As formas pré-Câmbricas são muito raras, pois as estruturas dos organismos eram pouco propícias a deixarem vestígios fossilizados.
As formas que se conhecem hoje em dia, provenientes de Burgess no Canadá e de Ediacara na Austrália, são de um interesse excepcional, na medida em que revelam «experiências» no Reino Animal, que correspondem a filos inteiramente desaparecidos, completamente diferentes, em estrutura, dos filos resultantes da chamada «explosão» do Câmbrico.
Nomeadamente, as ramificações fractais que se podem observar nas fotos de fósseis animais de Ediacara, abaixo, poderiam originar uma atribuição equivocada ao Reino Vegetal.
Quanto aos fósseis do tipo Stromatoveris sp., como na foto abaixo, também não pertencem a qualquer filo subsistente hoje em dia.
É difícil de imaginar o mundo dessa época.
Os seres vivos que existiam então, com certeza, possuíam relações complexas entre si. Porém, as suas estruturas e os modos de locomoção eram de tal modo distantes do que veio a seguir, que será quase impossível fazer uma reconstituição rigorosa do seu modo de vida.
Julgava-se que a «explosão» das diferentes formas de vida, no Câmbrico, incluindo muitos dos filos ainda representados na fauna contemporânea, teria causado a extinção da fauna de Ediacara.
Porém, a realidade é bastante mais matizada: várias formas desta mesma fauna subsistiram ainda durante umas dezenas de milhões de anos, antes de se extinguirem.
Isto torna ainda mais misteriosa a causa do desaparecimento desta fauna do pré-Câmbrico, pois vários destes filos animais prosperaram durante mais de 30 milhões de anos, durante os quais tiveram, com certeza, uma óptima adaptação às condições ecológicas.