Manuel Banet, ele próprio

Reflexão pessoal, com ênfase na criação e crítica

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terça-feira, 3 de setembro de 2019

Amazónia: os incendiários gritam «há fogo!»


Manlio Dinucci – A Arte da Guerra
 
               


Para ver os incêndios em todo o planeta, via satélite, clicar em https://firms.modaps.eosdis.nasa.gov/map/#z:3;c:0.0,0.0;d:2019-09-01..2019-09-02

Perante a propagação dos incêndios na Amazónia, a Cimeira do G7 mudou a sua agenda para ‘enfrentar a emergência’. Os Sete – França, Alemanha, Grã-Bretanha, Itália, Japão, Canadá e Estados Unidos – assumiram, juntamente com a União Europeia, o papel de Corpo de Bombeiros planetário.
O Presidente Macron, como bombeiro chefe, lançou o alarme “a nossa casa está a arder”. O Presidente Trump prometeu o máximo empenho dos EUA no trabalho de extinção.
Os holofotes da comunicação mediática concentram-se nos incêndios no Brasil, deixando todo o resto na sombra. Primeiro de tudo, o facto de que está a ser destruída não só a floresta amazónica (dois terços da área são do Brasil), reduzida quase 10 mil km2 por ano em 2010-2015, mas também a floresta tropical da África equatorial e a floresta meridional e oriental da Ásia. As florestas tropicais perderam, em média, a cada ano, uma área equivalente à área total do Piemonte, Lombardia e Veneto.
Embora as condições sejam diferentes de área para área, a causa fundamental é a mesma: a exploração intensiva e destrutiva dos recursos naturais para obter o máximo lucro.
Na Amazónia, abatem-se árvores para obter madeira valiosa destinada à exportação. A floresta residual é queimada para usar essas áreas para culturas e agricultura intensiva também destinadas à exportação. Esses terrenos muito frágeis, uma vez degradados, são abandonados e, portanto, são desarborizadas novas áreas. O mesmo método destrutivo é adoptado, provocando graves danos ambientais, para explorar os depósitos amazónicos de ouro, diamantes, bauxite, zinco, manganês, ferro, petróleo e carvão. Também contribui para a destruição da floresta amazónica, a construção de enormes bacias hidroeléctricas, destinadas a fornecer energia para as actividades industriais.
A exploração intensiva e destrutiva da Amazónia é praticada por empresas brasileiras, fundamentalmente controladas – por meio de participações, mecanismos financeiros e redes comerciais – pelos principais grupos multinacionais e financeiros do G7 e de outros países.
Ø Por exemplo, a JBS, proprietária de 35 fábricas de processamento de carne no Brasil, onde 80 mil bovinos são abatidos por dia, possui filiais importantes nos EUA, Canadá e Austrália e é amplamente controlada através de parcelas de dívida dos credores: JP Morgan (EUA), Barclays (GB) e os grupos financeiros da Volkswagen e da Daimler (Alemanha).
Ø A Marfrig, em segundo lugar depois da JBS, pertence 93% a investidores americanos, franceses, italianos e outros investidores europeus e norte-americanos.
Ø A Noruega, que hoje ameaça retaliação económica contra o Brasil pela destruição da Amazónia, provoca na mesma Amazónia, graves danos ambientais e sanitários através do seu grupo multinacional Hydro (metade do qual é propriedade do Estado norueguês), que explora as jazidas de bauxite para a produção de alumínio, tanto que foi colocado sob investigação no Brasil.
Os governos do G7 e outros, que hoje criticam formalmente o Presidente brasileiro Bolsonaro, para limpar a consciência perante a reacção do público, são os mesmos que favoreceram a sua ascensão ao poder, para que as suas multinacionais e os seus grupos financeiros tivessem as mãos ainda mais livres, na exploração da Amazónia.
A ser atacadas estão, sobretudo, as comunidades indígenas, em cujos territórios se concentram as actividades de desflorestação ilegal. Sob os olhos de Tereza Cristina, Ministra da Agricultura de Bolsonaro, cuja família de latifundiários tem uma longa história de ocupação fraudulenta e violenta, das terras das comunidades indígenas.


il manifesto, 3 de Setembro de 2019

Manlio Dinucci Geógrafo e geopolitólogo. Livros mais recentes: Laboratorio di geografia, Zanichelli 2014 ; Diario di viaggio, Zanichelli 2017 ; L’arte della guerra / Annali della strategia Usa/Nato 1990-2016, Zambon 2016, Guerra Nucleare. Il Giorno Prima 2017;Diario di guerra Asterios Editores2018; Premio internazionale per l’analisi geostrategica assegnato il 7 giugno 2019 dal Club dei giornalisti del Messico, A.C.

Tradutora: Maria Luísa de Vasconcellos
Posted by Manuel Baptista at 3.9.19 Sem comentários:
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Labels: agronegócio, Amazónia, Bolsonaro, Brasil, floresta tropical-equatorial, G7, incêndios, latifúndio, Manlio Dinucci

sexta-feira, 30 de agosto de 2019

GLENN GREENWALD SOBRE AMAZÓNIA, CORRUPÇÃO E INGERÊNCIA DOS EUA

Se ainda não visualizou este vídeo, não perca!
Pode acompanhar a entrevista lendo as legendas (em inglês) para facilitar a compreensão:


Posted by Manuel Baptista at 30.8.19 Sem comentários:
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Labels: Amazónia, Bolsonaro, Brasil, EUA, Glenn Greenwald, Lula

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

BRASIL: INTERFERÊNCIA DA CIA / DESFORRA DA EXTREMA-DIREITA

Bolsonaro foi cedo identificado pela CIA como o candidato a apoiar. 

http://www.brasilwire.com/the-cia-finger-in-brasils-elections/

Um dos métodos utilizados pela CIA consistiu em campanhas de difamação nas redes sociais, usando «thralls» que espalhavam calúnias - quanto mais sórdidas, melhor - sobre candidatos do PT.

https://www.investigaction.net/fr/les-empreintes-digitales-de-la-cia-sont-sur-lelection-au-bresil/?utm_source=phplist459&utm_medium=email&utm_content=HTML&utm_campaign=GEAB+by+LEAP+%3A+retour+sur+nos+anticipations+r%C3%A9ussies.+Focus+Br%C3%A9sil

Bolsonaro é um defensor da ditadura brasileira, instaurada em 1964 e que durou mais de duas décadas. Durante este período houve desaparecimentos, assassinatos, torturas, prisão de muitos brasileiros. 

http://www.leparisien.fr/international/bresil-qui-est-jair-bolsonaro-le-candidat-donne-favori-de-la-presidentielle-07-10-2018-7913454.php?utm_source=phplist459&utm_medium=email&utm_content=HTML&utm_campaign=GEAB+by+LEAP+%3A+retour+sur+nos+anticipations+r%C3%A9ussies.+Focus+Br%C3%A9sil

Mas como é que um indivíduo assim se tornou o candidato preferido do eleitorado?
A sua promessa demagógica de acabar com a delinquência, a criminalidade associada às drogas, que têm apoquentado todos grupos sociais, teve um eco numa fracção do eleitorado. Há muitas pessoas que estão cansadas de sofrer assaltos, de não poderem ter uma vida normal, de correrem risco de vida por saírem à rua. Por outro lado, o PT nestes anos todos não mudou verdadeiramente as coisas, no sentido de fazer com que os trabalhadores tivessem de facto maior fatia de poder.

O debate feito no jornal Mediapart (jornal francês independente on-line) pode  ajudar a compreender o fenómeno:


https://www.youtube.com/watch?v=GNRS6njXk6w&t=2090s
Posted by Manuel Baptista at 15.10.18 Sem comentários:
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Labels: Bolsonaro, Brasil, cia, Mediart, PT
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