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sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

QUARTETO «DISSONÂNCIAS» DE MOZART

Este é um dos quartetos dedicados ao seu amigo e colega Hadyn. 

A peça explora a dissonância, discursando em todo o esplendor das sonoridades graves (violoncelo) e das contrastantes cordas agudas, numa réplica optimista, como quem diz... "afasta os maus pensamentos e olha a beleza da Natureza!" 
Sim, parece mesmo ser isso que esta música me transmite. Uma filosofia de vida, cheia de sereno optimismo, em face das mais penosas ou menos felizes ocasiões das nossas vidas.
Estas cordas que «falam ao coração», são um discurso pleno de sentido, dos sentidos que naturalmente se enunciam com esta naturalidade divinal do génio mozartiano.   


                            



Não existe, porventura, algo mais transcendente, que eu conheça, em toda a literatura para quarteto de cordas. 
Para mim, este quarteto ressoa de modo muito particular pois me acompanhou desde os tempos da minha juventude. Costumava colocar o disco vinil no gira-discos, quando sentia necessidade de me revigorar, de espantar ideias pessimistas, de tomar coragem e seguir em frente.
Parece difícil de transmitir a beleza e a força da música clássica? Creio que não, creio que as pessoas que se dão ao trabalho de escutar, não apenas ouvir, verão que merece a atenção prestada.