A realidade «judaica do Antigo Testamento» do povo judeu de Israel atual é tão fictícia como a dos germânicos serem «arianos» e terem sido declarados como «a raça superior» pelo regime de hitleriano. Na verdade, são os palestinianos muito mais próximos geneticamente do povo judeu de há dois mil anos,. Isso não lhes confere um estatuto especial, mas apenas mostra o grotesco e a monstruosidade de basear uma política em dados étnicos ou «rácicos». Toda a política baseada em elementos raciais é uma clara negação dos Direitos Humanos, inscritos na Carta da ONU e em inúmeros documentos oficiais de todos os países (incluindo Israel).

sábado, 3 de junho de 2023

Charlot, por todo o tempo que o Homem for capaz de contar [poema por Maximiano Gonçalves]

 

Charlot,

por todo o tempo

que o Homem for capaz de contar

 

“ Não queremos odiar,

Não queremos o desprezo de uns pelos outros”.

O teu discurso ouvi-o até me entranhar.

Ficou meu.

E se não sei dizê-lo como tu,

Posso ouvi-lo por ti gravado

E lê-lo, está em papel publicado.

É meu, é de todos os que o percebem,

E também dos que o desentendem,

Todos o precisam,

Os que vivem e hão-de viver,

Enquanto houver Mundos

Capazes de nos acolher.   

 

Meu Charlot de calças lassas,

Artista maior do século que viveste,

Para ficares por todo o tempo

Que o Homem for capaz de contar !

Crente absoluto no Homem !

 

“ Vamos lutar por um mundo de razão,

Um mundo onde a ciência e o progresso

Dêem a todos a felicidade”,

Disseste-nos em “O Grande Ditador”,

Quando o Nazi-Fascismo

Começava brutal guerra total,

A pregar ódio novo e vária dor.

Assim soubeste, assim denunciaste,

E ninguém, capaz de ouvir e ver “O Grande Ditador”,

Ia esquecer o teu modo de o fazer.

Se o pensámos morto ou dominado,

Aí está ele, a falar de novo, o Nazi-Fascismo,

Por vozes diferentes das anteriores, tonitruantes.  

Agora, as disponíveis são de outros timbres,

Conforme o local, os ouvintes e demais farsantes,

De doutrina não autoras (pois já está escrita).

De novo,

“Em nome da democracia, unamo-nos todos”.

Como pediste, meu Charlot eterno,

O rosto explícito,

A palavra dita ou sugerida,

Os gestos justos, as calças lassas,

O chapéu a saudar todos e cada um,

Por o Mundo ser de todos e de cada um.


(MaximianoGonçalves)

 

 

 

 

1 comentário:

Manuel Baptista disse...

A notícia seguinte, mostra a «banalidade do mal» e esta banalidade é tornada possível pela indiferença. É a indiferença que permite que o mal continue a exercer-se sobre vítimas inocentes como o rapazinho de dois anos... Leia o artigo:
https://www.unz.com/pgiraldi/israeli-soldiers-shoot-dead -palestinian-two-year-old/