Podemos ter, num ou noutro momento, tomadas de posição pouco consentâneas com a racionalidade e o bom-senso; não estou a referir-me a essas situações pontuais, que - de facto- acontecem aos melhores, aos mais inteligentes! Refiro-me a casos persistentes, constantes, previsíveis:
- Um idiota absoluto é aquele que persiste com a sua própria narrativa, com as suas teorias, seja qual for o desenlace dos acontecimentos.
- Aquele que não examina os factos, a realidade, no sentido de corrigir aquilo que tem de ser corrigido na sua posição.
- Aquele que recusa a sentença da realidade: se a realidade contradiz a sua teoria, é a realidade que está errada e que tem de ser modificada.
- Aquele que se julga forte por manter a sua leitura dos acontecimentos, apesar de todas as evidências, porque a «maioria» adoptou essa mesma postura.
Muita gente confunde «ter convicções», ter «determinação», com estas posturas típicas de idiota absoluto.
- Uma pessoa inteligente e que tem convicções, não teme que alguém venha examiná-las, pô-las à prova, ou pô-las em causa.
- Alguém inteligente sabe que uma teoria não é mais do que uma hipótese que ainda não foi destronada por factos concretos e que deverá dar prioridade aos factos, se estes contradizem essa tal teoria, no todo ou em parte.
- Finalmente, uma pessoa inteligente não tem receio de confessar que errou e está, por isso mesmo, em condições de corrigir-se.