Muitas pessoas aceitam a situação de massacres de populações indefesas em Gaza e noutras paragens, porque foram condicionadas durante muito tempo a verem certos povos como "inimigos". Porém, as pessoas de qualquer povo estão sobretudo preocupadas com os seus afazeres quotidianos e , salvo tenham sido também sujeitas a campanhas de ódio pelos seus governos, não nutrem antagonismo por outro povo. Na verdade, os inimigos são as elites governantes e as detentoras das maiores riquezas de qualquer país. São elas que instigam os sentimentos de ódio através da média que controlam.
Mostrar mensagens com a etiqueta Gillian Russell. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Gillian Russell. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 6 de junho de 2022

REALIDADE E "VICIOUSNESS" EPISTÉMICA

O que é que acontece quando os «peritos» se enganam? Quero dizer, não quando cometem um erro ocasionalmente, afinal somos todos muito falíveis, mas quando se enganam consistentemente, obsessivamente, compulsivamente? Quando tais enganos deles recaem sobre nós, sobre pessoas que não têm defesa, só podem arquear as costas e suportar as consequências? Quando tais consequências são pagas por aqueles que menos responsabilidade têm, do que está a acontecer? E porque razão estas situações são recorrentes?


                                           

                        https://www.youtube.com/watch?v=-rdtlpmY4qk

Gonzalo Lira aproveita um ensaio da filósofa Gillian Russell (1), que introduz o conceito de "viciousness" (em inglês) ou «vício de raciocínio», por oposição a vício: enquanto o vício tem sempre conotação moral, o «vício de raciocínio» será antes um «defeito de fabrico». Porém, neste contexto, não se trata de um fabrico material, mas de pensamento, de conceitos, do próprio filosofar. A "viciousness" em filosofia, política, estratégia, etc., implica um raciocínio defeituoso, o estar-se fora da realidade. Mas, se as pessoas estão numa bolha, num mundo fechado, não admira que falhem e sejam causadoras de derrotas catastróficas.

Gonzalo Lira não é um mero «Youtuber»: Apesar das limitações decorrentes da guerra, percebe-se que ele possui o substrato dum pensador e filósofo. Aliás, tem trabalho prévio (nos EUA) em literatura e no cinema. Vale a pena ouvi-lo atentamente. 

(1) https://gilliankrussell.files.wordpress.com/2015/07/epistemicviciousness.pdf
---------------------
PS: Veja a crítica de MMT na sequência do anterior vídeo: