planeta!»

(* Nós, quando acordamos de um sonho, ele não se dissipa logo; temos alguns momentos em que tudo parece confuso. Depois, vem ao de cima o conteúdo e o seu significado; dá-se uma tomada de consciência.)

2 comentários:

Manuel Baptista disse...

Para reconstituir um pensamento não envolvido com a visão capitalista, utilitarista e autoritária do Mundo, temos de adoptar um ponto de vista crítico e auto-crítico. É a base para uma verdadeira transformação.

Manuel Baptista disse...

A verdade sobre o sistema:
https://youtu.be/VrnvSjl2FFc?si=sCiYNt2c4wPP-xHZ