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sexta-feira, 17 de julho de 2020

COMO VAI SER O EMPREGO EM PORTUGAL?








            Abandoned Hotel Front Facade - Kozzi

Qualquer emprego é considerado essencial por aquele cuja subsistência depende dele.

É esta realidade que é sistematicamente omitida dos discursos, notícias, estatísticas oficiais. Assim, pensam eles ocultar a sua responsabilidade da crise económica profundíssima, sobretudo no chamado Ocidente, com a medida inédita do «lockdown», um fecho indiscriminado de todas as actividades e consequente perda de subsistência para trabalhadores assalariados, independentes, ou pequenos empresários.


Estamos a começar agora a ver a extensão dos efeitos nefastos da onda de loucura suicida em termos económicos, a pretexto do COVID. 
Os empregos de muitos milhares de trabalhadores em Portugal não voltarão nunca mais. Constata-se a impossibilidade de recuperar pequenos comércios, restauração e outras actividades, mais directamente relacionadas com turismo e serviço directo ao cliente. Neste contexto, apenas grandes superfícies, ou organizações que estendem os seus tentáculos em cadeias de distribuição e de serviço, são beneficiadas. 
As entregas ao domicílio multiplicaram-se nas grandes cidades e sua periferia, mas estes empregos são ultra-precários e quando se voltar a uma nova «normalidade» (seja ela qual for) há grandes probabilidades de mesmo estes empregos se evaporarem...
Empregados de mesa, empregados de hotéis e outras empresas turísticas, pessoas servindo os clientes directamente em todos os comércios, são os mais atingidos pela onda de falências, ou despedimentos, ou «lay-off». 
Quando a poeira assentar, irá verificar-se que os empregos mais «intelectuais», que permitem um tele-trabalho a partir de casa, foram muitas vezes preservados. Todos não são iguais perante a desgraça do desemprego. Alguns, ficaram sem nada, caso dos trabalhadores independentes, que perderam qualquer possibilidade de voltar a exercer o seu trabalho. Lembro que existe muito emprego a montante (fornecedores de bens e serviços) ou colateral, das actividades turísticas directas.  
Como neste país (Portugal) não se fazem estatísticas credíveis, apenas possuo o dado de que na vizinha Espanha, antes do COVID, o turismo correspondia a cerca de 35% dos postos de trabalho. É o país mais turístico da Europa, mas Portugal não deve andar longe, em termos percentuais, porque o crescimento deste sector, foi exponencial nos anos mais recentes.
O que seria mais elucidativo, mas só dentro dalguns meses poderemos saber: a comparação entre empregos conservados e empregos perdidos, em cada sub-sector da economia, para cada país da UE. Isso é fornecido pelo Euro-Stat, embora com atraso. Provavelmente, os números vão apontar para um disparar do desemprego nos sectores de Turismo, Restauração, Hotelaria, Comércio de Retalho e actividades Recreativas e Culturais. 
Muito do que ficou destruído não voltará mais. Muitos trabalhadores terão de aceitar empregos mais mal pagos, mais precários e com piores condições, em geral. 
Os pequenos patrões também não ficarão favorecidos, pois não têm quase nunca capacidade para aguentar perdas durante meses a fio, sobretudo nos  melhores meses para o seu negócio. 
Muitos comércios e negócios ficam «feridos de morte», ou seja, virão a morrer um ano ou dois mais tarde, pela crise, não causada pelo COVID como propalam, mas pelo lockdown, ou confinamento forçado (prisão domiciliária). 
Certos bancos irão prosperar, os maiores ao nível da UE, pois irão distribuir o «maná» vindo do BCE (Banco Central Europeu). Esse «maná» é falso dinheiro, que não corresponde a qualquer acréscimo de riqueza, sob forma de produtos ou serviços: é, portanto, causador de inflação. Por outro lado, neste contexto de marasmo da economia real, o risco de hiper-inflação torna-se mais nítido. 
A assimetria de riqueza vai acentuar-se brutalmente, vai também ser diferente em termos de tipo de emprego. 
Relativamente protegidos estarão, por agora, os trabalhadores do Estado (incluindo Autarquias), das empresas públicas, das empresas privadas com forte participação pública. Menos protegidos, estarão os empregos de grandes cadeias de supermercados, as grandes empresas produtoras e transformadoras de produtos que não tenham que ver exclusivamente ou sobretudo com o turismo. Os mais afectados serão trabalhadores por «conta própria» e contratados a prazo, no sector da restauração, hotelaria e similares, mas também na construção civil (com a paragem de muitas obras...) e pequenos comércios em que uma parte dos clientes eram turistas. 
O sector turístico-hoteleiro, morreu. O Algarve e as zonas turísticas do litoral Atlântico, assim como a Madeira, vão/estão a sofrer uma crise de desemprego terrível. Não haverá possibilidade de actividade para muitos milhares destes despedidos, nos outros sectores da economia. A emigração também não parece muito factível pois, os países tradicionalmente acolhendo emigrantes portugueses, também já estão com elevado desemprego e marasmo económico.
A decisão política de fechar a economia é largamente responsável pelo que se está a passar (e ainda «a procissão não saiu do adro!). O poder e media corporativa querem atribuir ao COVID tudo o que há de mau no presente e no futuro. Eles mentem*! 

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*Só uma amostra das mentiras: têm descrito a política de não-lockdown da Suécia como uma «catástrofe», mas vejam a realidade dos números mais recentes, reportados por milhão de habitantes: sendo os números suecos estatisticamente semelhantes aos dos países com lockdown, isto quer dizer que o lockdown foi ineficaz em termos de prevenção e NEFASTO em termos económicos.
(retirado de https://mises.org/power-market/medias-jihad-against-swedens-no-lockdown-policy-ignores-key-facts )

Sweden's total deaths per million in population as of July 14 is 549. That's considerably lower than the deaths per million rate in the UK, which is 662, and in Spain, which is 608. In Belgium, the death rate is 884.
Moreover, the Sweden deaths per million is many times better than the rates found in New Jersey and New York: 1,763 and 1,669.