«Um patrão exprime a sua opinião... está a falar sobre economia; um sindicalista exprime a sua opinião... é um discurso de militantismo» (citação do video abaixo)
Gosto bastante da abordagem deste jovem investigador francês em ética, que podeis ver/ouvir abaixo. Ele toca assuntos de grande relevância para a sociedade mundializada em geral, sobretudo em face da tentativa de retoma da hegemonia do «consenso» neoliberal que domina a paisagem dos meios de comunicação de massas (msm).
Nós encontramos amiúde um discurso em torno dos «factos», propalado de maneira acrítica, por aqueles mesmos que decidem se determinado facto é ou não relevante para colocar no seu órgão de informação... este simples raciocínio, que aliás pode ser perfeitamente legítimo se não for ocultado, mostra como o discurso do poder (do neoliberalismo) se «naturaliza» ao ponto dos reprodutores dessa ideologia não terem consciência de que o são, muitas vezes.
Como me tenho confrontado com fenómenos semelhantes desde há muito tempo, cheguei à conclusão de que devemos contrariar estas tendências totalitárias do discurso do poder através do nosso espírito crítico.
Devemos desconstruir o discurso ideológico, deve-se pensar criticamente por oposição a um «decorar» de factos ou de pseudo-factos, ingurgitados acriticamente e não susceptíveis de revisão, ou seja, transformados em peças de um «credo»...
Este programa é exigente. Não será fácil de seguir, mesmo por aqueles que estejam convencidos de que é o melhor caminho possível.
Só no longo prazo é que esta abordagem dá frutos, pois as pessoas «não-críticas» vão estar determinadas por «reacção a» isto ou aquilo, enquanto as pessoas com senso crítico (e auto-crítico) vão conseguir navegar melhor num oceano de tormentas, que virá - que JÁ está aqui - à medida que a crise terminal do capitalismo se agrava.