Hoje em dia, a maior parte das pessoas ouviu falar de bitcoin e de outras criptomoedas.
Mas, irei dizer que, face a um universo em delírio de especulação, como seja nos mercados de acções e de obrigações, a forte subida nas cotações das criptomoedas tentará muitos.
Porém, as pessoas deveriam compreender que, o que é criado a partir de nada e não tem utilidade em si mesmo, não é um bom investimento.
Assim, eu desaconselho que se tenha uma «fé» nas «moedas fiat», ou seja, nas que são emitidas por algum governo/banco central.
Os valores das moedas não assentam sobre nada - a não ser sobre a «garantia» (o «fiat» em latim) de que o governo que a emitiu aceitará esta mesma moeda como pagamento (nomeadamente para pagar impostos, criados pelo respectivo governo).
Mas também não tenho «fé» nenhuma no bitcoin e noutras cripto-moedas, embora por razões diversas.
Os problemas das criptomoedas vão começar, logo que os governos acharem que estão a deixar demasiado campo para as pessoas fugirem a taxas e impostos.
Sabe-se que estão em estudo nos bancos centrais de alguns países formas de criptomoedas, mas com controlo dos próprios governos.
Paralelamente, estão a tentar encontrar um meio de capturar a mais-valia gerada, através de regulamentações que, por um lado, vão dar-lhes um estatuto oficial, como meio de pagamento; mas por outro, vão permitir que sejam controladas, sujeitas a impostos, a taxas.
A bolha especulativa, nesse momento, irá esvaziar-se e não se sabe ao certo para quando haverá esta mudança. Porém, pode-se pensar que, se rebentar uma crise realmente séria (e os sinais precursores estão a avolumar-se), os governos farão tudo para regulamentar este «mercado de capitais», totalmente fora do seu alcance. Já estão a tentar isso nos EUA, por exemplo, com legislação que obriga as pessoas a declararem os bitcoins e outras moedas que possuem, quando vão para o estrangeiro.
Face a uma crise sistémica, as únicas formas de conservação de valor comprovadas são as que correspondem a bens ou serviços reais (imobiliário, terrenos, ouro e prata, obras de arte e de colecção). Para estes bens ou serviços o Estado não pode ir além de um certo montante-limite de imposto, pois -caso contrário - anularia a rentabilidade do investimento, logo afastaria as pessoas de investir e diminuiria a colecta total de imposto.
O pior investimento, quando se está perante o risco de uma crise de grandes dimensões, é o investimento tipicamente especulativo.
O funcionamento dos mercados especulativos baseia-se somente em factores psicológicos: Os movimentos devem-se a boatos, ao medo e à ganância.
Subidas e descidas de cotação raramente são baseadas em factos comprováveis, em verdades sólidas, mas apenas nas percepções subjectivas dos investidores. Estes são manipulados de mil e uma maneiras, através de boatos ou mitos, propagados com determinados objectivos.
Subidas e descidas de cotação raramente são baseadas em factos comprováveis, em verdades sólidas, mas apenas nas percepções subjectivas dos investidores. Estes são manipulados de mil e uma maneiras, através de boatos ou mitos, propagados com determinados objectivos.
Quando existem bolhas, muitas pessoas auto-convencem-se de que não há risco, que se está num novo «paradigma», etc. Porém, isso não é senão auto-ilusão.
No caso das cripto-moedas, está-se claramente numa situação de bolha. Só faz sentido aplicar nelas somas modestas, como quando se joga na lotaria ou totoloto.
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