Muitas pessoas aceitam a situação de massacres de populações indefesas em Gaza e noutras paragens, porque foram condicionadas durante muito tempo a verem certos povos como "inimigos". Porém, as pessoas de qualquer povo estão sobretudo preocupadas com os seus afazeres quotidianos e , salvo tenham sido também sujeitas a campanhas de ódio pelos seus governos, não nutrem antagonismo por outro povo. Na verdade, os inimigos são as elites governantes e as detentoras das maiores riquezas de qualquer país. São elas que instigam os sentimentos de ódio através da média que controlam.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

HAENDEL: SONATA PARA DOIS VIOLONCELOS E CONTÍNUO EM SOL MENOR

                   
Yuliya Rozhkovskaya - cello

Aleksandr Ivanov - cello
Dasha Moroz - piano
Belarusian State Philharmony


O único exemplar manuscrito desta sonata datado da época de Handel, pertence à biblioteca real de Dresden onde ele fez uma estadia no ano de 1719.
A partitura está efectivamente escrita para trio de dois violinos e baixo contínuo, mas tornou-se muito frequente ouvir-se a sua transcrição para dois violoncelos.
Como é sabido, na época barroca, a atribuição de determinados instrumentos para interpretação das peças na música erudita, ainda não era tão estrita como passou a ser, nos séculos posteriores. Não fica nada mal, esta sonata com dois violoncelos, pois as sonoridades mais cheias, mais plenas de harmónicos, destes, por contraste com os violinos, permitem apreciar a beleza do desenho melódico.
Handel era realmente um génio da melodia. Beethoven, apreciava tanto isso, que considerava ser o velho mestre Georg Friedrich, o «maior músico de todos os tempos»...
A mestria de Handel no domínio melódico, transparece aqui muito claramente nos dois movimentos lentos da sonata (o inicial e o terceiro): A máxima expressividade com meios afinal muito simples; não será isto a marca de um génio?

Esta interpretação da célebre sonata de Haendel, parece-me ser muito apropriada, na sua sobriedade.
Ela reflecte o bom gosto do barroco, no seu auge, que dava o seu lugar aos sentimentos, sem no entanto os expor de modo desbragado, mas com contenção.

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