O ataque em massa com drones ucranianos - coordenado a partir de bases da OTAN - atingindo 5 bases russas, muito distantes (algumas a 5000 km!) do teatro de operações, alcançou umas dezenas de bombardeiros que faziam parte do dispositivo de resposta nuclear da força aérea russa. Foi uma operação efetuada dois dias antes da ronda de negociações diretas Rússia-Ucrânia, que se previa iniciar-se hoje 02-06-2025, em Istambul.
Nada do que se passou pode ter sido decidido por Zelensky e seu Estado-Maior, sem a anuência e mesmo a conivência dos altos comandos da OTAN. Foi uma «mensagem codificada» da OTAN para o Kremlin.
Analisando de forma mais aprofundada, além do objetivo de criar um incidente que pudesse causar a suspensão das negociações, a OTAN decidiu desencadear mais este ataque a partir de solo ucraniano, por outros motivos.
Foi uma complexa operação, envolvendo drones. Quer drones deste tipo, quer os mísseis, na realidade, precisam de assistência direta de pessoal da OTAN: A sua trajetória é guiada por sistemas de satélites dos EUA (StrarLink). Sem assistência da OTAN, é impossível drones ou mísseis percorrerem até 5000 km, ou distâncias semelhantes, para alcançar os seus alvos.
Desde há muito tempo, esta guerra envolve pessoal da OTAN para operar estes sistemas. De cada vez que um míssil de médio-longo alcance é disparado a partir do solo ucraniano para o território russo, esse disparo envolve militares da OTAN.
Penso que a Rússia não quer envolver-se diretamente em combates com países da OTAN. Mas, as chefias ocidentais estão a desenvolver uma estratégia de provocações cada vez mais graves, para forçar a Rússia a contra-atacar: Se ela respondesse, por exemplo, atingindo um centro de comando de drones e mísseis, situado num país da OTAN de onde partem os ataques ao território russo, isso seria legítimo da parte da Rússia. Porém, seria o pretexto para a OTAN entrar em confronto direto com a Rússia.
Este é o jogo perigoso que os chefes militares e políticos da OTAN estão - pelos vistos - dispostos a jogar!
O alargamento oficial desta guerra a membros da OTAN será fator de sério agravamento, pois pode desencadear a utilização de armas nucleares, ditas «táticas», mas que serão - na verdade - o passo irreversível para a escalada nuclear, culminando num Armagedão planetário.
-------
*Parte da operação teria sido a partir da Finlândia e da Noruega, mas não tenho pormenores, de momento.
6 comentários:
Glenn Diesen e Jeffrey Sachs estão de acordo em que este ataque foi largamente da responsabilidade dos EUA:
https://www.youtube.com/watch?v=WCkl63N84s4&t=424s
O silêncio da Casa Branca tem significado: Ela nem apresentou um comunicado manifestando a sua preocupação. Estes bombardeiros faziam parte do dispositivo de resposta nuclear da Rússia.
Teve de existir uma participação da CIA, da OTAN e das redes de satélites espiões (Starlink) dso EUA, em clara violação ao tratado ainda em vigor, segundo o qual as capacidades de transporte de armamento nuclear estavam «á vista» dos satélites do outro lado.
O Embaixador Chas Freeman fala dos desastres que vão pelo mundo e dos que estão para acontecer. Ele tem uma opinião muito negativa sobre a forma como os EUA e Trump estão a conduzir as relações internacionais e a irresponsabilidade (infantilismo) dos governos europeus...
Entrevista em inglês: https://www.youtube.com/watch?v=9t2zZBKOmcU&t=2374s
Entrevista em português: https://www.youtube.com/watch?v=9nzFSY29UZU&t=9s
Para compreendeer as questões na base do conflito ucraniano-russo:
https://www.youtube.com/watch?v=ZdTVJjLHRp0&t=1828s
Pepe Escobar desfaz as narrativas ocidentais sobre o ataque aos bombardeiros nucleares russos. Veja:
https://www.youtube.com/watch?v=8f6AkIDYYNs&t=27s
Enviar um comentário