Porque razão os bancos centrais asiáticos estão a comprar toneladas de ouro? - Não é ouro em si mesmo que lhes importa neste momento, mas é a forma mais expedita de se livrarem de US dollars!!
Pitágoras foi sempre considerado um cientista/filósofo. Também esteve associado com uma visão esotérica do Mundo. Sabe-se que formou sociedades iniciáticas com os seus discípulos.
A visão matemática ou geométrica do Cosmos era muito difundida, na Grécia antiga:
Os sólidos platónicos, o tetraktys pitagórico, a questão da quadratura do círculo, o paradoxo de Zenão (antevisão dos infinitesimais de Newton e Leibniz), os átomos, ou seja, unidades que não podem ser seccionadas (eram-lhes atribuídas estruturas geométricas...).
Eram questões colocadas, com solução - algumas - na época de Pitágoras, mas outras só posteriormente puderam receber solução, ou explicação da ciência, e outras, ainda continuam por resolver e talvez nunca obtenham solução satisfatória.
Se a ciência é uma forma de questionar o real e de tentar obter respostas/soluções, experimentando ou observando o mesmo real, então os gregos clássicos foram os maiores questionadores da Antiguidade.
Este é, a meu ver, o mais relevante legado que nos deixaram os filósofos e cientistas da Civilização Greco-Romana.
Vários desenvolvimentos recentes das ciências vieram estimular uma versão atualizada da visão pitagórica de harmonia do Universo.
Com efeito, os gregos da antiguidade não tinham o aparato tecnocientífico dos dias de hoje.
Porém, suas intuições revelaram-se fecundas. Muito do saber atual baseia-se em princípios, teoremas, teorias, dos filósofos/cientistas gregos:
-Demócrito e Epicuro formularam a hipótese atomística, popularizada séculos mais tarde por Lucrécio e por outros, na sociedade romana.
-Platão e Aristóteles foram dois gigantes filosóficos, sobre os quais assentou praticamente toda a filosofia escolástica medieval e influenciaram as escolas posteriores da filosofia ocidental.
- No Renascimento, o «quadrivium» (4 das 7 «artes liberais») incluía a música: Não era música prática mas teórica, na qual os conceitos pitagóricos assumiam grande destaque.
- Os princípios da harmonia pitagórica reinaram durante séculos, como é referido no primeiro vídeo («The Music of Life», ao minuto 58' e seguintes). Tais princípios estão subjacentes a quase toda a Música ocidental anterior à época contemporânea.
- No segundo vídeo (Maths and Musical Tuning), a teoria pitagórica das cordas vibrantes é explicada com exemplos práticos, para quem gosta de aprofundar o lado matemático.
Embora estes dois vídeos não contenham obras musicais*, achei que tinham cabimento na série "Segundas-feiras musicais". Eles mostram que a música está profundamente associada à ciência; em particular, à Física pitagórica.
No primeiro destes três vídeos, Stephen Wolfram explica a importância de um quadro conceptual totalmente diferente para dar conta da imprevisão intrínseca, ou seja , da impossibilidade de mapear os percursos possíveis dum conjunto de partículas: Ele formula a 2a. Lei da Termodinâmica de um modo assaz original.
Um segundo vídeo reflete sobre a importância na ciência, que tiveram as ideias completamente "fora da caixa" e a sua rejeição pelos contemporâneos, mesmo os mais ilustres cientistas.
O terceiro vídeo, mais filosófico, mostra que o novo paradigma proposto por Wolfram escapa à Física e situa-se no terreno da Metafísica. Mas, o autor deste vídeo defende que é uma necessidade. Não usa a expressão "Metafísica" ao de leve. Se seguirmos o raciocínio dele, devemos concluir que a revolução encetada por Wolfram não é meramente na Ciência: tem repercussões no plano da Filosofia.