A realidade «judaica do Antigo Testamento» do povo judeu de Israel atual é tão fictícia como a dos germânicos serem «arianos» e terem sido declarados como «a raça superior» pelo regime de hitleriano. Na verdade, são os palestinianos muito mais próximos geneticamente do povo judeu de há dois mil anos,. Isso não lhes confere um estatuto especial, mas apenas mostra o grotesco e a monstruosidade de basear uma política em dados étnicos ou «rácicos». Toda a política baseada em elementos raciais é uma clara negação dos Direitos Humanos, inscritos na Carta da ONU e em inúmeros documentos oficiais de todos os países (incluindo Israel).

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

INQUIETUDE

Seja-me permitido, num blogue pessoal, dar vazão aos meus sentimentos pessoais, subjetivos. 

Sinto inquietude pelo que vejo à minha volta.
Sinto um certo grau de angústia pela observação de comportamentos estranhos, segundo a minha maneira de ver as coisas. 

Tento compreender porque pessoas amigas, infelizmente demasiadas, estão sempre a postar no facebook coisas totalmente pessoais e irrelevantes mas como se outros devêssem estar ao corrente... 
O efeito é insólito, assemelha-se ao célebre « espiar pelo buraco da fechadura» só que ao contrário: aqui, quem convida a ver «através do buraco» é o próprio observado... estranho! 
Outros, fazem questão de fotografar ou filmar as poses e brincadeiras dos seus animais de companhia. Assim, pensam eles, serão assimilados às «coisas fôfinhas» que vemos nessas fotos, nesses vídeos? 
Outros ainda, esmeram-se a repoduzir pratos de suculenta cozinha feitos em casa ou comidos no restaurante... para fazer inveja???
 Enfim, a grande maioria usa a Internet para cultivar o seu ego, o seu narcisismo...sem qualquer disfarce, sequer. 

O narcisismo sem disfarce, egolâtrico, é provavelmente o traço que eu menos aprecio e mais me afasta quando o vejo em alguém. Serei um bicho esquisito? Provavelmente, sim... 

Gostava de contactar com pessoas que têm curiosidade e vontade de aprender todos os aspetos da vida humana, da natureza, do universo. Será assim tão difícil encontrar indivíduos que sejam genuinamente interessados? 

A revolução da Internet, veio banalisar o acesso aos saberes, mas não fez com que as pessoas se tornassem mais desejosas de obter esses saberes. 
Pelo contrário, as pessoas fecharam-se dentro dos seus mundos virtuais ou dos seus pseudo-relacionamentos sociais, que não trazem - aparentemente- mais do que um reforço do seu narcisismo. 

O narcisismo é típico de pessoas com  estrutura pouco sólida, mas não é vulgar - pelo menos não se manifesta abertamente - naqueles que têm forte personalidade. 

As pessoas boas estão «contaminadas» pela visão ingénua de notícias chocantes, nacionais ou internacionais, que lhes fazem «pintar» o mundo com certas cores, exatamente as cores que convém aos corporatistas e globalistas! 

Neste momento em que o mundo está à beira da catástrofe, ou seja, que se dirige a passos largos para uma IIIª guerra mundial, é muito difícil debater com alguém, mesmo pessoas com uma certa formação de base, que se julgam informadas: na verdade, estão adormecidas ou iludidas, porque estão (estamos todos) sujeitas a doses maciças de propaganda disfarçada de informação.

As pessoas não ficaram melhores, nem mais informadas, pelo facto de possuírem virtualmente um acesso ilimitado a toda a espécie de «informação». 
A propaganda constante, fez com que grande parte das pessoas se retraísse, deixasse de tomar qualquer parte ativa na cidadania, na sociedade: ficam-se por círculos mais ou menos herméticos, sobretudo muito confortáveis, pois aí, cada pessoa só encontra reforço positivo, não encontra pessoas com uma visão contrastante do real; mesmo que esses círculos não sejam seitas, têm um pouco a sua postura, as chamadas «capelinhas».

 Não consigo ter a frieza de alguns, que dizem: «pois têm aquilo que merecem!» -  O que vem aí, ou já está aí, é uma espécie de autoritarismo ou fascismo «soft». 

Muita gente vê esse monstro cada vez mais perto e depara-se com uma indiferença, denegação e/ou cobardia de seus concidadãos. De certeza essas, pelo menos, não o «merecem». Também os povos dos países do Terceiro Mundo, na sua imensidão, não têm responsabilidade na corrida aos armamentos, na deriva para uma guerra cada vez menos fria e para a escolha ou passiva aceitação de líderes demagógicos, agressivos, corruptos.

Mas quem tem um mínimo de formação, quem vive nos países ricos e goza de um certo grau de liberdade de opinião (ainda)... não terá obrigação de acordar e de alertar sobre o que se está a passar? 

Parece que sou eu que estou louco e que todos os outros são equilibrados. A ver vamos, como reagirão eles nas circunstâncias do colapso de um mundo que davam como «certo e seguro».

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