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quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

CRISE DO IMOBILIÁRIO NA CHINA DESENCADEIA TSUNAMI MUNDIAL, ECONÓMICO E FINANCEIRO


 
Sim, estou convencido que estamos perante um tsunami económico e financeiro. Ele vem da China, com repercussão em todos os mercados de crédito. 

Com efeito, a crise do imobiliário chinês (cerca de 30% do PIB da China) não se ficou por «Evergrande», com a sua vertiginosa descida em bolsa, os episódios pondo em dúvida o atempado pagamento de juros e de reembolso dos seus «bonds». 

Assiste-se a uma queda dos dominós, uns a seguir aos outros, e não há nada que o governo de Pequim possa fazer, além de facilitar ao máximo o crédito das empresas e facilitar os procedimentos de cobrança dos montantes de vendas já concluídas.  

A crise estende-se agora à empresa «Country Garden», a nº1 do imobiliário, que tinha, até agora, classificação positiva pelas agências de «rating» internacionais. Isso fazia com que seus instrumentos de dívida (notas de crédito, obrigações) fossem comprados nos mercados internacionais. 

A crise não pode ficar confinada à China, porque existem demasiados investimentos ocidentais nos diversos setores (não só no imobiliário) que apostaram nas empresas chinesas, como investimentos «seguros», com alta taxa de rentabilidade. 

O Ocidente vive, há algum tempo, num contexto de crise de produção decorrente da limitação na obtenção de uma série de produtos (semicondutores e componentes eletrónicos diversos). A China está com dificuldade em produzir estes componentes, não só para exportação; mesmo em abastecer o seu mercado próprio. As grandes marcas de automóveis e de eletrodomésticos, na América do Norte e na Europa, encontram-se em paralisia técnica.

O desencadear desta crise logística, tem relação com as políticas estritas na China, que decidiu aplicar as medidas mais severas, na esperança de diminuir ao máximo a possibilidade dos jogos olímpicos de Inverno de Pequim ficarem manchados por um alastramento incontrolado do coronavírus.  

É irónico que este conjunto de circunstâncias ocorra num momento em que os governos ocidentais se apercebem que foram longe demais nas políticas de restrição relativas à pandemia de COVID. Estão, à pressa, a tentar minorar a situação de carência aguda de mão-de-obra. Nalguns casos, recrutando mesmo trabalhadores com sintomas de COVID, já não se importando afinal com a segurança sanitária. 

De qualquer maneira, os loucos anos de subidas sem limite das bolsas (sobretudo ocidentais) terminaram: Jerome Powell e a FED bem podem esboçar um «apertar do cinto» (QT= Quantitative Tightening). Isso não terá qualquer efeito real. É uma tentativa somente de maquilhar a responsabilidade da FED e de todos os outros bancos centrais ocidentais, na génese desta crise. Powell vai «apenas» presidir ao colapso da finança e economia mundiais. 

                          

Aí vamos! Para o maior colapso das nossas vidas; a caminho duma década de depressão. Quando os mais lúcidos observadores da economia, desde Jim Rickards a Ray Dalio, passando por Egon Von Greyerz, tinham avisado o mundo da finança, há imenso tempo... em vão!

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8 comentários:

  1. O discurso de Davos, do Presidente Xi, não é um sinal de fraqueza face à plateia globalista. Segundo Pepe Escobar, o que Xi veio dizer aos multimilionários, é - em síntese - que a «Globalização 2.0» somos nós, China: http://thesaker.is/mr-xi-plays-davos-man/

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  2. https://www.youtube.com/watch?v=EUuGQpWbtjg

    Muito esclarecedor sobre Country Garden!

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  3. https://www.youtube.com/watch?v=NxEDHUBnQZw
    A crise desencadeada pela política de zero tolerância das autoridades chinesas:
    O COVID será um pretexto, tudo me leva crer que sim.

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  4. Estes encerramentos de portos, «causados» pela política de zero tolerância, têm um efeito devastador nas economias dos países importadores.
    https://www.youtube.com/watch?v=KBaOefnreQc

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  5. Ninguém sabe até onde irá a crise de dívida na China e qual o efeito na economia global.
    https://www.youtube.com/watch?v=UN39_cTb81g

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  6. Hoje, 25/01/2022 aquilo que poderia ser uma «correção apenas», das bolsas, pode tornar-se muito pior porque a FED se coloca na posição de «caminhar na corda bamba» e estes equilibrismos acabam quase sempre mal.

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  7. Lynette Zang diz-nos que estamos perante uma mudança de padrão, que tem muito significado. A inversão da curva do juro (yield curve)
    https://www.youtube.com/watch?v=_E-y4J303EQ

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  8. Lynette Zang diz-nos que estamos perante uma mudança de padrão, que tem muito significado. A inversão da curva do juro (yield curve)
    https://www.youtube.com/watch?v=_E-y4J303EQ

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