terça-feira, 21 de maio de 2024

OPUS. VOL. III 16 VIAGEM




 Na poltrona viajo sem mexer

Ciente dos perigos da estrada

Enquanto os pesadelos do sonho

Só nos dão um mau acordar

Passageiro.


Só percorro vales e montes

Montado na imaginação e basta

A realidade já não é perigosa

Nem nos traz grandes surpresas: 

Tornou-se chata.


Percorrendo avenidas e atalhos

Recolho imagens únicas e vivas

Mais vivas que as da vida real 

De tão reais que as exteriores

Empalidecem.


E como a matéria colorida,

Também a matéria sonora

Um tango ou sinfonia,

Entra pelos ouvidos adentro: 

Sublime


Não aconselho viagens 

Com drogas ou licores 

O viajante dos sonhos

Deve estar ao leme

Do navio


E quando acordo na realidade

Que tem de ser, quotidiana

Acordo com profunda tristeza

De visionar um mau filme

É o que é!


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