A realidade «judaica do Antigo Testamento» do povo judeu de Israel atual é tão fictícia como a dos germânicos serem «arianos» e terem sido declarados como «a raça superior» pelo regime hitleriano. Na verdade, são os palestinianos os mais próximos geneticamente do povo judeu de há dois mil anos. Isso não lhes confere um estatuto especial, mas apenas mostra o grotesco e a monstruosidade em basear a política em dados étnicos ou «rácicos». A política baseada em elementos raciais é uma clara negação dos Direitos Humanos, inscritos na Carta da ONU e inúmeros documentos oficiais em todos os países (incluindo Israel).

quinta-feira, 17 de julho de 2025

APOSTILA - CARTILHA ELEITORAL [OBRAS DE MANUEL BANET]


CARTILHA ELEITORAL


Querem que tu decidas sobre as coisas da tua vidinha. Quanto a assuntos complexos, envolvendo os destinos da nação, do mundo, da civilização, podes opinar, dizer os teus disparates, dá-te uns ares de bem informado, de alguém com 'ideias'... Mas, não vai influir em nada no decurso dos acontecimentos.
Podes também votar em quem entenderes, sem problema. O teu voto será contabilizado religosamente.
As eleições serão correctas, tecnicamente falando. Mas não genuínas, pois nos põem numa posição de dar o voto em total ignorância do que os eleitos farão.
É pior do que dar um cheque em branco, pois as pessoas convencem-se que estão - de algum modo - envolvidas nas políticas que resultam dessa eleição. Mas isso é falso. E faz com que muitos teimem que «a democracia» é aquilo que existe nos nossos países.

As verdadeiras regras da sociedade são as não-escritas, mas que tens de saber. Quanto às escritas, ninguém as sabe exactemente. São feitas para os juristas destrinçarem; eles e somente eles, decidem sobre o sentido preciso da legislação.
Dizem: Não te preocupes com nada, não vale a pena e não te serve de nada... Quem nos diz isto são os Senhores, apoiados por um cortejo quase unânime de seguidores.
O desencorajar da tua participação começou muito cedo, acompanhado com declarações solenes do contrário. Como se a tua participação fosse a atitude mais desejada pelos políticos. A hipocrisia está no poder!
Nisso, eles mostram talento: Montam o circo eleitoral e consegem convencer-te que és tu o soberano. A ilusão é bonita; dá-te esperança, aquele ingrediente que nos ajuda a aturar o quotidiano.
Se queres tomar a vida em tuas próprias mãos, não delegues nos outros o que tens de fazer. Se não tiveres as condições para o fazer, cria essas condições, em conjunto com os outros: A família, os amigos, os colegas...
Não caias em ilusões:
O voto não te dá poder; mas, tira-te o poder. É assim que os sistemas políticos estão organizados. Deves ser adulto e ver as coisas tal como são, na realidade. A polarização da atenção em torno de figuras-líderes, é um meio subtil de nos fazer esquecer que nós somos tão capazes como os políticos, de definir o que desejamos para o nosso futuro.
Pois o futuro está inteiramente nas nossas mãos. Delegar isso nos outros, é perder o sonho...
















1 comentário:

Manuel Baptista disse...

A deriva constante para o oportunismo deu o resultado que se sabe em relação â esquerda eleitoral. Os desvios profundos, as causas reais do descalabro, vão de novo para debaixo do tapete, mas a situação descrita num artigo de há um ano e meio atrás (e muitos outros) mantém-se:
https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2024/02/a-democracia-parlamentar-e-um-logro.html