Porque razão os bancos centrais asiáticos estão a comprar toneladas de ouro? - Não é ouro em si mesmo que lhes importa neste momento, mas é a forma mais expedita de se livrarem de US dollars!!
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domingo, 15 de março de 2020

GESTICULAÇÕES POLÍTICO/ECONÓMICAS

Os dirigentes gesticulam - sem saber realmente o que fazer - para dar a impressão às pessoas, de que ainda estão «controlando» os mercados ...
- Perante a confluência de duas séries caóticas de acontecimentos, na saúde pública e na economia globalizada, os dirigentes, quer sejam governantes, banqueiros centrais ou gestores de instituições financeiras, o que fazem?
- Em vez de colocar «em cima da mesa» as questões, revelando claramente a sua gestão desastrosa durante um decénio, estão a reeditar a fórmula de 2008, ou seja, a inundar de liquidez os mercados.

Espero que, de alguma forma, venham a reflectir sobre o que abaixo descrevo pois, se insistirem em seguir o caminho da FED de Jerome Powell, vão desencadear a hiper inflação mundial. Para a economia real, para as pessoas, isto é que vai ser o pior!

Com efeito, Jerome Powell, no dia 12 de Março passado, accionou aquilo que se pode designar como a «bomba atómica» financeira, injectando no mercado «repo» (refinanciamento inter-bancário de curto prazo) a soma de 1,5 TRILIÕES de US $  (por comparação, o orçamento da defesa dos EUA é cerca de 700 biliões de US $). 

Nos dois gráficos abaixo, pode ver-se os efeitos desta injecção maciça de liquidez, nos mercados de acções (figura 1) e de obrigações (figura 2): foi de curtos instantes de «euforia», para logo retomarem a descida, terminando a sessão com perdas superiores às do «crash» de 1987.

Qualquer pessoa, dotada de um mínimo de inteligência, compreende que injectar somas astronómicas nos mercados, já não tem qualquer eficácia real. O remédio tem de ser de natureza completamente diferente. 
A «mezinha», usada pelos bancos centrais, tem contribuído para a CRISE SISTÉMICA, que assola o mundo, actualmente. 

                   

Figura 1: Efeito da injecção de 1,5 triliões de dólares no mercado de acções, dia 12 de  Março 2020.

                  

Figura 2: Efeito da injecção de 1,5 triliões de dólares no mercado de obrigações, dia 12/03/2020.