Muitas pessoas aceitam a situação de massacres de populações indefesas em Gaza e noutras paragens, porque foram condicionadas durante muito tempo a verem certos povos como "inimigos". Porém, as pessoas de qualquer povo estão sobretudo preocupadas com os seus afazeres quotidianos e , salvo tenham sido também sujeitas a campanhas de ódio pelos seus governos, não nutrem antagonismo por outro povo. Na verdade, os inimigos são as elites governantes e as detentoras das maiores riquezas de qualquer país. São elas que instigam os sentimentos de ódio através da média que controlam.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

O JOGO DOENTIO, PERVERSO, DA ATRIBUIÇÃO DE PRÉMIOS NOBEL

O interessante site «Off-Guardian» contém um artigo recente, que nos esclarece sobre o que tem sido a atribuição dos prémios Nobel, em espacial os Nobel da Paz. 

Não irei aqui referir em pormenor tudo o que o artigo contém, mas assinalo que ele mostra, com exemplos, até que ponto as escolhas são função de elementos de popularidade mediática, na época em que foram atribuídos e não propriamente pela coragem e rectidão dos personagens quanto à defesa da paz e dos direitos humanos.

Se existem ilustres casos de valentes combatentes pela paz, como Martin Luther King Jr., que pagou com a vida pela sua coragem, também existe o reverso... como Barack Obama, a quem foi concedido um Nobel, apenas com base num discurso (do Cairo) cheio de boas intenções, que depois, na prática, se traduziram pela maior escalada belicista dos EUA. 
Com efeito, o super-imperialismo dos EUA atingiu novo patamar com a presidência de Obama: 
- lembrem-se dos assassinatos com drones (muitas pessoas inocentes foram vítimas desses drones assassinos); 
- da promessa não cumprida de fechar Guantamano; 
- da dissidência de Al Quaida, que veio a designar-se por «Califato do Levante» ou ISIS, uma criação da CIA e das monarquias do Quatar, Arábia Saudita e outros, destinada a derrotar o regime Sírio, etc. 
Tudo isto são alguns dos actos pela paz (sic!) de Obama, durante a sua presidência.

                         

Outro receptor americano do prémio Nobel da Paz, foi Henry Kissinger, o autor da política de genocídio em relação às populações flageladas pela guerra do Vietname, que também atingiu o Laos e o Cambodja... e que ainda mexe muitos cordelinhos.
     
                       File:Henry Kissinger - World Economic Forum Annual Meeting Davos 2008.jpg

Mais recentemente, foi atribuído o Nobel da Paz a Aun Suu Kyi que deu plena cobertura à perseguição impiedosa/genocídio, pelos militares e pelos budistas de Myanmar, contra a etnia muçulmana Rohingya, acusada colectivamente de pertencer à «Al Quaida». 

                      Activists are angry at Aung San Suu Kyi's inaction over alleged atrocities against Rohingya in Rakhine [Dondi Tawatao/Reuters]

Para terminar, lembro que Julian Assange tem sido proposto ao prémio Nobel, em vão. 
Não conheço muitos casos de coragem e sacrifício em prol da paz e dos direitos humanos, que se possam colocar em pé de igualdade com o iniciador de Wikileaks.

                            

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