Uma
rapsódia de melodias, umas inquietas outras serenas, trotando na sua cabeça.
Não se podia levantar da marquise onde estava deitado, o corpo hirto, os braços ao longo do tronco, todo coberto por um pano de linho branco.
Não se podia levantar da marquise onde estava deitado, o corpo hirto, os braços ao longo do tronco, todo coberto por um pano de linho branco.
Ouvia
vozes que conferenciavam, a poucos metros, mas não distinguia as palavras, nem
sabia identificar seus autores.
As
palavras não tinham sentido, quaisquer que fossem; não fazia sentido, senão a
melodia sublime que emanava do âmago.
Como que chamando a sua alma para o alto, declinando todo o carinho que pode possuir uma voz de mãe, de abraço terno e caloroso, mas sem nostalgia... desse "eu", que deixava para trás; ele seria em breve cinza; já nada restaria da entidade corpórea senão a concha, vazia do espírito que a habitara.
Como que chamando a sua alma para o alto, declinando todo o carinho que pode possuir uma voz de mãe, de abraço terno e caloroso, mas sem nostalgia... desse "eu", que deixava para trás; ele seria em breve cinza; já nada restaria da entidade corpórea senão a concha, vazia do espírito que a habitara.
Não
havia regresso à vida, nem havia morte; a alma estava a ser transportada para
uma nova dimensão.
A
serenidade que ressentia, não era penosa ou pesada.
A analogia musical surgia como a única possível. Cada nota musical era como que uma descoberta eterna, revelação, desvelar de antigo segredo.
A analogia musical surgia como a única possível. Cada nota musical era como que uma descoberta eterna, revelação, desvelar de antigo segredo.
Vibração,
onda, frequência... todo o Universo, afinal, se abria e acolhia este Ser, o
verdadeiro Ser transcendente.
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