PÁGINAS SOBRE MÚSICA

sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

«TRANSIÇÃO ENERGÉTICA = DEPLEÇÃO DE RECURSOS MINERAIS» ?

Será a chamada «energia renovável» uma energia «limpa»? Será renovável, mesmo? Serão sustentáveis industrias e transportes baseados nas «energias renováveis»? Teremos de nos conformar em «decrescer ou morrer»?
Tudo isto merece reflexão.
Estou longe de ter uma posição definitiva sobre estes assuntos. Porém, existe grande falta de conhecimento e de sentido crítico nos que aderem a «sentimentos» ecológicos, não a uma ciência ecológica, baseada em factos. Os sonhadores devem - de tempos a tempos - descer às realidades terrenas. Afinal, é nesta Terra, finita, que temos de viver.

Primeiro, algumas fotos da coleção de «VLB» de projetos energéticos renováveis, ou não e sobre as minas onde se vão buscar matérias-primas necessárias à construção dos painéis solares, das eólicas, dos EVs, etc...
Abaixo das fotos, coloquei links/ elementos para construir um dossier, com várias perspetivas, em torno da energia renovável e dos recursos mobilizados para este fim.

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https://www.zerohedge.com/news/2021-12-28/pictorial-mines-around-world-part-ii

https://www.zerohedge.com/news/2021-12-29/pictorial-mostly-clean-energy-sources-around-world-part-iii

Algumas fotos da coleção de imagens dos links acima.


                     «Quinta solar» em Mount Signal


Barragem Hoover, represa


«Quinta eólica» na ilha Kodiak, Alaska

«Parque eólico» no Mar da Irlanda

Mina El Teniente, Chile

Grasberg, Indonesia


Mina de Kimberley dita «O Grande Buraco» 


Rio Tinto, Espanha
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ELEMENTOS PARA UM DOSSIER

Para além do lítio: 
https://www.youtube.com/watch?v=EoTVtB-cSps

Excelente explicação sobre problemas de rendimento das células fotovoltaicas:

Efeitos «colaterais» da energia eólica:

[Dr. Callum Nicholson] CULTURA EM CRISE: O que o COVID-19 revela em relação ao Ocidente

Culture in Crisis: what the COVID-19 pandemic reveals about the West and its prospects

 A conferência, no Danube Institute (Budapeste) por Dr Calum TM Nicholson pareceu-me muito apropriada para encerrar este ano de 2021. O conferencista aborda as questões com profundidade, num inglês puro (podem accionar as legendas automáticas em inglês). Vale a pena!

quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

CDC RECONHECE QUE TESTES PCR NÃO SÃO FIÁVEIS

 


É uma autêntica bomba. Não teria conhecimento se não tivesse o bom hábito de consultar - de vez em quando - o blog de Martin Armstrong

É estranhíssimo que o comunicado do CDC, datado de 24/07/2021, não tenha tido qualquer eco. É como se tudo fosse como dantes, como se os testes «PCR» não suscitassem dúvidas e fossem considerados oficialmente válidos para decidir quem «tem» COVID e quem não tem! As consequências são múltiplas. 

O CDC determinou que os testes atuais deixarão de ser válidos a partir de 31 Dez. 2021. Não se admirem que os fabricantes venham com novo(s) teste(s), como grande novidade, ocultando que o CDC, organismo oficial dos EUA, reconheceu publicamente desde Julho de 2021, que os testes atuais não satisfazem e que, por isso, têm de ser retirados!

https://www.cdc.gov/csels/dls/locs/2021/07-21-2021-lab-alert-Changes_CDC_RT-PCR_SARS-CoV-2_Testing_1.html

A consequência mais importante disto, é imediata: Não se pode confiar, nem dar crédito a qualquer teste «PCR» efetuado, mesmo quando ele é efetuado (o que não é sempre o caso) segundo as instruções. Com efeito, a razão de fundo da retirada do teste «PCR», segundo a própria CDC, é que este não DISCRIMINA ENTRE INFLUENZA (O VÍRUS DA GRIPE) E SARS-COV-2 (CAUSADOR DE COVID). 

As pessoas estão a ser duplamente enganadas. Primeiro, fazem-lhes crer que têm uma doença, quando o teste é positivo, mesmo sem quaisquer sintomas. Depois, verifica-se que o «teste» afinal, não pode merecer confiança, pois não discrimina entre a «gripe vulgar» e o «corona». Para cúmulo, tudo se passa, desde esta data de 24 de Julho deste ano, como se os testes «estivessem a decorrer dentro da normalidade científica e médica». 


Uma aberração e uma fraude, com muitas pessoas a beneficiar dela: os fabricantes de testes, os laboratórios que os efetuam; os grupos de saúde, especialmente, privados, que têm também interesse em rentabilizar os casos ditos de «covid»; os políticos, corruptos, comprados pelas grandes farmacêuticas e pelo lobby da medicina privada; por fim, a media, que continua a fingir que ignora, assim mantendo a população amedrontada; por um lado, alimenta a psicose de medo, por outro, faz o frete aos seus donos e sponsors.

Abram os olhos, se quiserem respirar ar mais puro e desintoxicar dos venenos mentais e físicos que vos andam a injetar, em permanência. 

Bom Ano de 2022! 

Que seja o virar da página. Que não se deixem levar por falsos cientistas e falsos médicos! Reconhece a verdade pelo seu conteúdo, não pelas aparências. 


quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

O Vaticano e seu poder temporal


Se nos cingirmos a aspetos objetivos, o Vaticano não deveria ser considerado como um Estado. Faltam-lhe atributos essenciais a um verdadeiro Estado. A «Santa Sé» joga na ambiguidade, herdada dos Acordos de Latrão e da Concordata com o Estado Italiano, de 1929 (no auge do poder do Duce). Como entidade estatal, o Vaticano deveria ter um órgão de governo próprio, mas a Cúria Romana não é isso, ela não tem o poder de tomar decisões, mas somente de aconselhar o Papa.
Em termos de diplomacia, o Vaticano tem embaixadas designadas por nunciaturas apostólicas. A partir destas, interfere muitas vezes nos assuntos internos dos Estados.
Enfim, na Igreja Católica, os seus membros devem obediência absoluta ao Papa, desde os graus mais baixos até aos de bispo e cardeal. Eles têm o chamado «munus eclesiástico», uma espécie de imunidade, face às leis dos países respetivos. Servem-se disso para se envolverem em assuntos temporais de toda a espécie. 
Nenhum Estado no mundo, além do Vaticano, tem estas características. Micro-estados, como San Marino, Mónaco, Lieschtenstein, ou outros, possuem as suas instituições civis, órgãos de governo, administração, tribunais, etc. No caso do Vaticano, as funções eclesiais e administrativas confundem-se, sobrepõem-se. 
O Vaticano  é governado por um chefe (o Papa) «por direito divino», ou seja, é uma teocracia. Enquanto Estado, é um anacronismo. 
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PS1: Veja-se o caso da morte suspeita de João Paulo I: mostra como por debaixo da «santidade» das funções do Vaticano, se desenvolvem as mais cínicas estratégias de poder.
 

terça-feira, 28 de dezembro de 2021

GEORGE GAMON: vai haver censura generalizada?


Tenho acompanhado os vídeos de George Gamon. Embora muitas coisas me separem dele, gosto de ver como ele aborda os assuntos de economia. Ele é realmente um «rebelde», se por esta expressão designamos alguém que está em total desacordo com os ditames da política, com as falácias da media corporativa e que afirma as suas convicções, sem prestar vassalagem, seja a quem for. 
Não comungo com a sua visão de um capitalismo idealizado, mas também não vejo (podem existir e eu não os conhecer) críticos anticapitalistas, capazes de por o dedo na ferida, de mostrarem realmente o que se está a passar nos mercados, nas esferas do globalismo ou na economia do dia-a-dia. 
Neste vídeo, ele lamenta o estado de enorme incivismo que se pode observar na sociedade. Não é apenas característica da sociedade dos EUA, de hoje: este incivismo tornou-se a consequência inevitável, não da pandemia, mas das medidas governamentais de confinamento e outras, que têm levado a tantas disfunções sociais e psíquicas. 
As pessoas, fora do contacto com outros humanos, apertadas em suas «gaiolas», rapidamente desenvolvem uma grande dose de frustração. Não importa que lhes forneçam meios de subsistência e até algum divertimento. A essência dos humanos passa pelo relacionamento recíproco.
Queria aproveitar este vídeo para alertar mais uma vez para a necessidade de reforçarmos as nossas ligações na família, com os amigos, com os colegas, com os vizinhos. Estamos ainda a tempo de remediar, de restabelecer uma saudável convivência, um equilíbrio dentro de nós próprios e com os outros. 
Sem esta viragem, todas as soluções que se queira imaginar, na política, na economia, etc., ficarão carentes de sentido, mesmo que em abstrato sejam «bem pensadas». O tecido social é como um tecido do nosso corpo. Cada célula individual contribui para a coerência do todo. Não somos unidades intercambiáveis, nem somos robots. A nossa felicidade depende totalmente dos outros. Não há maneira de sermos felizes se mergulhados num ambiente de infelicidade. 

É bem conhecido que a alegria, o riso, são contagiosos. Porquê?
- Porque temos isso dentro de nós, de nos sentirmos atraídos pelo que nos dá prazer. Quando reagimos a qualquer situação rindo ou sorrindo (espontaneamente) estamos a dar «uma injeção» de hormonas do prazer em centros do nosso cérebro. Quando a hilariedade e o bom humor se espalham num grupo de pessoas, é como se estivessem todas sob o efeito desta «injeção». 

A melhor arma que temos, é sermos mais humanos, mais carinhosos, uns para com os outros. Mais solidários no sentido verdadeiro, mais disponíveis para partilhar, para celebrar os bons momentos. Não precisamos de nos confrontar permanentemente às coisas más, que nos vêm de fora. Fazê-lo não é sensato, nem produtivo. 
Estarmos atentos ao que se passa, não é estarmos hipnotizados por aquilo que os senhores deste mundo querem. Se fizermos isso, estamos a cair no jogo deles. Se nos virarmos uns para os outros, em convívio saudável, confraternização, em amizade sincera... nenhuma força tirânica nos poderá vencer!

 

domingo, 26 de dezembro de 2021

OS TAMBORES DA GUERRA SOAM MAIS ALTO...

... MAS CONTINUAIS DISTRAÍDOS!

                    
                     
Forças russas num treino militar

O risco de um confronto generalizado não é discutido.
As sanções contra a Rússia e contra a China, são formas de separação radical do mundo em várias partes. Como visão «geoestratégica», é a mais absurda e primitiva que se pode imaginar nesta era.
As ameaças de cortar a Rússia do sistema SWIFT, que têm sido agitadas periodicamente, são apenas uma ocasião para esta desenvolver (ainda melhor) um sistema alternativo, que já existe e que está em funcionamento. Possivelmente, vai expandir-se com outros parceiros, com a China e outros, não sujeitos do Império USA.
A Rússia e a China são grandes países, com poderosos meios e cujos governos estão bem cientes das ameaças de Washington e dos seus lacaios da NATO.
Há alguns anos, a Rússia eliminou praticamente da sua dívida externa os ativos dependentes do dólar (obrigações do Tesouro US, etc.) e também se tornou largamente autossuficiente - e mesmo exportadora - nos alimentos, respondendo assim às sanções dos europeus, submissos aos americanos.
Vejam no gráfico abaixo. A partir do final de 2019, a dívida externa da Rússia é muito baixa. Se ela precisasse de saldar agora as suas dívidas externas, as reservas de divisas do banco central e dos seus bancos estatais chegariam.

             
Na guerra híbrida que estão a levar a cabo contra a Rússia, desde 2014 e contra a China, desde 2017, muitas das sanções (Nota: são atos de guerra económica) têm um efeito boomerang: São mais prejudiciais para os países que as fazem , do que para os visados.
Nota-se um aumento da estabilidade do sistema financeiro dos países da Organização de Cooperação de Xangai, onde China e Rússia são os principais, o que permite que a crise económica seja muito mais suave nestes.
As dificuldades da China, decorrentes duma economia fortemente exportadora, estão a ser enfrentadas: Há uma viragem para um maior consumo interno, para a diversificação dos mercados e para a complementaridade das economias. A China tem os problemas de abastecimento de energia largamente resolvidos, graças à cooperação com o Irão e com a Rússia.
Os russos não precisam de vender o seu gás à Europa Ocidental pelo Nordstream II. Têm compradores na China e noutros países. Mas os europeus têm que arcar com as consequências da não entrada em funcionamento de Nordstream II: Uma limitação energética, apenas aliviada com gás liquefeito vindo dos EUA, transportado por navios, evidentemente muito mais caro. Se isto não é exatamente a definição de «tiro no pé», então o que será?
A agressividade dos centros de poder atlantistas e globalistas não abranda, no entanto: Eles estão congeminando a próxima «pandemia». Desta vez será uma «pandemia cibernética», uma série de ataques de falsa bandeira, para dar pretexto a que imponham um regime ainda mais severo de sanções contra a Rússia e a China.
Veja como Klaus Schwab nos ameaça a todos:

               

Para eles, globalistas, o tempo de concluir o «Great Reset» chegou. Eles vão servir-se de toda a panóplia para conseguir neutralizar a resistência dos povos.
Claro que, por ora, sabem que não podem escravizar seus adversários mais poderosos. Sabem que somente poderão fazer «contenção» e «guerra híbrida». Isto também serve como forma de manter aterrorizados e dominados os governos do Ocidente, desejosos de se mostrarem «leais» à Grande Cabala.
Porém, no seio das sociedades que eles dominam, que ironicamente auto- designam por «democracias», estão a implementar um regime totalitário, com sistemas de vigilância («tracking»), com campos de internamento para dissidentes «covidianos». Criam uma dependência completa de muitas pessoas em relação ao governo, com o Rendimento Básico Universal. Devido aos «lockdown» e às várias restrições de atividades, milhares de pequenas e médias empresas ficam na falência: Isso não os aflige, ajuda-os a submeter ainda mais a população. Através da imposição da obrigatoriedade vacinal, montam um sistema de vigilância generalizado, que será aplicado noutras circunstâncias, com ou sem pretexto sanitário.
Estas manobras implicam um planeamento complexo, num número restrito de centros de poder. A ofensiva contra as liberdades civis está muito bem coordenada.
A «Cimeira para a Democracia», destinada a construir conivências entre governos ocidentais CONTRA os «arqui-inimigos» China e Rússia, não deveria merecer senão o desprezo e denúncia, por parte das esquerdas. Mas, infelizmente, elas foram cooptadas ou emudecidas e isso não é de agora. Com efeito, a sua resposta à tomada de poder globalista sob pretexto da crise do COVID, foi nula ou, até mesmo, foi de aprovação.
Andam também os governos da Europa sob direção americana, a fazer tudo em relação à Ucrânia, para reacender o conflito com as repúblicas separatistas do Don. Esta manobra suja e criminosa serviria para atrair a Rússia, para ela se imiscuir no vespeiro ucraniano, com o objetivo de aumentar o nível das sanções e, eventualmente, criar uma situação análoga à do Afeganistão nos anos 80, nas fronteiras europeias da Rússia.
A estratégia globalista para completar o «Great Reset» está patente, numa simulação lançada pelo WEF chamada “cyber polygoon. Em resumo:
- Os bancos irão fechar durante vários dias e a atividade bancária «on-line» não estará disponível. Não teremos acesso nem poderemos ver as nossas contas.
- A «suspensão de dívidas» será implementada, incluindo o cancelamento de dívidas. Note-se que a dívida de um é o ativo (as poupanças) de outro. Esta será a «solução» que nos será vendida para resolver a tal «ciber-pandemia». Eles dirão que isto TEM de ser feito para salvar-nos a todos.
- A relação de câmbio recíproco entre as divisas principais vai ser descontinuada. Deste modo, deixará de haver pagamentos em dólares USA, Euros, Libras, etc. As divisas serão de novo ativadas, mas com um severo corte, quando se transformarem em divisas digitais dos bancos centrais.
Parece que estas medidas são loucas, mas veja-se o que se passou com as divisas mais fracas (caso de Portugal) aquando da passagem ao Euro. Tiveram o seu câmbio inteiramente ditado pelos países mais fortes. O mesmo se irá passar, mas numa escala enorme e com mudanças de câmbios abismais.
A media vai mascarar estas manobras, que afinal se traduzem pelo empobrecimento massivo de uns e pelo enriquecimento de outros. Vão acusar, como de costume, os russos e os chineses, de estarem por detrás dos hackers. 
O ciberataque de falsa-bandeira é que irá supostamente tornar indispensáveis todas estas medidas .
Será uma espécie de arma de destruição massiva, que irá anular a autonomia das classes médias, nesses países.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

[J. S. BACH] SINFONIA DO ORATÓRIO DE NATAL

ORATÓRIO DE NATAL, BWV 248 DE JOHANN SEBASTIAN BACH


                             Bach: Weihnachtsoratorium, Sinfonia - Sir John Eliot Gardiner

quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

ECONOMIA: TRÊS DEMOLIÇÕES EM CURSO

 1-  EVERGRANDE E CRISE DO IMOBILIÁRIO NA CHINA

Na China, as poupanças das famílias têm estado investidas a 75% no imobiliário. Nos EUA e na Europa, o imobiliário representa cerca de 25% dos ativos das famílias.

Nas condições do boom inicial da economia chinesa, dos anos 90 até há bem pouco tempo, investir no imobiliário era a maneira «segura» de se obter mais-valias, visto que havia um crescimento enérgico da economia. Por outro lado, mantinha-se a tradicional tendência dos chineses em aforrar. Quanto a investimentos em ativos financeiros, as bolsas não inspiravam confiança a muitas pessoas, o capitalismo na China é algo recente.

Perante a enorme dívida de «Evergrande» , gigante do imobiliário chinês, Xi Jin Pin deu a entender que não haveria um resgate pelo Estado, quer de Evergrande, quer doutros, que partilhavam o colossal mercado. Isto significa que muitas pessoas de posses modestas terão suas poupanças fortemente diminuídas. Muitas venderam ao desbarato apartamentos, outras ficaram a dever ao banco somas bem superiores ao valor do imóvel que tinham comprado, com dinheiro emprestado. Muitos bancos, sobretudo ao nível regional, estão em maus lençóis e vão precisar de um resgate estatal. 

O resultado das falências atuais e em perspetiva, é que muita capacidade instalada nas empresas de imobiliário vai ter de ser reorientada. Muitas destas empresas acabarão por ser adquiridas por empresas estatais, ou por parcerias públicas-privadas. Vai haver uma realocação dos meios de produção, num sector que estava há muito tempo a desperdiçar matérias-primas, capitais e mão-de-obra. 

Portanto, aquilo que me parece mais provável é que esta crise irá doer a muitos, mas - por outro lado - haverá uma aceleração do programa do PCCh de dinamizar o mercado interno, de modo que a produção industrial chinesa não esteja tão virada para as exportações, mas também para o consumo interno.  

2-  A DESTRUIÇÃO DA LIRA TURCA

Na Turquia, Erdogan sonha ser o «guia» do Islão político, quer fazer renascer o esplendor do império otomano. A sua demagogia levou-o a provocar uma crise monetária, económica e financeira, ao teimar que os juros altos é que causam a inflação. Os economistas, no mundo inteiro, estão de acordo em que é exatamente o contrário: Os juros altos vão estimular a poupança e logo, fazer diminuir a massa monetária em circulação. Haverá menos dinheiro para comprar os bens na economia. O efeito, quando os juros aumentam, é de diminuição da inflação. 

A destruição do valor da lira, por muitos discursos e truques que Erdogan faça, está garantida. Parece óbvio que esta política vai exacerbar a inflação, cronicamente alta na Turquia. A inflação acelerou bastante, desde Setembro passado. No presente, o valor oficial da inflação ronda os 20%, mas será maior, na realidade. 

Alguns observadores colocam a hipótese de ser um ataque deliberado ao poder de compra da população, para embaratecer o custo do trabalho e propulsionar assim as exportações turcas. Mas eu penso que esta destruição do valor da lira atingiu uma proporção tal, que não pode ser benéfica. Veremos o que acontece no próximo ano.

Não seria impossível que, perante a situação catastrófica, Erdogan decida criar uma nova unidade monetária. Talvez com indexação ao ouro, visto que o banco central da Turquia tem comprado ouro em grande quantidade nos últimos anos?
- Neste caso, a «nova lira turca» e as obrigações de dívida soberana, terão muita procura se possuírem a garantia de serem cambiáveis em ouro.
A destruição do valor da lira terá um desfecho: Não poderá manter-se tal situação por muito tempo. Ela implica um sofrimento enorme para as classes mais pobres, um descontentamento popular e o risco da desestabilização política associada.

3- O «QUANTATIVE EASING» VAI CONTINUAR 

As manobras de J. Powell e da «FED» pretendem manter uma espectativa sobre a capacidade de controlo da inflação nos EUA, o que na realidade não possuem. Os investidores americanos, ou estrangeiros, com ativos denominados em dólares gostariam que assim fosse. 

Porém, o euro- dólar não é controlável por ninguém, por nenhum banco central. Os «euro -dólares» são, muitos deles, emitidos fora da jurisdição dos EUA: São triliões de dólares, em mãos estrangeiras (não apenas na Europa, mas em todo o mundo), presentes em todos os mercados, dos mercados de divisas, aos de matérias primas. As possibilidades de controlar os movimentos dos euro- dólares, pela FED ou por qualquer outra entidade dos EUA, são zero. A acumulação de triliões em divisa americana, fora dos EUA, deu-se ao longo de decénios: desde Bretton Woods (1944), o dólar foi moeda de reserva mundial e principal divisa comercial internacional.

A política externa de Biden, teleguiada pelos «neoliberais- neoconservadores», entrincheirados no aparelho de Estado americano, tem sido no sentido de hostilizar a Rússia e a China. A Rússia despejou, há algum tempo, o excesso de dólares que detinha no banco central, comprando muito ouro. As suas vendas de gás e petróleo à China e a outros parceiros, representam uma parte importante das suas exportações: os pagamentos não estão a ser efetuados em dólares, mas nas respetivas moedas dos países, ou em ouro. Os chineses tinham acumulado mais de 1,2 triliões de dólares, em «bonds» do Tesouro americano, devido ao seu excedente comercial crónico com os EUA. Estes bonds têm sido escoados: primeiro convertidos em dólares e depois gastos para investimento nas Novas Rotas da Seda. 

O congelamento ou a diminuição do comércio sino-americano afeta os chineses, mas é mais prejudicial para os EUA, que não têm a infraestrutura industrial (exportaram-na para a China!) para substituir as importações vindas do gigante asiático. 

O resultado disto é a continuação da produção (digital) de dólares, sem contrapartida, em bens ou serviços: É a destruição lenta do valor do dólar, em relação ao que valia  no início do século XX. 

Aquando da criação da FED (1913), o dólar tinha um determinado valor em relação ao ouro, correspondente a uma determinada capacidade aquisitiva. Desde então, calcula-se que terá perdido ~97% do seu valor. Ao ponto de um dólar de hoje, comprar aquilo que podia ser adquirido apenas por 2 cents em 1971, quando Nixon unilateralmente desindexou o dólar do ouro.

Sabemos que está aberta, há algum tempo, a corrida para a desvalorização das divisas - o euro, o yen, a libra, etc. etc. A destruição de valor irá «justificar» a introdução - em simultâneo, ou num curto intervalo de tempo - de divisas digitais dos bancos centrais.
Estão - os bancos centrais e os governos - a contar com isso para iludir as pessoas. Mas, as dívidas não se vão embora. O que vai acontecer é que os sistemas de pensões de reforma e de segurança social, o Wellfare State, vão ser sacrificados. Será um «default» encapotado. Ou seja, a promessa feita às pessoas já reformadas e aos futuros reformados, não será cumprida. A mesma coisa, em relação aos subsídios de desemprego e aos apoios na doença e na invalidez.
Portanto, as perdas de uns (do lado mais fraco) serão camufladas, mas não se irão embora, como é evidente: Serão dívidas que os Estados e os sistemas públicos ou privados de Pensões e Segurança Social, esperam fiquem «extintas» pelo falecimento dos seus beneficiários.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

[Gregory Sokolov] Mozart - Sonata para Piano Nº.12 em Fá maior, K 332

 A sonata nº12 para piano, mostra um Mozart na plenitude das suas capacidades criativas e feliz. Esta e as outras duas sonatas (nº10 e nº11), foram provavelmente compostas em Salzburg numa estadia em 1783, quando foi apresentar a sua esposa Constança, a seu pai, Leopold.  

https://www.youtube.com/watch?v=DK_owDX5WOE

                                    

Grigory Sokolov é um grande interprete, sempre bom servidor da música, um interprete como eu gosto de ouvir. 


terça-feira, 21 de dezembro de 2021

FALSIFICAÇÃO DO REAL ENQUANTO ESTRATÉGIA

 As palavras servem para educar, para informar, para esclarecer, mas também servem para confundir, para agredir, para iludir.

Apenas breves apontamentos sobre o papel, hoje mais do que nunca, da propaganda disfarçada de informação a todos os níveis, dos domínios económico e financeiro, ao ideológico.

A necessidade dos governos ditos democráticos se servirem da propaganda rebatizada «public relations» (relações públicas) foi teorizada e, de certo modo, posta em prática, por Edward Bernays. A propaganda tornou-se tal, que as realidades ficaram completamente ofuscadas para o público, em geral, crédulo e desinformado, mas com a ilusão (isto, também, efeito da propaganda) de estar mais bem informado, do que jamais no passado. 

A dominação, o poder, será sempre uma questão de saber-se quem detém o controlo económico e militar, mas com uma componente de propaganda, que se disfarça de «informação», «educação» e «ciência». Neste contexto, a cidadania deve ser levada a seguir o caminho traçado pela oligarquia. Para o poder, será muito mais fácil ele realizar seus objetivos com a adesão passiva, o consentimento fabricado, da cidadania. 

No mundo de hoje, ditaduras que realizam o esmagamento sangrento da dissidência, não são raras, contrariamente ao que possa parecer, mas esta modalidade violenta não é a preferida pelos poderosos, pois eles sabem que correm certos riscos: Nem todos os ditadores do passado, tiveram morte tranquila no seu leito. Só recorrem à ditadura aberta, quando não têm outro meio de manter ou de retomar o poder.

Nos dois anos que estamos a viver e sob a cobertura da pandemia de COVID, estão a ser transferidas imensas riquezas, dos mais fracos economicamente e dos Estados, para a posse de multimilionários, das grandes corporações, da grande banca e da finança privadas. 

Esta transferência objetiva tem a cobertura dos Estados, de instâncias supranacionais (OMS, FMI, UE. etc.) e da media corporativa, ponta-de-lança da propaganda ao serviço dos poderosos. Ela é acompanhada pela violação das constituições, dos direitos individuais e coletivos, particularmente, em nações que antes se apresentavam como um «modelo» de democracia liberal*.

Verifica-se a verdade afirmada por Che Guevara e por muitos outros, de que: «Os  Estados burgueses mais democráticos transformam-se em ditaduras, quando eles - burgueses - sentem o seu poder seriamente ameaçado. Nessa ocasião, deixam de ser democratas e passam a ser fascistas.» 

É isto que se está a passar e as forças políticas que se autoproclamavam representantes dos oprimidos, da classe trabalhadora, ao nível dos seus chefes e grupos parlamentares, alinharam plenamente no golpe. Vimos casos de partidos «de esquerda» serem os mais exigentes no cumprimento das restrições impostas, para demonstrar (a quem, senão aos seus donos?) que eram cumpridores das diretrizes vindas do verdadeiro poder. 

Creio que o efeito de obscurecer, camuflar, de fazer manobras de diversão, foi fundamental para o golpe ter sucesso. Sem isso, era impossível a monstruosa operação, que levou, no mundo inteiro, à ruína de muitos milhares de pequenos e médios empresários, ao desemprego de milhões de trabalhadores e à miséria de incontáveis pobres, que resvalaram para a indigência. Isto passou-se,  com a total conivência  e indiferença das classes possidentes e governantes das nações. Porém, se é verdade que o mundo está largamente globalizado, então, aquilo que se passa em «Wall Street», terá efeitos catastróficos nas ruas de Calcutá ou de Nairobi. 

Em 2020, a falsa narrativa saiu imediatamente, ela estava bem preparada e ensaiada: A epidemia de COVID (real, mas banal, como tem havido muitas e bastante benigna, em comparação com os registos históricos das pandemias)  foi cozinhada de modo a parecer um cenário de catástrofe, com um vírus «incontrolável», «sem tratamento eficaz» e, sobretudo, «muito mortífero». As pessoas caíram nessa rede de mentiras, com a consequência de aceitarem como «mal necessário» os confinamentos e outras restrições à sua liberdade. Esta primeira operação (iniciada em 11 de Março 2020) teve um tal êxito, para os globalistas, que eles rapidamente adotaram a estratégia de «terror covidiano», com a imposição de ditadura vacinal

Relativamente ao passe vacinal, já expliquei noutros artigos que o objetivo não é sanitário. Trata-se de conseguir o rastreio permanente e ubíquo, a possibilidade de controlo de tudo o que se faça, e mesmo de «empurrar» as pessoas a consumir, na quantidade que eles acharem: isto está previsto, com o dinheiro 100% digital. Estes são objetivos reais. Estão anunciados claramente, pelo Fórum Económico de Davos e pelo BIS (Bank of International Settlements). É este o verdadeiro objetivo do pânico fabricado e da imposição de vacinação. 

Mas, embora isto seja importante para a oligarquia, a sua ofensiva não irá parar aqui: Eles sabem que são criminosos. Sabem que seus crimes são tipificados - pelos Códigos de Nuremberga e pela jurisprudência do Tribunal Penal Internacional, sobre genocídios e crimes em massa, cometidos em vários países. Têm de obter a impunidade permanente, de ficar «acima das leis».

Como se verifica já ao nível dos Estados, ditos democráticos, a capacidade de fazer respeitar a Lei que emana diretamente das constituições, foi subvertida. Os governos tornaram-se ditatoriais, subvertendo as constituições respetivas, sem que houvesse séria oposição da magistratura. Esta, em grande parte e salvo honrosas exceções, curvou-se: Fingiu que aquilo que os governos faziam estava de acordo com a ordem constitucional, quando eles sabiam que não era assim.

Estamos portanto numa etapa pré-totalitária, como caracterizou Hannah Arendt, onde a legalidade anterior -embora se mantenha formalmente em vigor -  é letra morta. Quem é o produtor de leis, o juiz exclusivo interpretando essas leis e o controlador de que estão a ser bem aplicadas? É o executivo, o governo, apoiado por uma fação política. A mesma situação ocorreu no século XX, em várias ditaduras. Só que estas ditaduras, para se instalarem, tiveram de enfrentar uma grande resistência, por isso houve uma repressão mais brutal.

As pessoas que julgam invalidar o argumento acima, apontando a existência de eleições, que se desenganem: Estudem a história contemporânea e verão que eleições não são incompatíveis com ditadura. Pelo contrário; esta ilusão permite que as pessoas acreditem que «existe democracia, pois há eleições». 

Umas eleições, mesmo que formalmente respeitem os preceitos, são feitas no contexto duma media controlada pelos que detêm o poder económico e, portanto, também político. São eles que decidem qual a largura da «janela de Overton»: Decidem quais opiniões são aceitáveis e quais as pessoas e correntes de opinião, que devem ser censuradas, excluídas, pois estão «fora do consenso» (Nota: consenso fabricado por eles!). 

Nestas condições, embora não se saiba exatamente qual a composição do governo seguinte, isso não importa, pois os que são realmente candidatos ao poder (e não a assentos em bancadas da oposição) sabem quais os limites do que podem, ou não, fazer. Têm de o saber, enquanto lacaios dos muito poderosos. Com efeito, estes, são os principais doadores, que lhes subsidiam as campanhas eleitorais e lhes alimentam as contas em off-shores. Isto é bem conhecido de todos, inclusive das autoridades judiciais: Mas, não são inquietados. 

Isto, não é apenas típico de países periféricos, como Portugal. Existem provas de corrupção, ao mais alto nível, nos EUA, na França, na Alemanha, etc. A conclusão é que, aquilo que chamam «democracia», tornou-se numa farsa. 

Quanto à questão da subida constante da extrema-direita, que rejeita qualquer modelo democrático, embora se sirva das eleições para o acesso ao poder, já não pode ser vista como «sendo culpa exclusiva da extrema-direita». O que se tem vindo a constatar, é que os regimes do «Ocidente», ditos democráticos, há decénios que estão numa deriva: cada vez mais autoritários e corruptos, cada vez mais parecidos com ditaduras, pelo que as suas posturas, face à real ameaça da extrema-direita, são também cada vez mais fracas. 

E depois, chega um momento em que os patrões de uns e de outros - os grandes capitalistas - decidem que o regime de democracia «para-lamentar» já não serve. Nesse momento, este regime entra numa crise aguda e morre de colapso cardíaco. Os novos poderes, a «respeitável» direita nacional-socialista, irão servir muito melhor os objetivos de manter a multidão tranquila, com as necessárias doses de repressão e de demagogia. 

Após um certo intervalo de tempo, que pode ser de decénios, as «elites», que governam por detrás dos cortinados, decidem que o desgaste do regime autoritário começa a ser prejudicial, ou potencialmente catastrófico (perigo de uma revolução vinda «dos de baixo»). Vai substitui-lo, através de uma «revolução», por novo regime, mas sempre sob o controlo dos mesmos. 

As pessoas só podem recorrer a si próprias, aos seus iguais, à entreajuda e solidariedade verdadeiras. As formas de auto-organização em cooperativas, ou outras formas, tornam-se como as «boias de salvação», num naufrágio. Nas circunstâncias criadas, muitas pessoas vão sofrer. É mais provável que sofram mais, caso fiquem passivas ou equivocadas, caso não tenham consciência clara de que não há salvação no Estado, no Partido, na Igreja, ou qualquer outro poder exercido sobre o povo. 

Para sobrevivermos nesta tormenta, teremos de fabricar, nós próprios, nossas «boias» e  «barcas salva-vidas». É indispensável construirmos tais meios ANTES da catástrofe se abater e reforçarmos os já existentes. Também implica aprendermos (ou reaprendermos) a ter um comportamento humano, uns em relação aos outros: «Respeitar e fazer respeitar a igualdade de direitos», é um sempre atual - e frequentemente desprezado - princípio ético. 

Note-se que, hoje, os oligarcas (Clinton, Soros, etc.) manipulam alguns esquerdistas, anarquistas, ecologistas, etc. que se tornam seus agentes. São eles, os oligarcas, que têm acendido os fogos da discórdia, da divisão. Deste modo, conseguem dominar tranquilamente na esfera económica e financeira, pondo o fogo - por vezes literalmente - nas sociedades, fragmentadas pelos fanatismos identitários.

Eu acredito que as pessoas têm um grande potencial, que são inteligentes. Todos percebem que é muito melhor que haja cooperação, do que antagonismos. 

Ingénuo? - Talvez, mas o certo é que não estou interessado na perpetuação duma sociedade da desigualdade extrema, da arrogância, do hedonismo, da opressão e da alienação. 

Acho que psicopatas e sociopatas, apenas, são favorecidos por tal contexto. Mas, o seu poder é ilusório. Irá ruir num instante, quando as pessoas acordarem e compreenderem como têm sido enganadas.

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*O problema principal dos sistemas políticos da UE, é o afunilamento da democracia à existência de eleições. Esta visão estreita já vem de longe, tem sido promovida durante décadas. Ela ajuda a manter a massa inibida, inerte, perante um ataque frontal às suas liberdades individuais (liberdade de palavra, de movimentos, de trabalho, etc.) e às liberdades coletivas (liberdade de associação, de reunião, de manifestação, etc.). Porque as pessoas deveriam perceber a incoerência fundamental em suspender ou restringir ou suprimir as liberdades, com o pretexto de combater uma epidemia viral. Devia ser claro para as pessoas, que isso era um mero pretexto, um expediente para reforçar (como num golpe de Estado, que realmente é) o controlo sobre os cidadãos, por parte do Estado, para além de tudo o que é tradicionalmente considerado aceitável. Proibir a alguém de trabalhar, de subsistir por não querer ser inoculado é de uma crueldade absoluta, idem, em relação a ter as crianças (não inoculadas) na creche ou escola. Concordo com Mesmet em como existe um efeito semelhante à hipnose, pois as pessoas não estão a «ver» aquilo que deveria ser evidente.

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PS1: No gráfico abaixo, relativo aos EUA, mas que será semelhante na Europa, vê-se como a disparidade entre ricos e pobres se alargou, nas últimas duas décadas. Os discursos de que «somos uma grande família», de que «temos todos os mesmos interesses», etc. falham redondamente e não podem convencer as pessoas que vivem cada vez com maiores dificuldades. Elas podem ver muito bem as riquezas que se acumulam, nos muitos ricos. A propaganda não pode suprimir o real.



domingo, 19 de dezembro de 2021

ÚLTIMAS GUERRAS DO IMPÉRIO

Costuma-se dizer que os generais são competentes em emitir opiniões sobre como as forças armadas sob seu comando deveriam ter atuado na última guerra. Mas, incompetentes em relação à guerra seguinte, pois a vêem pelo prisma  da última guerra  passada. Evidentemente, isto aplica-se com particular acuidade ao Pentágono e ao seu chefe nominal, na Casa Branca.
Estranhamente, a «húbris», ou «embriaguez da vitória», não se dissipou nos estrategas de gabinete, apesar dos desaires contínuos destes últimos anos. Eles são somente peritos em pressionar para aumentos nas rubricas da «Defesa» dos orçamentos;  não  esperem que eles vejam com realismo o que vai pelo mundo. O orçamento de «Defesa» dos EUA, para o próximo ano, subiu mais uma vez, apesar deles terem uma guerra a menos que custear.
Todo o mundo olha - com um misto de receio e descrédito - a figura que faz o maior superpoder nuclear, com a maior concentração de armamento e capacidade destruidora que jamais existiu, ao comportar-se de forma totalmente irresponsável, não apenas na retirada vergonhosa do Afeganistão, como na cruel e contraproducente utilização de sanções, embargos e capturando os ativos financeiros e o ouro pertencentes ao Estado do Afeganistão. Esta punição coletiva afeta, não o governo dos Taliban, mas a população paupérrima, após duas décadas de ocupação, pelos EUA e NATO.
Não nos deve surpreender que estas coisas aconteçam com o Partido Democrata ao comando. Historicamente, ele tem sido mais belicoso que o partido republicano. Tem iniciado mais guerras, ou tem agravado as existentes, tem promovido golpes e feito alianças contranatura com regimes reacionários. Claro que o desempenho do Partido Republicano, ao longo da história, também não lhe fica longe. Na verdade, com ambos os partidos nas mãos dos grandes fabricantes de armas, dos contratistas mercenários, dos diversos fornecedores dos militares, e ainda da «sopa de letras», DIA, NSA, CIA, das 17 agências de «inteligência», não se pode esperar grande diferença, a este nível, entre os dois partidos que se alternam no poder.
É realmente insólito que um estado-maior duma nação poderosa, dispondo de todos os meios sofisticados para avaliar a situação, não se aperceba que tudo o que tem feito vai piorar a situação estratégica dos EUA e seus aliados.
Se a coordenação entre os outros dois superpoderes militares (a Rússia e a China) está cada vez mais aperfeiçoada, isso deve-se - em grande parte - às constantes provocações e ao desrespeito pelos compromissos assumidos pela NATO e pelos EUA, ao longo dos últimos decénios em relação a estas duas nações.
Por outro lado, a postura agressiva, o «bullying» contra governos e povos muito mais fracos, em vez de mostrar a força do Império, mostra a sua fraqueza. Eles deixaram-se enredar duas vezes em guerras de desgaste mas, nestas, o desgaste maior foi das forças americanas e seus aliados. O Iraque e o Afeganistão foram dois completos fiascos, no que respeita aos objetivos proclamados: A implantação de democracias de tipo ocidental e a consolidação da presença dos EUA e NATO nestas regiões. Quanto ao aspeto de catástrofe humana, eles pensam que, ao não contabilizarem os mortos resultantes das suas invasões e ocupações, se livram da etiqueta de genocidas. Talvez se livrem dela, junto de uma faixa do público americano, anestesiada pela propaganda. Nos restantes países, mesmo os vassalos dos EUA, a imagem das guerras imperiais dos últimos vinte anos é desastrosa. É impossível censurar e deturpar tudo, em todo o lado. Wikileaks e Julian Assange tiveram um papel de relevo. Esta, foi a razão de fundo da bárbara vingança anglo-americana, o «processo de extradição» sobre o jornalista e editor australiano.
Querem nos manter no medo, com relatos sobre os sofisticados armamentos russos e chineses. Compreendo que os russos e os chineses não desejem ser aniquilados militarmente, invadidos, subjugados, repartidos, etc. Recentemente, aconteceu isso na ex-Jugoslávia ou ainda na Líbia, país em guerra civil permanente, na miséria total e onde existem mercados de escravos. Era o país com maior nível de vida e maior índice de bem-estar humano, em África, antes de ser «libertado» pelas forças euro-americanas.
Na realidade, os falcões nostálgicos da Guerra Fria nº1 gostariam que a Rússia invadisse a Ucrânia, e/ou a China invadisse Taiwan. Como eles ficariam felizes se os russos e chineses fossem cometer esses erros!
Mas, na verdade, estes generais de secretária e peritos em geoestratégia com mentalidade do século passado, seguem o modelo ultrapassado de Mac Kinder, um geógrafo que teve muita influência e aconselhou o poderoso Império Britânico no auge do seu poderio.
É preciso serem imbecis completos para achar que ambos os seus rivais serão suscetíveis de cair em tais armadilhas. Sim, eles podem tentar ataques de «falsa bandeira», provocações. Mas, felizmente para TODAS as nações (incluindo EUA!), em face deles não têm dirigentes e equipas do poder completamente autoiludidas, fracas, corruptas, cheias de arrogância. Esse estado de espírito é o típico dos círculos neoconservadores americanos e da media ocidental que difunde a histeria anti- China e anti- Rússia. Tomam as próprias fraquezas e perversidades, como sendo as dos seus adversários. Estão a projetar sua mente patológica nos outros. Na verdade, estão a ver-se ao espelho!
Há pessoas que acham que ter uma posição coerente pela paz é igual a copiar a Rússia, ou a China. Mas essas pessoas estão iludidas. Não preciso de ter qualquer entusiasmo pelos regimes desses países. Seria absurdo eu pretender imitar a maneira como os meus vizinhos gerem as suas respetivas casas. Mas, não é nada absurdo querer manter relações cordiais com eles. Pelo contrário, que cada qual tenha o seu espaço próprio, o seu modo de viver e pensar. Cada um que viva, sem interferir com a vida do próximo. Não é isto uma atitude adequada? - Muito precisamente, o que Rússia e China querem que os EUA e seus aliados respeitem.


Não há dúvida; uma guerra longa e desgastante abateu-se sobre os nossos povos, outrora portadores dos valores de liberdade, do respeito pelos direitos, a igualdade de tratamento, a não-discriminação, tudo isto aplicado tanto na esfera pessoal, no interior das sociedades, como entre países, na esfera internacional.
Enquanto os povos do Ocidente não se livrarem dos grandes oligopólios e das classes políticas corruptas, vai continuar a pairar a ameaça de guerras, com nações e povos que não queiram submeter-se.
Mas, isto só acontece porque existe internamente uma guerra surda, contínua. Uma guerra das classes opressoras sobre seus povos respetivos. Como diz Warren Buffett: É a classe capitalista que está a ganhar, neste momento, essa guerra.
Embora não tenha ilusões sobre os «nossos» dirigentes, espero que os generais tenham bom senso. Que não precipitem uma guerra. Uma 3ª Guerra Mundial, além de desastrosa em si mesma, será, no mínimo, o precipitar definitivo dos orgulhosos ocidentais para uma nova idade das trevas, uma nova era obscura.
Talvez os povos acordem antes disso e percebam os perigos. Hoje em dia, uma guerra nuclear pode ser desencadeada, sem haver real vontade política, por acidente.

PS1: Através da perseguição e desrespeito continuado e deliberado dos direitos fundamentais de Julian Assange querem intimidar todas as pessoas, jornalistas ou outros, que sejam testemunhas e queiram denunciar os crimes do Império. 
Veja Nils Melzer, sobre a tortura feita a Julian:

PS2: A «Húbris» dos que ditam, por trás da ribalta, o comportamento dos políticos, não tem limites: Estão decididos a provocar uma guerra com a Rússia, utilizando provocações das forças nazis ucranianas, em relação às duas repúblicas separatistas do Don. Esperam assim atrair a Rússia para outro lodaçal, semelhante ao do Afeganistão: 

sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

ANO DE 2021: O QUE EU APRENDI

 O ANO DE 2021 ESTÁ QUASE A ACABAR. ELE É VISTO DE MANEIRA MUITO DIFERENTE, CONSOANTE SE ACEITE OU NÃO A NARRATIVA DA COMUNICAÇÃO SOCIAL CORPORATIVA. 

A media de massas tem a capacidade de influenciar de forma decisiva a visão das coisas, os valores, os comportamentos e mesmo os sentimentos mais profundos das pessoas. 

Esta visão da realidade é infundida não sem intenção ou enviesamento. É que a media corporativa, para todos os efeitos, é um instrumento dos muito poderosos que nela investiram, justamente para que ela trabalhe a favor deles, a favor de sua visão do mundo, dos seus candidatos políticos preferidos e das narrativas, nos moldes mais favoráveis, em relação a múltiplos temas.

Devo dizer, com grande mágoa, que nunca imaginei que os meus concidadãos fossem tão passivos, tão incapazes de defender a sua liberdade, a liberdade concreta, em todos os planos da sua vida pessoal e social. Este adormecimento, parecido com hipnose, é um «feito» das ciências comportamentais, que outrora se integravam nas «ciências humanas», mas que terão de ser designadas de «ciências desumanas». Pois elas forneceram os saberes e técnicas na base do condicionamento, da criação de uma psicose coletiva, do exercício sádico do poder e o desencadear dos reflexos gregários ("ficar dentro da manada").

Não tenho dúvidas sobre o significado geral da regressão. É efetivamente uma regressão civilizacional. Chamá-la «tecno-fascismo», «tecno-feudalismo», ou outro nome qualquer, não é o mais importante. O mais importante é desencadear a luta - pacífica - pela reapropriação da nossa liberdade, do respeito pela pessoa, pela autodeterminação do ser humano, que não pode - de forma nenhuma - ser forçado ou coagido (ver o código de Nuremberga) a  participar em experimentações no seu corpo e pessoa. 

As pessoas que guardam consciência e senso moral, ao ponto de se sacrificarem pelo bem comum, são poucas. Existem algumas na profissão médica e noutras profissões da Saúde, que souberam manter a cabeça erguida, e respeitar o seu compromisso de tudo fazer pelos pacientes, nada contra eles. Estes profissionais de saúde são, para todos nós, um exemplo a seguir. A partir de certo ponto, «obedecer às ordens ou diretivas» é ser-se conivente com atitudes criminosas.

Agora, com a variante Omicron, falsamente apresentada como muito perigosa, as pessoas deveriam ter percebido, finalmente, que se trata afinal duma manobra de intimidação e manipulação. O objetivo é assustar as pessoas, para elas se deixarem encurralar novamente em confinamentos, para mais restrições à liberdade, para a imposição do «passe sanitário» e mais divisões no seio da sociedade.  

Deveriam ter percebido, mas ainda não o fizeram. Mattias Mesmet ensina-nos que o condicionamento social mais efetivo é o de monopolizar a atenção. Quando a atenção é obsessivamente monopolizada num único objeto ou conceito, as pessoas ficam num estado semelhante à hipnose.

Outras, apercebem-se do que se está a passar, mas calam-se: têm demasiado medo, preferindo fingir que aceitam a narrativa oficial. Preferem aparentar conformidade à norma social dominante, para não estarem sujeitas à repressão, para não serem votadas ao ostracismo. 

As que vocalizam o seu protesto, são pessoas muito diversas, politicamente e nos outros planos. Mas são descritas como tendo «posições extremas» embora haja grande número de pessoas que pensa como elas, em toda a sociedade. Obviamente, as qualificações deste género são  destinadas a que os restantes elementos da sociedade não sintam solidariedade nem sequer curiosidade. Já estamos em pleno na propaganda do fascismo tecnocrático. Ele está rapidamente a espalhar-se como um cancro. Hoje, não há dúvida de que tem sido inseminado e difundido a partir de centros de poder facilmente identificáveis, desde os think tanks conservadores, até ao Fórum de Davos ... 

Dentro das minhas limitadas capacidades, neste blog, assim como em conversa pessoal com familiares, amigos e colegas, tentei desfazer as mentiras, dar informação sonegada, fazer valer os pontos de vista que desagradam necessariamente aos poderosos, pois desmascaram o seu jogo. Mas, sei que isto é uma gota de água no oceano. Porém, não vejo outro modo, senão educar as pessoas. É preciso que o nosso discurso faça contraste com o dos demagogos. É preciso deixar bem claro que todas/todos estão a ser vítimas dum grupo restrito de super - milionários, que conseguiram tomar o controlo nos Estados ocidentais, chantageando governos e instâncias representativas (parlamentos, partidos, associações, sindicatos, etc.). Mas o seu poder não é tão  grande como  parece : Quando esta conclusão for a de uma significativa maioria de pessoas, então a monstruosa conjura eugenista vai ruir como um castelo de cartas. Não há possibilidade desta construção inteiramente artificial durar:
- Primeiro, existem, nos países atingidos por esta onda, muitas pessoas que captam o essencial da estratégia deles.
- Segundo, outros países não estão capturados por esta loucura, estes irão sair-se muito melhor que os países «ocidentais» e esse contraste não pode ser ocultado, no médio/longo prazo. 
-Terceiro, as próprias consequências nefastas das «vacinas» vão ser cada vez mais visíveis, com o tempo. 
Estes três fatores farão com que muitas pessoas acordem e compreendam que foram enganadas.
Claro que não tenho uma bola de cristal, mas se conjugarmos a desestabilização e gestão desastrosa da pandemia, a crise sanitária decorrente das «vacinas» de ARNm e o sofrimento social causado com o colapso da economia, tudo está em aberto. A partida não está ganha para os globalistas, porque se abre o campo para enormes movimentações, no sentido duma emancipação e libertação das sociedades e dos indivíduos.
Os regimes totalitários que tentem instalar-se hoje, não serão estáveis. Ao contrário dos regimes totalitários no Século XX, os de agora não poderão durar. Qualquer totalitarismo baseia-se, em última análise, na mentira, que vai oprimir as suas vítimas e impedir seus adeptos de compreenderem a sua monstruosidade. Agora, por um lado, os meios de condicionamento de massas alcançaram uma grande eficiência mas, por outro, tornou-se tecnicamente impossível obliterar a verdade, pois ela se espalha agora por demasiados canais, por demasiados meios, em todo o mundo. Não creio que isto seja «wishful thinking». O cenário que se apresenta agora como inevitável, mesmo aos olhos dos mais míopes, é o duma catástrofe económica, política e social; eu não o desejo, de modo nenhum. Porém, estou convicto que as oligarquias, os globalistas, estão com a chamada «húbris», com a embriaguez da vitória. Assim sendo, irão acumular erros. O primeiro dos seus erros é o de minimizar as capacidades de avaliação crítica dos seus próprios súbditos: Quem nos diz que as forças repressivas, nos vários países, vão continuar insensíveis, a reprimir o povo, obedecendo e protegendo os governantes corruptos? Sobretudo quando estiver patente que os compromissos vergonhosos deles com os multimilionários trouxeram e agravaram a catástrofe? Esta catástrofe também se abaterá sobre as cabeças dos elementos das «forças da ordem» e de seus familiares.

Neste blog, ao longo do ano de 2020 e de 2021, foram publicados artigos, meus ou doutras pessoas, sobre estas temáticas. Se verificarem as datas de publicação, muitos factos foram confirmados como certos, mas esse reconhecimento  só  ocorreu muito depois de publicados neste blog. Porém, alguns negaram-se a considerá-los, sequer: Avaliaram exclusivamente o portador das mensagens, em vez do conteúdo destas!
Não tenho bola de cristal, mas tenho bom senso e dedico muito tempo a pesquisar os diversos assuntos.
O meu único "galardão" é a adesão de pessoas do mundo inteiro. Tem havido uma média de 600 a 700 leituras quotidianas do blog e não lhe faço qualquer publicidade, não o reproduzo em quaisquer plataformas ou redes sociais. Apesar disso, a partir do princípio deste ano (2021), o número diário de visitas multiplicou-se por 10 e continua em crescimento. Contento-me em escrever o que penso, de modo refletido, não por impulso temperamental.

Boas Entradas para o Ano de 2022! Que seja um ano de retoma dos valores da democracia e de derrota dos seus inimigos!