Estamos numa época bruta, mas não temos que nos deixar tomar pela onda de estupidez e intolerância, que chegam ao extremo do fanatismo.
Sei que é impossível ser escutado pelas «massas» e depois? Tenho que me sujeitar, só para ser «popular»? Desde quando é que as pessoas íntegras fazem ou deixam de fazer, por causa da maior ou menor popularidade?
Note-se, não tenho quaisquer pretensões elitistas, teria antes o oposto, o de me sentir irmanado com os meus semelhantes: Sou naturalmente e por educação tentado a considerar que os outros têm os mesmos sentimentos, preocupações comuns às minhas e capacidades intelectuais mais ou menos equitativamente distribuídas.
E como chego a essa conclusão?
- Pelo facto de ter ensinado muitos anos a fio, tanto adolescentes como alguns adultos, também. Não notei que tivessem capacidades cognitivas muito distantes uns dos outros, se considerarmos que aquilo que distingue o «bom aluno» do «mau», é a sua capacidade de auto-disciplina, de se impor as tarefas da aprendizagem, os hábitos de estudo regular, que eliminam grande parte da incerteza, que permitem encarar o teste, ou exame sem angústia, portanto, de modo mais eficaz.
É tudo!
... Afinal, não se trata de algo inscrito nos genes! Eu, que sou geneticista, reclamo a primazia das condições ambientais, se considerarmos que estas incluem o ambiente humano e familiar, em particular, que cada indivíduo tem. O ambiente é factor mais marcante: condiciona o indivíduo, desde o berço, com mais ou menos estímulos, mais ou menos disciplina, mais ou menos oportunidades de cultura.
O que antecede, apenas é o intróito do que realmente desejo exprimir: A realidade é que não somos determinados pelos nossos genes, nem sequer pelo ambiente familiar e social, por muito que desagrade ao pensamento determinista, o qual não tem cabimento nenhum na sociedade, na psicologia. O determinismo, quanto muito, poderia ser relevante nesta ou naquela disciplina científica, dita «dura» - ou seja, ciências físicas e naturais - embora, mesmo aí, tal conceito esteja ultrapassado.
Assim, as pessoas podem escrever o seu livro de vida de forma muito original, se quiserem, se tiverem oportunidade de acordar do estado letárgico, hipnótico em que a sociedade-redoma, a sociedade-crisálida os coloca. Nada está determinado, nada está inscrito no céu. Se a multidão se submete, não é senão por ter uma enorme preguiça de pensar, de reflectir, de caminhar segundo sendas que não sejam as muito batidas por todas as ideologias e religiões, o que a transforma em rebanho de carneiros...
Penso que, infelizmente, o antídoto para esta letargia social está por descobrir. Porém, a necessidade vai - em breve - acordar muitas pessoas, obrigando-as a porem em causa as suas «certezas».
Como não pretendo «conduzir» seja quem for, apenas desejo que - nesse momento - quando despertarem, encontrem as formas apropriadas de renascer.
1 comentário:
Para exemplificar um aspecto, apenas, desta época, leia um artigo sobre o que Bill Gates tem feito para se apropriar dos recursos biológicos fundamentais para a humanidade: terra agrícola e sementes: https://www.globalresearch.ca/bill-gates-neo-feudalism-closer-look-farmer-bill/5736504
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