Na poltrona viajo sem mexer
Ciente dos perigos da estrada
Enquanto os pesadelos do sonho
Só nos dão um mau acordar
Passageiro.
Só percorro vales e montes
Montado na imaginação e basta
A realidade já não é perigosa
Nem nos traz grandes surpresas:
Tornou-se chata.
Percorrendo avenidas e atalhos
Recolho imagens únicas e vivas
Mais vivas que as da vida real
De tão reais que as exteriores
Empalidecem.
E como a matéria colorida,
Também a matéria sonora
Um tango ou sinfonia,
Entra pelos ouvidos adentro:
Sublime
Não aconselho viagens
Com drogas ou licores
O viajante dos sonhos
Deve estar ao leme
Do navio
E quando acordo na realidade
Que tem de ser, quotidiana
Acordo com profunda tristeza
De visionar um mau filme
É o que é!
Sem comentários:
Enviar um comentário