Imagens acima da «Deutsche Welle» : Spectacular Ice Age rock paintings found in Colombian rainforest
Estas imagens são magníficas, como expressão de observação de animais selvagens (alguns de fauna extinta) e revelam um profundo sentido social.
A integração espacial destes enormes frescos e a sua sábia utilização dos relevos e claros-obscuros é evocadora de Lascaux ou de Altamira.
No entanto, as formas estilizadas são de uma outra «escola de pintura» se assim se poderá falar. Há portanto uma componente cultural própria.
Note-se também que este empreendimento deve ter sido colectivo e ter-se estendido por várias gerações.
Não tenho dúvidas em considerar que estas obras revelam um pensamento complexo, uma linguagem sofisticada, com mitos e narrativas, de que a forma visual se revela nestas pinturas parietais.
Os seus elementos não-pictóricos estarão para sempre perdidos, mas não há razão para duvidar da sua existência. Em particular, temos as recolhas de ciclos orais de «caminhar pelos sonhos» dos Aborígenes da Austrália, que explicam as imagens por eles produzidas. Sua cultura oral subsistiu, em parte, apesar do genocídio dos colonizadores de origem britânica, desde o séc. XVIII.
Embora os conjuntos pictóricos da Colômbia e as formas de arte aborígenes australianas estejam distantes, no tempo e no espaço, penso que se pode reflectir na riqueza do universo mental de uns e de outros, que transparece na arte parietal.
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