Porque razão os bancos centrais asiáticos estão a comprar toneladas de ouro? - Não é ouro em si mesmo que lhes importa neste momento, mas é a forma mais expedita de se livrarem de US dollars!!
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quinta-feira, 13 de julho de 2017

«O ESTADO... ESTÁ FORA DE PRAZO»

O Estado é uma complexa e tentacular organização que se instalou e consolidou paulatinamente, há uns 6000 anos. 
Sofreu as mais diversas formas e reformas, mas - na sua essência - continua a ser baseado no monopólio da força e coerção, sobre um povo ou vários povos, além de que tem o monopólio de «sacar tributo» ou seja de decretar impostos, sendo criminalizados todos aqueles que violenta ou pacificamente põem seriamente em causa este domínio hegemónico. 


O livro de Gregory Sams é muito original e a entrevista acima reproduzida dá conta disso. O entrevistador não poupa questões difíceis, faz o papel de advogado do diabo, todo o tempo... o que torna a entrevista viva e intelectualmente provocante.
Muitos autores de um vasto espectro têm criticado a construção autoritária do Estado, sem por isso pretenderem a abolição de toda a forma de autoridade, simplesmente vendo esta como emanação de baixo para cima, ou seja, das comunidades. Estas estão muito mais em medida de exercer uma certa coerção no seio da própria comunidade do que uma autoridade exterior, judicial ou policial. O autor também privilegia a justiça de tipo reparativo sobre a justiça punitiva, que prevalece ainda hoje.
Ele não se considera anarquista: porém, muitos anarquistas evolucionistas, por oposição às tendências revolucionárias, têm tido ideias semelhantes a Gregory. 
São pessoas pragmáticas, que preferem avançar para objectivos de maior justiça, liberdade e igualdade, a fomentar um cataclismo, que provavelmente iria desencadear a construção de um poder tão ou mais ditatorial e opressivo do que o que foi derrubado.

quarta-feira, 12 de julho de 2017

ALIMENTAÇÃO E DOENÇA: O ALIMENTO COMO DROGA

A SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA PADECE DE UMA GRAVE DOENÇA: A ALIMENTAÇÃO INDUSTRIALIZADA


Com a sofisiticação que conhecemos em medicina e biologia, pode-se medir no cérebro as respostas aos alimentos ou drogas em determinadas zonas e o efeito nestas, «remuneradas» com ondas de prazer (na realidade, neurotransmissores que ativam certos circuitos neuronais). São substancialmente parecidos, nos seus efeitos nos centros cerebrais do prazer, o sabor de um alimento açucarado e duma dose de droga (anfetamina, heroína, cocaína, cannabis, etc) 

Os industriais da alimentação jogam com um cocktail de moléculas, não apenas para obterem «sabores», mas também para conseguirem a adicção do cliente. 

                  

A Radio Canada apresenta um video de grande interesse para a saúde pública. Os médicos e pessoal de saúde confrontados com os maus hábitos alimentares da população (pelo menos em Portugal) costumam responder com aquilo que é de mais fácil aceitação para o público... tomar um medicamento, um comprimido para isto e para aquilo... 
O problema é que isto funciona objectivamente como reforço do comportamento adictivo, pois «desculpabiliza» o paciente em relação à quantidade e à qualidade do alimento ingerido. 

Tomando exemplo de mim próprio: há uns anos tive a notícia desagradável de sofrer de hipertensão e de ter de fazer tratamento sob pena de ter um ataque cardíaco. 
Receitaram-me estatinas, que eu tomei durante algum tempo. Mas as estatinas interferiam com outro medicamento que eu tomava regularmente (e não podia deixar de tomar). 
Por isso, em vez de continuar com as estatinas, decidi fazer uma  dieta rigorosa, limitando a ingestão de gordura animal, de acúcares, de gordura vegetal hidrogenada... 
Sem extremismos, tornei-me «vegetariano» a 80%, ou seja, ainda como carne e peixe, mas em proporção diminuta... 
Consegui não apenas sobreviver mas viver melhor, com tensão arterial normal e sem quaisquer drogas para baixar a tensão. Mas tive de exercitar a vontade, não comer em cafés e pastelarias a não ser em circunstâncias indispensáveis, ir muito pouco a restaurantes e, nestes, escolher os pratos com rigoroso espírito crítico...
As pessoas deviam deixar de seguir o seu «instinto» e educarem o seu paladar, para apreciar a subtileza dos sabores de frutas e legumes, a sua enorme variedade, evitarem certo tipo de cozinhados, os fritos - por exemplo - muito saborosos mas desastrosos em termos de saúde, etc. 
O «instinto» é o resultado de milhões de anos de evolução biológica: pode ter ainda um valor de sobrevivência para muitas situações, mas noutras, é desencadeador de resposta comportamental muito inadequada. 
É caso do seguinte reflexo, instalado há milhões de anos: «comida doce = a boa comida»