domingo, 10 de julho de 2022

[MOON OF ALAMBAMA] AS ILUSÕES DO OCIDENTE EM RELAÇÃO À UCRÂNIA*

[ *Título Original: 'Drinking The Kool-Aid' On The War In Ukraine

https://www.moonofalabama.org/2022/07/drinking-the-kool-aid-on-the-war-in-ukraine.html#more ]

O autor do blog Moon Of Alambama argumenta contra um analista, Pat Lang , que diz:

«Nunca deixo o patriotismo ou outro sentimento obscurecer a minha análise. A Rússia passou o seu ponto de culminação da sua ofensiva e está sujeita a uma súbita inversão da fortuna.

O ponto culminante é um termo de estratégia militar no livro  "Sobre a Guerra" por Carl von Clausewitz. Nascido em 1780, Clausewitz serviu no exército prussiano. Posteriormente, juntou-se ao exército russo imperial, na guerra contra Napoleão, antes de regressar como Chefe-de-estado-maior da Prússia. Mesmo hoje, «Sobre a Guerra» continua a ser de leitura obrigatória, em muitas academias militares.



[...]

À medida que a batalha ou ofensiva se desenvolvem, a relação de forças (respetivamente, do atacante e do atacado) inicial de 3 para 1, vai encolher primeiro até 2 para 1, depois até 1 para 1, ou mesmo menos. Chega-se a um ponto em que o atacante tem só o mínimo de forças capazes de manter o outro lado em situação defensiva. Para além disto, ultrapassa-se o ponto culminante do ataque. Se a batalha ou a guerra não terminarem antes que tenha sido alcançado esse ponto, é verosímil que se dê a derrota do atacante.

Pat Lang advoga que a Rússia teria alcançado esse ponto culminante e portanto teria ficado com suas forças exaustas e já não possuía as vantagens da ofensiva, pelo que estaria a ponto de ver sua fortuna reverter. Mas, isto presume que estejamos a ver uma guerra típica, como aquelas em que Clausewitz participou, ou como as marchas de Napoleão ou de Hitler em direção a Moscovo, a primeira das quais, representada por  Charles Minard (abaixo),  estava certamente no pensamento de Clausewitz.


                    
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A Grande Armée de Napoleão realmente sofreu uma atrição de 450000, até 10000 homens, o que obviamente excedeu o ponto culminante.

Mas a guerra na Ucrânia é uma «operação militar especial» e muito atípica, por variadas razões. 


[artigo completo e integral no link seguinte:]

https://www.moonofalabama.org/2022/07/drinking-the-kool-aid-on-the-war-in-ukraine.html#more


2 comentários:

Manuel Baptista disse...

Ao contrário da guerra no terreno, com homens, equipamento, etc., a guerra psicológica (a propaganda) não possui limites, pode portanto ser despejada sobre a cabeça dos povos aliados e inimigos, com abundância. Porém, embora não exista «ponto culminante», ou seja ponto a partir do qual a guerra de propaganda se torna contraproducente, existe um efeito semelhante, mas diferente, o da exaustão.
Se ouvirmos sempre as mesmas histórias, ou histórias muito parecidas, que depois acabam por ser negadas pelos factos no terreno, a propaganda fica diminuída pois, mesmo os mais ingénuos, começam a duvidar da sua veracidade.
Há um efeito de atrição: Isto significa que os resultados psicológicos nas massas deixam de ser proporcionais à intensidade do «tiro de artilharia mediática» utilizada. Será necessário cada vez maior quantidade para se obter uma igual eficácia na população. Mas, quando a propaganda maciça excede o verosímil, então ela autodestrói-se.

Manuel Baptista disse...

Se quiser ter acesso a uma crónica quotidiana da guerra, o mais honesta e objetiva que eu encontro até hoje, consulte:
https://www.youtube.com/watch?v=0xXRNNkx6zc