Porque razão os bancos centrais asiáticos estão a comprar toneladas de ouro? - Não é ouro em si mesmo que lhes importa neste momento, mas é a forma mais expedita de se livrarem de US dollars!!
Mostrar mensagens com a etiqueta instintos. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta instintos. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 4 de abril de 2022

COMO NÃO CAIR NAS ARMADILHAS DAS NARRATIVAS DOS OUTROS?


Dizem que nós somos muito mais bem informados do que as gerações anteriores. Na realidade, apenas temos facilidade de acesso a certas informações, na ponta dos dedos, sobre um teclado de computador ou «smartphone».

A informação está condicionada nos diferentes níveis, a começar pela possibilidade de pesquisa, até à nossa capacidade discriminativa, ou de sabermos avaliar a sua relevância para o assunto que nos interessa. Poucas pessoas têm consciência da sua própria autoilusão. Ela leva-nos a reforçar informações vindas do campo que é o nosso, ou com o qual temos maior afinidade.

Seria fastidioso enumerar aqui, por que razões considero que a liberdade de informação é tão central para a liberdade individual e coletiva. Sem ela, a capacidade de interpretar o real e, portanto, de agir sobre ele de uma forma ou de outra, está vedada na prática.

Agitação não é ação. Esta última, pode estar confinada, pode não se dar a conhecer abertamente. Pode ser uma influência. Quanto à agitação, é apenas «folklore» político, o qual é um instrumento de uns e outros na contenda pelo poder. Por isso, a «liberdade» de fazer manifestações e outras formas consentidas de protestar, é apenas uma ilusão que os poderosos «concedem» às massas.

O problema é sempre - essencialmente - o mesmo: quem controla quem. As pessoas que se julgam capazes de decisões esclarecidas, estão quase sempre iludidas. Não existe real decisão esclarecida, autonomia, posicionamento adulto sobre quaisquer assuntos, sem um acesso à informação não filtrada, que possa ser veiculada pelos mais diversos emissores. Sobretudo, é fundamental ter-se acesso a várias grelhas de leitura, produzidas por vários pensadores, diversos protagonistas, por pessoas que têm algo a dizer, porque tiveram experiência e refletiram sobre a mesma.

Não há nada disso. Há «sound bytes» que são produzidos pelos que estão «mais próximos dos microfones mediáticos» e que, muitas vezes, são quem os controla, de uma forma ou doutra. Chegámos a um ponto, no chamado «Ocidente» EM QUE É MELHOR PARA A SANIDADE MENTAL, não ser exposto à informação mediática e a boa parte da «alternativa», porque se trata somente de condicionamento.

Algumas vezes, tento imaginar como será a visão do mundo dum animal doméstico, um cão ou um gato. São capazes de interpretar corretamente uma série de posturas, vozes, atitudes, mensagens corporais, especialmente dos seus donos. A sua capacidade de conhecimento verdadeiro prova que é possível conhecer sem ser ATRAVÉS DE DISCURSO, DE NARRATIVA, DA LINGUAGEM «RACIONAL».

Sinto como um «handycap», não poder realmente descolar do aspeto discursivo, que me fornece informação sobre o mundo e sobre mim-próprio (até sobre os meus sentimentos íntimos) mas, ao mesmo tempo, espalha uma espécie de nevoeiro, de miragem causada pela ambiguidade intrínseca dos discursos. Demasiadas vezes nos esquecemos de que existe uma impossibilidade de fazer corresponder, de forma linear, a descrição de algo com a coisa descrita.

O nosso cérebro deve estar treinado, desde muito cedo, a operar a transição do «mundo verbal» para o «mundo dos objetos» e vice-versa. 
Talvez, no futuro, a grande chave para a educação resida nisto: Compreender os mecanismos da linguagem humana. Isto tem de incluir o saber-se como os vários veículos de mensagem (os media) distorcem, subtilmente, de várias maneiras, os conteúdos e as suas conotações.

PS1: Veja como a media ocidental tem estado a fazer mera propaganda, na guerra da Ucrânia, denunciado por jornalista holandesa independente, que se encontra no Donbass.