Vem este título a propósito do mantra «Vêm aí os russos», dum establishment inseguro, acossado,
desmascarado por sucessivas revelações de whistleblowers.
O artigo de Gregory Clark no «Japan Times» coloca as coisas
no seu devido pé, relatando as suas experiências de diplomata, em ambos os
lados da então «Cortina de Ferro».
Parece-me que as pessoas com inteligência e sensatez, em
qualquer parte do mundo chamado «Ocidental» ou seja, sob a órbita dos USA,
estão a ser submersas por uma onda de «opinadores» que apenas opinam mas não
demonstram, apresentam opiniões como se fossem factos, reforçam medos e
rancores ancestrais, enfim são instrumentos de propaganda. Mas como lutar
contra isso? Será possível fazer programas nas escolas para que as crianças e
adolescentes não se deixem seduzir pelas diversas propagandas? Será possível,
mas só num tipo de ensino cooperativo, não pilotado por qualquer poder central.
A mesma questão se coloca em relação a meios de comunicação de massa: será
possível que as redacções tenham uma ética de responsabilidade e não
amplifiquem os boatos e os desmascarem, mesmo quando são oriundos do poder?
A onda de histeria tem sido insuflada por ONGs e grupos
militantes discretamente subsidiados por pessoas como George Soros, os Rothchild, os Rockfeller, os quais tentam
fazer avançar a sua agenda de uma Ordem Nova Mundial (NWO New World Order).
Vendo que seus planos estão a ser postos em causa, pelo que chamam de
«populismo», apressam-se a demonizá-lo por todos os meios. Porém, com isso
estão tecendo a corda que os irá enforcar a todos.
Os analistas e jornalistas com um mínimo de sensatez e bom senso,
nos mais diversos pontos do globo são menos do que os que se entusiasmam e
pretendem entusiasmar o público com a hipérbole, o catastrofismo, a retórica
oca. No universo das «notícias», a maior parte das mesmas é apenas lixo
informativo, servido para saciar o público sempre ávido de «uma olhadela
através do buraco da fechadura». É assim que vejo a imprensa de escândalos, de
boatos envolvendo celebridades…
Este lixo informativo é eficaz, como mostra a indiferença
com que foram recebidas as revelações de Wikileaks, sobre as actividades ilegais da CIA («Vault 7»): não têm um efeito imediato de indignação e repúdio,
junto da opinião pública.
Estas revelações mostram até que ponto todas as pessoas, em
todo o mundo, incluindo dentro dos EUA, estão a ser alvo de espionagem
permanente e têm fragilidades embutidas no seu hardware e software que tornam
os seus computadores, iphones, televisores, em instrumentos de vigilância contra eles
próprios.
Igualmente, demonstra a enorme manipulação da informação por uma parte
do «Estado Profundo». Agora, fica claro que foi a partir de dentro do próprio
aparelho de segurança dos EUA que foi fabricada a suposta piratagem das
eleições americanas «pelos russos».
Ninguém conhecedor das informações tornadas
públicas pode ter dúvidas quanto à enorme ampliação do «Estado de vigilância
global» que atingiu o seu paroxismo durante a presidência Obama.
Mas a ignorância, o preconceito, o enviesamento são
persistentes; tanto mais persistentes quanto as pessoas são «levadas ao curral»
pelo medo.
Este medo é constantemente insuflado e mantido, sempre que
necessário, com ataques de falsa bandeira, montando operações supostamente atribuídas
a «terroristas», mas - na realidade- originadas e insufladas por serviços
secretos, por polícias, por instrumentos ao serviço do poder.