A realidade «judaica do Antigo Testamento» do povo judeu de Israel atual é tão fictícia como a dos germânicos serem «arianos» e terem sido declarados como «a raça superior» pelo regime hitleriano. Na verdade, são os palestinianos os mais próximos geneticamente do povo judeu de há dois mil anos. Isso não lhes confere um estatuto especial, mas apenas mostra o grotesco e a monstruosidade em basear a política em dados étnicos ou «rácicos». A política baseada em elementos raciais é uma clara negação dos Direitos Humanos, inscritos na Carta da ONU e inúmeros documentos oficiais em todos os países (incluindo Israel).
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terça-feira, 2 de maio de 2023

FRANCISCO GOYA «DOIS DE MAIO DE 1808»

 


INSURREIÇÃO EM MADRID CONTRA EXÉRCITO DE NAPOLEÃO

Goya realizou esta tela apenas em 1814 e não estava presente aquando dos acontecimentos de Madrid, de 2 e 3 de Maio de 1808. 
No entanto, a energia e veracidade da cena dão a impressão que o artista a presenciou. 
Goya (1746-1828) era um liberal. Não aceitava o poder absoluto, fosse ele dos Bourbon ou de Napoleão. As suas séries de gravuras «Os desastres da Guerra» mostram a brutalidade e crueldade de parte a parte, das tropas de ocupação e dos insurretos.
Os mamelucos formavam um pequeno contingente (uma ou duas companhias) da Guarda Imperial a cavalo, que Bonaparte tinha trazido para França quando deixou o Egipto. Eram sírios de religião cristã copta, pessoalmente ligados ao Imperador. 
Os insurretos deviam temê-los e detestá-los ainda mais que aos outros corpos do exército que ocupava Madrid.
O espaço é quase fechado, apenas se vê uma nesga de céu, o que corresponde às ruas estreitas do centro de Madrid. Porém, esta sensação de espaço fechado dá uma intensidade particular à cena. Note-se que os corpos dos humanos e cavalos ocupam praticamente a totalidade da tela.
Percebe-se a violência do combate de rua, com os guardas a cavalo, por um lado, armados com sabres e montando potentes cavalos e os populares, por outro. Estes, estavam apenas armados com uma espingarda ou facas, ou até de mãos nuas, para travar e derrubar os mamelucos.
 
Mameluco da Guarda Imperial 
em combate singular com dragão russo. 
A cor laranja avermelhada («garance») das calças do mameluco central que está a ser derrubado, corresponde à do uniforme em uso. No entanto, tem o efeito de focalizar a nossa atenção neste personagem. 
Por contraste, é em tons sombrios a roupa do popular erguendo o punhal que irá golpear o mameluco. É como se a mancha vermelha no quadro estivesse a anunciar o rio de sangue  jorrando dos guardas derrubados.
Emana deste quadro uma energia de tragédia: Tanto nos que assaltam a escolta, como nos guardas montados encurralados. Ambos estão a lutar pelas suas vidas, com desespero. 
Este quadro é um exemplo precoce de romantismo pictórico. Provavelmente, inspirou pintores mais tardios, como Eugène Delacroix (1798 - 1863) e outros, que compuseram quadros de batalhas com guerreiros orientais.

NB: Esta obra «reside» no museu do Prado. De momento, está a visitar-nos no Centro cultural de Cascais, com outros quadros e gravuras de Francisco Goya.