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terça-feira, 1 de junho de 2021

PONTO DE VIRAGEM (DENTRO E FORA)

 Atingimos o ponto de viragem ...

Estamos lá, não há dúvida; se existem ainda muitas pessoas que acreditam que se irá voltar ao «antes», isso não significa que a razão e o bom senso estejam do seu lado. A realidade - aliás - irá fazer-lhes mudar de opinião. 

O problema não está em «uma maioria» ter consciência de qualquer coisa. A maioria não é a fonte de sabedoria, nem de cientificidade. 

Sócrates, o filósofo, sozinho perante os que representavam o povo, preferiu tomar o veneno mortal, a cicuta, a ter de conceder que estava a «depravar» a juventude. Bastava ter dito que sim, teria a vida salva, mas estaria condenado a viver na vergonha.

Na ciência, temos o exemplo de  Galileu que disse - correndo o risco da fogueira - «e pur si muove» («e no entanto move-se»). Referia-se aos movimentos de rotação e translação da Terra.

Na história, são inúmeros os casos em que a mentira acaba por ser desmascarada. Os bandidos, os corruptos, os genocidas e os seus cúmplices, são quem irá perder, de um modo ou de outro, para que nasça, ou renasça, uma nova civilização. 

As pessoas sábias, com experiência de vida, têm de dizer, ensinar, explicar, dar a conhecer aos outros, especialmente, aos jovens: não devem esconder, não devem calar-se, com medo. O pior é a ignorância espalhar-se, como uma sombra, sobre os povos.  

Goethe dizia que «até os deuses lutam em vão contra a estupidez humana». Ele tinha razão, mas um humano é capaz de iluminar outros humanos. Pode mostrar os erros que eles próprios acreditaram ser «verdade», mas que afinal, não eram mais do que um conjunto de crendices.

Não tenham medo! Tudo é examinável, tudo é questionável! Todas as verdades são suscetíveis de ser analisadas, de ser postas à prova...

A pessoas jovens têm agora a oportunidade de se organizar, fora do capitalismo degradado, perverso, corrupto e corruptor, para construir uma nova sociedade. Não só isto é possível, como é urgente que se (auto)organizem para a construir, sem esperar por uma mítica revolução. A haver uma «revolução», ela deverá ter lugar no interior de cada pessoa; modificando o modo como cada um se relaciona com o próximo.