Com efeito, todos os negócios à face da Terra têm custos. Seus resultados brutos têm de cobrir diversos custos. Um negócio tem de ser capaz de fornecer bens ou serviços, o que implica despesas, desde a compra de matérias-primas, às despesas com o pessoal.
O quadro abaixo compara o lucro da Reserva Federal (Banco Central dos EUA) com os lucros (cumulados) das grandes empresas dos EUA (Walmart, MacDonalds, Coca-Cola, Amazon, Netflix, Microsoft, Apple e outras):
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O lucro líquido de 322 biliões de dólares do ano de 2020, não é consequência da aberração do ano do COVID. A FED tinha obtido uma média de 350 biliões de dólares de lucros por ano, na última década, ANTES do Covid.
Porém, o negócio dos bancos centrais «ocidentais»*, como a FED, o ECB, o Bank of England, o Bank of Japan e outros, é extremamente simples: Eles produzem dinheiro (digital, na maior parte). Além disso, têm nos seus ativos papeis emitidos pelo governo, tais como obrigações do tesouro, obrigações de curto prazo, etc. que não dão rendimento quase nenhum, visto que possuem um juro muito baixo, quase nulo.
Como é que então fazem um lucro absurdo, enorme, com isso?
Segundo David Stockman:
«O efeito mais direto da expansão não controlada dos ativos dum banco central, é a grande descida nos juros das obrigações, muito mais baixos do que seriam numa economia com mercado livre e com dinheiro convertível em ouro* (*«sound money»).
O mecanismo pelo qual a fraude financeira é levada a cabo, está claro como o dia. Quando a FED (ou outro banco central) compra dívida do Estado, a oferta de obrigações nos mercados diminui, os preços sobem e os juros caem. Ao agir assim, o banco central convida os atores económicos a pedirem emprestado sem inibições, pois ele falsificou - grave e deliberadamente - o custo de ser-se devedor.
Por fim, o facto do banco central despejar o dinheiro criado a partir de nada na economia, conduz à inflação nos preços ao consumidor. Isto é porque os governos são estimulados a pedir emprestado, tanto quanto quiserem, inchando a bolha dos pagamentos. Mas, isso é uma maldição para o orçamento das famílias, pois estas não são compensadas por um aumento equivalente em bens e serviços.
Por outras palavras, o banco central troca crédito fiat/«em papel», por ativos financeiros reais, que o governo tinha previamente emitido, para efectuar o pagamento dos ordenados, de capital e da tecnologia.
A melhor maneira de compreender a maré alta de inflação de hoje e porque razão estamos em águas monetárias totalmente desconhecidas, é analisar as declarações e as folhas de ativos dos bancos centrais. Embora isso raramente seja feito, tal análise mostra claramente o que é a criação do dinheiro a partir de nada e por que razão a impressão monetária é uma operação insanamente lucrativa, quando se detém o monopólio legal.
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