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quinta-feira, 12 de setembro de 2019

AMAZÓNIA: INVESTIGADORES BRASILEIROS ENCONTRAM CIVILIZAÇÃO PRÉ-COLOMBIANA

 NOTA DE MANUEL BANET: Estes achados não são inéditos, pois Graham Hancock descreve dados semelhantes, baseados em descobertas arqueológicas similares. Ele escreveu o livro «America Before» (ainda não traduzido para português?) em 2017. 
A arqueologia da América e não apenas do Brasil está em plena «revolução», muitas descobertas antigas são reinterpretadas à luz dos novos conceitos que estão emergindo na antropologia, paleontologia, geologia, arqueologia...

                   Amazônia (arquivo)

Retirado de:

Uma expedição arqueológica à comunidade Bom Jesus da Ponta da Castanha, na Floresta Nacional de Tefé (Flona), no Amazonas, encontrou indícios de que o local pode ter sido densamente habitado no passado.
Alguns dos elementos descobertos indicam que a ocupação da Floresta Amazónica antes da chegada dos colonos portugueses, em 1.500, pode ter sido muito maior do que se imagina.
As crónicas do missionário espanhol Gaspar de Carvajal, que fez uma viagem pelo rio Amazonas no século XVI, descrevem uma área cheia de povos indígenas antes da chegada dos europeus na região.
Essas e outras crónicas da época, que relatam a intensa presença humana na região, foram consideradas exageradas e fantasiosas. Porém, trabalhos recentes de pesquisadores brasileiros confirmam esses dados.

Arqueologia da Amazónia
"Não podemos dizer que é um sítio arqueológico só. O que a gente está vendo é um complexo arqueológico de vários sítios, que podem ter histórias diferentes, mas que estão interligadas", disse Rafael Lopes, pesquisador associado do Grupo de Pesquisa em Arqueologia e Gestão do Património Cultural da Amazónia do Instituto Mamirauá.
​No local foi descoberta uma grande quantidade de vestígios arqueológicos de diferentes períodos de ao menos cinco ocupações humanas diferentes no local. Dentre essas descobertas há cerâmicas da tradição Pocó, que podem ter até 3 mil anos.
Como tradição, os antigos habitantes desses lugares usavam tintas castanha, vermelha, preta e branca para decorar os pratos. Louça semelhante foi encontrada nas descrições das crónicas do sacerdote espanhol.
Perto do complexo arqueológico foi encontrada uma floresta de castanheiros que, embora se estenda por quilómetros ao longo do rio, não ultrapassa os 500 metros de largura. Este padrão não natural de dispersão de árvores é uma indicação de actividades agrícolas durante centenas de anos.
Outra evidência é a presença de terra preta – um solo extremamente fértil associado a uma ocupação humana de longa data do mesmo local.
Cientistas têm colectado material orgânico para datação por radio-carbono, o que permitirá uma melhor compreensão das datas associadas às diferentes ocupações e sua relação com o meio envolvente.
"O mais impressionante do sítio foi a diversidade do contexto arqueológico que ele mostrou. Ficamos um mês aqui trabalhando e conhecemos 1% dele", ressalta Lopes.
Para o arqueólogo do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP, Eduardo Neves, o sítio tem grande potencial para o estudo de diferentes ocupações que ocorreram nessa região da Amazónia.
"Não só pela parte da arqueologia, mas essa perspectiva de integração entre a arqueologia e a história da paisagem. Temos questões muito relevantes aqui para a arqueologia de toda a Amazónia", explica.
A Floresta Nacional de Tefé (Flona) é uma unidade de conservação federal sob gestão do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio)..

[Sobre os fogos na Amazónia: https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2019/08/amazonia-paraiso-cobicado.html ]