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terça-feira, 29 de abril de 2025

O COLAPSO DAS REDES IBÉRICAS DE ELETRICIDADE - ALGUMAS REFLEXÕES

 Tinha ido a Lisboa e circulava de automóvel no momento em que se deu o corte de energia elétrica (por volta das 11.15 h. locais, do dia 28.04.2025).

Primeira impressão: A ausência de luzes nos semáforos. Notei um trânsito não caótico, mas em que os condutores tomavam as devidas precauções para evitar colisões. A ausência de semáforos tinha o efeito de aumentar a consciência e condução responsável das pessoas!

Depois, fomos informados da escala do «apagão», por pessoas na rua; algumas tinham logo conhecimento de que este acidente afetara não só o país (Portugal), como a vizinha Espanha. Na realidade, apontavam um fenómeno atmosférico pouco usual, algures em Espanha, como causa desta quebra generalizada de eletricidade. 

Porém, ao longo do dia 28 de Abril, as pessoas foram deixadas no «escuro», não apenas literalmente, como também devido a uma ocultação «burocrática» pelo governo e pelas instâncias que têm por função gerir situações de emergência. 

Numa circunstância como esta, seria de esperar uma presença visível de polícia de trânsito nas ruas: Nada, ausência completa, da polícia de trânsito ou de outra. O papel da polícia não é de defender e ajudar a cidadania, como ingenuamente muitos pensam; é de guardar os poderes, o governo, os bancos, etc... Em caso de emergência, são estas as prioridades; a regulação do trânsito não cabe em tais prioridades!

Também tive conhecimento de que a CNN tinha propalado a (des)informação de que a avaria das redes elétricas ibéricas «tinha sido provocada pelos russos». O jornal «Observador» (de tendência direitista) precipitou-se a dar a «notícia», o que nos permite verificar que certos media, não só propagam uma ideologia neo-liberal, como inclusive propagam falsas notícias, com intuito claro de propaganda de guerra, que podem causar muito alarme e pânico. 

De facto, tem havido um mutismo completo, do lado das autoridades, sobre o que desencadeou esta enorme falha da rede elétrica: Porém, é evidente que, por detraz do motivo técnico pontual, é um facto que as redes não possuem sistemas de disparo automático (ou estes não funcionam) numa extensa parte do território europeu. 

Quando se dá uma anomalia da corrente num determinado ponto do sistema, há mecanismos instantâneos que cortam e isolam os subsistemas uns dos outros. Estes estão presentes noutros sistemas elétricos da Europa, onde acidentes em centrais e nodos elétricos não provocam tais quebras de energia na rede de países inteiros, mas apenas em determinados setores. 

De facto, a falha que afetou Portugal e Espanha e parte da França, Bélgica e Holanda, terá tido esta dimensão porque os sistemas de controlo europeus estão vetustos, não foram atualizados; terão talvez mais de 20 anos de atraso sobre o que seria o padrão de segurança atual. 

As empresas de geração e distribuição de energia elétrica têm sido privatizadas nos referidos países e noutros da UE. O efeito está à vista: As empresas de eletricidade,  uma vez privatizadas, deixam de investir na segurança, porque o seu único propósito é gerar lucro para os accionistas. O Estado está também culpado neste abandono dos padrões mínimos de segurança, pois não preenche adequadamente as funções que lhe cabem, por falta crónica de investimento. É a mesma situação, exatamente, que se verifica em relação aos sistemas públicos de saúde, de transportes, de educação, etc.    

Foi um momento pontual, mas que mostra às pessoas atentas, como os nossos Estados, tomados pela máfia «neo-liberal» desde há decénios, deixaram que os sistemas públicos (não apenas no setor da eletricidade) fossem fragilizados. Estes interesses privados e os governos neoliberais, são ambos os responsáveis do crónico sub-investimento nas infraestruturas dos nossos países.

PS: Algumas imagens dos apagões em Portugal, Espanha e França:


A reportagem atribui a origem do apagão a uma experiência em Espanha de 100% de «energia renovável» para manter o abastecimento elétrico... A «Agenda Net Zero».
Consulte também  a seguinte página:


Este video do EKAI CENTER APRESENTA UMA POSIÇÃO  SEMELHANTE À  MINHA

NB: ESCREVI o texto acima pouco tempo depois do fim do apagão. Como tenho tempo livre e imensa curiosidade sobre este tipo de coisas, dediquei algum tempo e energia ao assunto, lendo e ouvindo as mais diversas opiniões sobre as causas deste apagão. Consoante a tendência política dos autores dos blogs ou dos clips no Youtube, culpavam este ou aquele. Na verdade, os governos também não mostraram qualquer conhecimento e muito menos seriedade, ora avançando com uma explicação, ora com outra.
A incompetência não explica tudo, porém. Seria bem melhor para a imagem pública de um governo, apresentar os dados seguros, enunciar as incógnitas e nomear uma comissão de peritos para delucidar a natureza do fenómeno. 
 Evidentemente, para 'satisfazer' as pessoas, apresentaram explicações "provando" que se tratou de um fenómeno atmosférico pouco comum e de efeito improvável. Mas, esta explicação não satisfaz as pessoas que conservam um pouco de bom-senso e de lucidez: Estas, interrogam-se logo, se tal tipo de acontecimento não teria uma certa probabilidade de repetir-se, sobretudo não havendo um diagnóstico claro e incontroverso da ocorrência. Pelo que, naturalmente, as pessoas começam a colocar hipóteses diferentes (algumas fantasistas, outras não) das avançadas pelas autoridades.
Creio que estamos numa época bruta, em que os poderosos só estão preocupados com a sua sobrevivência política. Por outro lado, estão vassalizados pela classe oligárquica, sendo esta patologicamente destituída de qualquer empatia para com a humanidade "vulgar", que ela considera - mais ou menos- como "sub-humanos". Pensemos na proposta de diminuir a insolação com a formação de nuvens artificiais, causadas por agentes químicos. Manipulações deste teor podem desencadear efeitos secundários catastróficos, como a contaminação dos solos, por exemplo. Outras manipulações já produziram situações catastróficas, como vimos em relação ao vírus do COVID e às vacinas com genes virais, num suporte de ARN-m.
Deve-se exigir a imediata formação de uma comissão técnico-científica, independente dos governos, para analisar as causas do apagão e apresentar um relatório, acessível ao público.