Realizada em 1956, é primeira adaptação cinematográfica do romance homónimo «1984» de George Orwell (1903 - 1950). Segundo a Wikipedia, «assim como a adaptação cinematográfica anterior de A Revolução dos Bichos, o filme '1984', rodado em 1956, foi secretamente financiado pela CIA.[6] »
Orwell não tinha ilusões sobre o socialismo praticado na URSS mas, ao contrário do que muitos pensaram na altura, as suas obras de ficção mais conhecidas não se destinavam a chamar a atenção, exclusivamente, sobre um regime totalitário (a União Soviética no tempo de Estaline), mas sobre todos os regimes totalitários: Estes romances devem ser encarados enquanto obras de ficção política-sociológica, que são.
No contexto presente, em que novos comportamentos totalitários emergem nas antigas chamadas «democracias liberais», o aviso do autor não se tornou caduco. Porque o totalitarismo presente ultrapassa em sofisticação os mecanismos de vigilância, controlo e repressão, que vemos no filme baseado no romance de Orwell.
O perigo das distopias atuais é que vão buscar lições aos seus modelos (Nazismo, Fascismo Mussoliniano, Franquismo, Estalinismo, Maoismo...), mas - além disso - conseguem induzir uma ilusão ou hipnose, como se houvesse ainda democracia.
George Orwell (de seu nome civil: Eric Blair) foi considerado o maior autor de ficção política do Século XX. A sua obra literária é muito vasta: Muitos dos seus romances, ensaios, artigos, são conhecidos apenas de um pequeno número.
É de notar que vários poderes usam (ou usaram) o romance «1984», para fazer propaganda contra regimes antagónicos. Embora ele tivesse como modelos os vários regimes totalitários (de Hitler, de Franco, de Estaline...) da sua época, tentou descrever um mundo dominado por elites impiedosas, que dividiam o Mundo em confederações de Nações, umas contra as outras, perpetuando uma guerra de baixa ou alta intensidade. Assim era nutrida a desconfiança e ignorância do que se passava no «outro lado». A fidelização dos cidadãos ao regime respetivo era mantida pelo medo, pela ignorância, pela manipulação dos sentimentos.
O Mundo contemporâneo, que tenho observado nos últimos anos, parece-me estar bem próximo da distopia de Orwell.
https://www.youtube.com/watch?v=c7jb1Lptjgw
3 comentários:
As sociedades distópicas, do tipo das que existiram entre as duas guerras mundiais e para além de 45, não desapareceram: Os seus genes continuam presentes, quer quando se exprimem por violentos atos de repressão sobre manifestações pacificas, quer através de um discurso do ódio contra outras nações. Isso são formas de esconder de pessoas ingénuas a profunda incompetência e corrupção que são características dos governos.
A realidade - diz o Prof. Craig Roberts - é pior que a ficção de «1984»: https://www.paulcraigroberts.org/2024/08/15/the-digital-revolution-is-satans-master-weapon/
Manuel Raposo faz o paralelo do presente, com as estruturas repressivas descritas no romance de ficção científica-sociológica de Orwell, «1984»:
https://www.jornalmudardevida.net/2024/08/23/1984-em-2024/
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