PÁGINAS
segunda-feira, 25 de agosto de 2025
Ex-Primeiro Ministro de Singapura sobre o estatuto de Taiwan
domingo, 24 de agosto de 2025
GLENN GOULD INTERPRETA BACH
Glenn Gould consegue cativar a minha atenção do princípio ao fim, desfiando cada andamento de cada partita como uma narração única.
A qualidade destas interpretações foi reconhecida com a designação de «Gravações do Século», ou seja, são gravações de referência para intérpretes e apreciadores de música barroca.
sábado, 23 de agosto de 2025
DMITRI ORLOV FALA SOBRE A GUERRA NA UCRÂNIA - O GOLPE FINAL
A Rússia não está interessada em ser «sócia» nesta empresa de neocolonização, por duas razões simples de se perceber:
- 1º Seria acusada de explorar e escravizar os ucranianos, levantando mais rancor, alimentando prováveis movimentos de sabotagem ou de guerrilha anti-russa.
- 2º A imensidão da Rússia e a quantidade de riquezas minerais inexploradas são largamente suficientes para garantir um futuro de bem-estar para a população, se as referidas riquezas ficarem em mãos nacionais russas e controladas pelo poder político, de forma a não serem sujeitas à predação de capitalistas nacionais e internacionais.
De qualquer maneira, aconselho-vos a ouvir Orlov. Dmitri foi viver nos EUA com os seus pais, quando menino e regressou à pátria russa há poucos anos. Tem numerosos livros, um dos quais é particularmente interessante, pois estabelece o paralelo entre a decadência e colapso do império americano e do império soviético:
- Ele prevê que o caos e miséria nos EUA ultrapassem a catastrofe dos anos 1990 da Rússia pós-soviética, de predação pelos oligarcas (locais e internacionais). Nos anos da presidência de Bóris Iéltsin, a Rússia sofreu uma «hecatombe» populacional, devido ao brusco desaparecimento das estruturas sociais que sustentavam a população mais pobre, mais idosa...
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ALGUNS ARTIGOS SOBRE DMITRI ORLOV, NESTE BLOG:
DMITRI ORLOV SOBRE O PRESENTE E FUTURO
Dmitry Orlov & Jeffrey Sachs: DUAS VOZES DE PAZ
sexta-feira, 22 de agosto de 2025
A reforma de fogo do Papa Leão
segunda-feira, 18 de agosto de 2025
Novas evidências sobre a origem, evolução e extinção dos neandertais
domingo, 17 de agosto de 2025
sábado, 16 de agosto de 2025
UMA DAS OBRAS REVOLUCIONÁRIAS, QUE MAIS TEM EXPOSTO O CAPITALISMO
Estou a falar-vos da «Beggars Opera» de John Gay, com música de Christoph Pepusch, estreada em Janeiro de 1728. A gravação aqui apresentada, foi gravada em 1991, na Igreja St. Paul em New Southgate, Londres, Reino Unido.
Esta peça de teatro musical, que foi um sucesso em Londres na época, mostra os caracteres de personagens com a crueza satírica duma crítica social, a mais impiedosa que este século produziu.
ACONTECE QUE ESTE SÉCULO XVIII, FOI...
- O século do triunfo do capitalismo mercantil
- O século das «Luzes» e da liberdade de crítica nos países que não estavam sujeitos à Inquisição
- O século em que se deu a secessão da colónia americana da coroa britânica, em resultado da guerra revolucionária, com a independência dos Estados Unidos.
- O século em que eclodiu a Revolução Francesa, com todas as suas peripécias épicas e sangrentas.
Esta peça serviu de inspiração à dupla Brecht-Weill para a famosíssima «Ópera de Três Vinténs» (1928).
Ambas as óperas possuem uma estrutura mais aproximada ao teatro popular: Ambas têm numerosas partes faladas (não com recitativos cantados, como era norma na ópera «séria»). As partes cantadas são de sabor popular, com letras e melodias fáceis de memorizar. Os acompanhamentos evocam música de fanfarra ou de teatro de rua, sublinhando a natureza «reles» dos personagens (um sub-mundo de criminosos, prostitutas, proxenetas, receptadores, agiotas... ) por oposição ao que se considerava ser assunto próprio da ópera, como as paixões de «altos personagens», como os reis, os príncipes e os heróis...
A contribuição destas obras para a transformação da visão sobre o teatro e a ópera, pode ser avaliada pelo facto destas terem tido, em quase 300 anos, uma carreira notável nos palcos, no cinema, nas gravações em disco e na adesão do público, incluindo público «popular» não apreciador de obras musicais eruditas.
sexta-feira, 15 de agosto de 2025
VIVALDI : «STABAT MATER», O ESPLENDOR DO CANTO SACRO
Alguns compositores conseguem encher-nos de maravilhamento com singelas combinações de notas, em melodias sustentadas num tecido harmónico. É o caso de Vivaldi, na beleza do seu Stabat Mater e de muitas outras obras sacras, que incluem Gloria, Dixit Dominus, Salve Regina e um grande número de motetes.
O conjunto da obra vocal de António Vivaldi, em especial a de caráter sacro, seria por si só suficiente para colocá-lo em lugar cimeiro da música barroca, mesmo que sua obra instrumental fosse completamente desconhecida.
O Calcanhar de Aquiles do Império USA
Mais de 80% destes minerais são produzidos pela China. A mineração e refinação de terras raras é um investimento pesado, só susceptível de dar produtos para as indústrias, num prazo não menor que 10 anos.
Também em tecnologias de mineração, concentração e purificação, a China possui um avanço tecnológico considerável.
A força dos EUA e da OTAN (equipada com material bélico americano) é um bluff. Mas a loucura criminosa dalguns dirigentes políticos e militares desta aliança é susceptível de nos precipitar - a curto prazo - num Apocalipse nuclear.
quinta-feira, 14 de agosto de 2025
OS FINANCIADORES DO NAZISMO
quarta-feira, 13 de agosto de 2025
A HISTÓRIA DE MARIA SEGUNDO O CATOLICISMO
A Assunção da Virgem, de Ticiano
Antes de mais, qualquer pessoa profundamente cristã, seja de que denominação for, não deve sentir-se ofendida e não deve considerar que neste escrito pretendi apoucar a figura de Maria, Mãe de Jesus.
O que irei descrever é relativo à maneira como o cristianismo, primeiro perseguido pelas autoridades instaladas no poder na Judeia, sob o império romano e - seguidamente - também pelo próprio império romano, acabou por se transformar numa religião de Estado do império romano, levando à extinção oficial dos cultos ditos pagãos e mais ainda a moldar as narrativas relacionadas com a vida de Jesus e dos apóstolos, da maneira mais conveniente para o poder da época.
Com efeito, desde a mais alta antiguidade, surgem relatos de «virgens» que miraculosamente dão à luz um Deus ou semi-deus, ou um profeta, que está assim marcado -desde o início- com a marca do maravilhoso, do milagroso. Em muitos relatos bíblicos, são descritos «milagres», ou seja, acontecimentos que não se conformam com a «ordem natural das coisas» e reveladoras da vontade de Deus, direta ou indiretamente, através dos sacerdotes, profetas, evangelistas e santos.
Estamos a falar de uma era profundamente crente, mas que não faz a destrinça entre o sobrenatural insuflado nas obras divinas e o que passa por sobrenatural, num exercício destinado a convencer os fiéis.
Sabemos que os relatos dos Quatro Evangelhos canónicos, escritos todos eles muito depois dos acontecimentos relatados e mesmo depois da morte de Cristo, são unânimes relativamente à virgindade de Maria, embora esta unanimidade não tenha estatuto de «testemunho» direto, apenas de relato perpetuado de geração em geração.
O concílio de Niceia, convocado por ordem do Imperador Constantino e sob a sua atenta vigilância, pronunciou-se sobre uma série de questões em disputa no seio dos doutores cristãos. Estes procuravam fazer valer a sua versão dos acontecimentos, em polémica uns com outros. Aqui, tal como em muitas outras circunstâncias, o resultado que está consignado no «Credo Niceno» é o produto de disputas de poder dentro da Igreja Cristã. Esta já não era uma comunidade de seguidores diretos de Jesus, mas uma igreja poderosa, profundamente marcada pela sua transformação em religião de Estado.
Mesmo dentro daquele corpo de doutrina muito estricto havia lugar para especulação, relativamente à forma concreta como Maria ficou grávida de Jesus. Dizer que «foi obra do Espirito Santo», não adiantava muito, pois o Espírito Santo, todos concordavam que estava em todo o lugar, sendo emanação de Deus todo-poderoso (o Deus trinitário do «Pai-Filho-Espirito Santo). O catolicismo, ou seja a versão do cristianismo mais próxima do papado de Roma, insistia que tinha sido uma conceção «imaculada», como se a conceção pela via natural fosse «pecado». Uma característica constante do catolicismo, em todos os períodos, era ver pecado em tudo, em especial na vida sexual e amorosa dos crentes, de forma a que eles se sentissem «pecadores» de várias maneiras e formas, e logo precisando da confissão e absolvição dos pecados para poderem continuar a participar na comunidade, na missa, a receber a hóstia durante a comunhão e os sacramentos, em geral.
Depois do Concílio de Trento, em meados do Séc. XVI, os reinos católicos, além da própria Igreja, promulgaram a doutrina oficial da «Imaculada Conceição de Maria». Ao fazê-lo, estavam oficializando uma doutrina que não tinha objetivamente apoio em nada, senão na tenacidade dos teólogos mais «fundamentalistas».
Quanto aos cristãos reformados e protestantes, qualquer que fosse a sua obediência (anglicana, calvinista, anabaptista ou luterana), eles consideravam que esta inovação do Concílio de Trento era totalmente arbitrária e que impunha aos católicos acreditarem em algo absurdo. Surgem assim expressões irónicas, como «emprenhar pelos ouvidos», que exprimem a incredulidade sobre gravidezes ocorridas sem haver ato sexual «normal».
Mas o Concílio de Trento e a Igreja Católica (papal), não apenas produziram este contra-senso teológico e biológico, como também imaginaram sem base nenhuma, que Maria, depois do falecimento, ascendeu aos céus e foi diretamente ao Paraíso, para junto de Deus. Esta ascenção aos céus é relatada em quadros muito belos de grandes pintores, os quais estão, ou estiveram, nos altares dos templos consagrados a Maria. Em geral, em todos os templos católicos ou até em casas particulares, é frequente encontrar-se imagens da «Ascenção da Vírgem». Estas imagens mostram Maria com traços duma jovem mulher, sobre um crescente de Lua (símbolo ancestral de fertilidade), com uma auréola de santa e com anjinhos que voejam em torno dela.
A Ascenção aos Céus de Maria tornou-se o coroar da teologia destinada a criar a figura de uma Deusa, uma figura divinal feminina, mas destituída dos aspectos eróticos das mulheres reais e das divindades femininas da antiguidade, assim como das religiões pagãs contemporâneas. A esta entidade divinizada da Virgem foi atribuído o papel de «intercessora», à qual os crentes deviam prestar culto e pedir que ela intercedesse por eles/elas, junto de Deus, para obter o perdão dos seus pecados. Para a mentalidade dos católicos, a figura da Virgem era vista como mais «poderosa» junto de Deus, que qualquer outro Santo católico, pois tinha a característica única de ser a Mãe de Cristo.
Os católicos que desprezam as outras religiões, nomeadamente as religiões politeístas, estão equivocados quanto à sua própria. Na realidade, a versão protestante do cristianismo, poderá ser considerada como tendente ao monoteísmo, embora não deixe de afirmar o dogma da Trindade (Deus sob forma Tri-una : Pai, Filho e Espírito Santo).
Mas os católicos, têm milhares de santos e santas, oficialmente reconhecidos e venerados em igrejas e noutros lugares. Quanto à Virgem Maria, ela é mais do que uma simples Santa: Ela tem as características duma Deusa, graças à longa tradição da teologia católica. Esta divinização de Santa Maria, Mãe de Deus, é considerada por não poucos protestantes como uma grave heresia, na medida em que alça uma pessoa - por mais Santa que tenha sido - à posição divina e assim é colocada para adoração dos muitos seguidores do catolicismo.
COMO O CAPITAL PLANEIA DISPENSAR A POPULAÇÃO EM " EXCESSO"
terça-feira, 12 de agosto de 2025
EMIGRAÇÃO E NACIONALIDADE NO PASSADO E NO PRESENTE
NENHUM TERRITÓRIO É PERTENÇA DUM GOVERNO
Na realidade, os territórios em que não existe acesa contestação sobre «a quem pertençam» os mesmos, são a imensa maioria. Alguns são contestados, são reivindicados por dois ou mais povos; nestes casos, existe geralmente um governo, reconhecido internacionalmente, que «gere» o referido território e uma parte da população repudia esse governo, nega-lhe legitimidade para governar no referido território.
Mas, se não virmos as coisas de modo superficial, verificamos que não existe nenhum decreto, seja ele proveniente de «lei natural» ou «divina», que legitime a pertença de um dado território para um determinado povo, ou nação. Apenas, o argumento da tradição, a continuidade no povoamento, ou seja, o facto da imensa maioria dos autóctones ter nascido no referido território, tal sendo também o caso dos seus parentes e antepassados. Será este o significado etimológico de «pátria»: "minha pátria é a terra de onde são meus pais e onde eu nasci"...
Isto não exclui que certas pessoas se estabeleçam e vivam num determinado território, sendo reconhecido o direito de que os indivíduos - em certas condições, mais ou menos restritivas - possam adquirir a nacionalidade. Trata-se claramente de uma decisão política, de um ato político, por oposição a uma circunstância «natural», inerente ao estado das coisas. Lembremos que, durante a revolução francesa de 1789 e anos seguintes, a cidadania francesa foi conferida a indivíduos de variadas nações, que vieram apoiar o governo revolucionário. A Assembleia Nacional francesa achou por bem conferir-lhes o estatuto de cidadãos. Estiveram neste caso polacos, irlandeses e indivíduos doutras nacionalidades... Portanto, do ponto de vista político, muitos países reconhecem o direito de aquisição da nacionalidade a indivíduos não nascidos nesse território. São automaticamente nacionais os que nasçam no território dessa nação. A nacionalidade também é dada logo ao nascimento, a quem nasça no estrangeiro, de pai e mãe dessa nacionalidade.
No caso de aquisição de nacionalidade por estrangeiros, é preciso que satisfaçam certas condições, as quais variam de país para país, determinadas pelas respectivas entidades políticas ... Note-se que aqui entra em jogo uma dupla vontade: A do indivíduo, que procura adquirir a nacionalidade; a da entidade política, que a concede.
Tudo isso terá sido mais ou menos bem concebido pelos legisladores, sobretudo ao longo dos últimos duzentos anos, partindo do princípio de que a emigração seria um fenómeno marginal (em termos estatísticos), que as pessoas deixavam o seu país de origem com uma clara intenção de obter trabalho no outro país, e que finalmente eram propriamente «sangue novo» que se ia acrescentando a um rítmo que não subvertia o conjunto das características étnicas, culturais e mesmo políticas da nação receptora dessa imigração.
Porém, no nosso século e nos finais do século passado, a imigração já não é constituída por fluxos «naturais» de pessoas. Há muitas causas para a emigração, a mais frequente sendo económica, mas mesmo esta pode resultar dum empobrecimento acelerado de um país em consequência de uma guerra civil prolongada (veja-se o caso da Síria), pode ser devido a uma ruptura por fenómenos naturais (reativação de vulcões, terremotos violentos, alterações climáticas, etc.) com efeitos catastróficos nas condições de vida, até da própria habitabilidade num dado território. Ou seja, as condições na pátria dos indivíduos que aí viviam, tornaram-se muito insatisfatórias ou mesmo impossíveis de se viver. É natural que emigrem para outras paragens, de modo a terem a possibilidade de ganhar a vida, em termos humanamente decentes. Muitos destes casos dramáticos acabam por cair nas garras de redes de tráfico de seres humanos, submetidos aos mais bárbaros e cruéis tratamentos, enquanto as entidades dos países ricos costumam fingir que não sabem, ou que nada podem fazer.
No caso da emigração de pessoas oriundas de países em catástrofe, os países de acolhimento são, ou as ex-metrópoles coloniais, ou outros países afluentes. Estes países já têm muita riqueza. Parte dela tiraram-na, no passado e com prolongamentos no presente, dos enormes benefícios obtidos com a exploração colonial (casos de Portugal, Espanha, Holanda, França, Grã Bretanha, Bélgica, Alemanha...). As migrações em massa não são um fenómeno natural, de modo nenhum. São resultantes do empobrecimento das regiões de onde são oriundos estes imigrantes, resultando de guerras fomentadas e atiçadas pelas potências coloniais e neocoloniais, da exploração desenfreada das riquezas desses países, ou mesmo pelas alterações climáticas antropogénicas. Em qualquer dos casos, «a culpa» não é certamente dos povos vítimas de tais situações catastróficas.
Porém, existe outro género de emigração, cujo efeito pode ser muito pernicioso para os países de origem desses emigrantes, embora não haja tão grande visibilidade como os fluxos migratórios em massa. Refiro-me à migração «dos cérebros» isto é, de pessoas, em geral bastante jovens, que atingiram um nível elevado como estudantes e como jovens profissionais, a quem lhes é dada a oportunidade de integrarem uma entidade pública ou privada noutros países, onde terão melhores condições salariais e de carreira que no país de origem. Acontece que o país de origem é mais pobre que o país de destino, mas está a fornecer gratuitamente os melhores jovens, já formados e capazes de dar o melhor de si nas suas atividades respectivas, aos países que realmente não precisam de mais cientistas, médicos, engenheiros ou técnicos superiores. Então, estes países ricos aceitam-nos, porque assim mantêm a supremacia técnico-científica sobre os países mais fracos, além de que desenvolvem ao máximo suas potencialidades na investigação e desenvolvimento a baixo custo, visto que não precisam de subsidiar os cursos universitários ou as especializações dos imigrantes intelectuais que chegam. Eles já estão parcial ou totalmente formados.
Muitos portugueses e portuguesas jovens têm - ao longo das últimas décadas - procurado no estrangeiro o emprego e as condições de vida que não encontram na sua pátria. Esta, tem-se mostrado muito incapaz de absorver o forte desenvolvimento ao nível educativo (em todos os níveis do ensino), que é - do meu ponto de vista - uma real conquista do regime saído do 25 de Abril de 1974. As/os jovens têm obtido no presente e em percentagem bem maior do que há 30 ou 40 anos atrás, diplomas que lhes dão habilitações para um trabalho especializado, técnico e superior, com os quais estão capazes de exercer profissões diversas. Eles/elas, pela sua qualidade, esperam obter uma remuneração semelhante à dos colegas de outros países europeus. Em demasiados casos, não existem condições para fornecer emprego adequado a estes jovens. Eles são empurrados para fora do país. Com o maior desplante, um ex-primeiro ministro dum governo de centro direita, Pedro Passos Coelho, propôs há uns anos... «eles que vão para o estrangeiro, se aqui não encontram emprego».
Naturalmente, muitos jovens portugueses acabam por instalar-se definitivamente nos países de acolhimento. Aí encontram condições de trabalho compatíveis com a sua formação, aí fundam família e encontram os meios de realização pessoal e profissional que não encontraram no seu próprio país. A pátria portuguesa é madrasta para os seus melhores filhos e filhas. Mas a burocracia rançosa, que vive de cunhas e do proteccionismo político, tem aqui - em Portugal - a sua terra de eleição.
O abandono do país pelas elites verdadeiras e a investida do mesmo por pseudo elites, que são apenas a medíocre turba da política, tornam este país equivalente a um país do Terceiro Mundo, com uma agravante: O não reconhecimento do facto, leva a que seja mais difícil desencadear o processo de desenvolvimento e mobilizar vontades, sem exclusões.
Nos outros países que têm o mesmo fenómeno de «fuga de cérebros», nota-se a perpetuação do ciclo da dependência, tal como em Portugal. Esse ciclo caracteriza-se pelo não desenvolvimento autónomo, que gera a necessidade de importação de tecnologia e de peritos, assim como de capitais estrangeiros, e esta situação envolve sempre uma dependência política, dos mais fracos em relação aos mais fortes. Uma vez que o governo dum país foi capturado, de um modo ou de outro, por potência(s) estrangeira(s), a tendência é para o agravamento desta dependência e para o marasmo do sub-desenvolvimento.
segunda-feira, 11 de agosto de 2025
ESCOLHAS POÉTICAS: Mais um devaneio [OBRAS DE MANUEL BANET]
Como vivem as pessoas
São iguais a ti e a mim
Mas elas parecem movidas
Por estranhos impulsos
Movia-me num sonho
Daqueles em que a pessoa
Vive como na realidade
Onde tudo acontece
Eu falava com as pessoas
E elas respondiam-me
Naturalmente, sem mistério
O sonho, denso, parecia real
Tudo se movia no quotidiano
Nem estranho, nem encantado,
Somente a banalíssima
Vida que todos nós tecemos
Porém, algo, não sei bem o quê,
Apoderou-se do meu espírito,
Quis rasgar o véu ilusório
Daquela realidade fictícia
Ao abrir uma porta, recebi
O fôlego poderoso do espaço
E do tempo, das cores e dos sons
Dos movimentos das ondas
... Das falas entrecruzadas
Num mercado ao ar livre
Do brouhaha indistinto num café,
Do caminhar da sombra...
Senti então um imenso desgosto
Como se tivesse abandonado
O verdadeiro mundo
Como se ele não fosse sonhado
Durante algum tempo senti
Nostalgia dos meus devaneios
Mas, por fim fiquei em paz
Com o mundo e o meu ser:
Tudo o que existe é sonho
Sonhado. Podemos dele sair
Para logo entrar noutro.
A realidade é um efeito
Ela tem o poder da ilusão
Tudo o que se vê acordado
É uma representação
Nada mais, um teatro
Se nos conformamos
Com o nosso papel,
Seremos bons atores
Na peça chamada Universo
domingo, 10 de agosto de 2025
CRÓNICA DA IIIª GUERRA MUNDIAL ( Nº 47) "GIVE PEACE A CHANCE "
Na terceira Guerra Mundial em curso, os acontecimentos sucedem-se, muitos deles imprevisíveis, pontuados por crises paroxísticas em que parece que caminhamos para uma Guerra Nuclear, embora hoje surjam esperanças de um início de resolução da guerra OTAN- Rússia no solo ucraniano.
A resolução da situação de guerra mundial disseminada só pode - a meu ver - desenvolver- se em duas direcções totalmente opostas:
- A escalada contínua de guerras por "proxi"( *por procuração), que desemboca num confronto direto entre superpotências nucleares. Nesta eventualidade , a destruição atingirá, com certeza, toda a civilização , sendo também possível que ocorra a extinção da espécie humana, diretamente e também pela irreversível destruição dos habitats que sustentam a nossa vida.
- Uma espécie de "Yalta" II , sem vencedores nem vencidos, mas com a) o reconhecimento pleno de uma legalidade internacional b) a legitimidade de todos os países terem segurança e de serem implementadas medidas para se obter ou reforçar essa segurança c) um vigoroso esforço coletivo para o eficaz banimento do fabrico , estocagem e utilização destas Armas de Destruição em Massa, nas quais se incluem as nucleares, as armas mais mortíferas e de efeitos indiscriminados que - pela sua própria existência - constituem um crime e uma ameaça para toda a humanidade.
O melhor que se pode esperar da cimeira EUA/RÚSSIA, será que o primeiro caminho acima apontado seja obstacularizado de modo eficiente, tornando viável a posterior caminhada (longa, necessariamente) pela outra alternativa, para se atingir uma nova ordem mundial menos injusta e perigosa para os povos.
Embora o terminar do derramamento de sangue - inútil e cruel - nos campos de batalha da Ucrânia me pareça o mais urgente e humanitário resultado que se possa desejar da cimeira , a Paz não está "ao virar da esquina". A resolução do conflito territorial e relativo à adesão da Ucrânia à OTAN, será um passo muito importante, talvez chave para a resolução de muitos outros. Porém, uma paz verdadeira (universal, duradoira e justa) tem ainda muito caminho a percorrer. Será, certamente, necessário um esforço coletivo de todas as forças de paz e de progresso para derrotarem os que, na arena internacional e dentro de cada país, atiçam as rivalidades, os fanatismos, os ódios imbecis de humanos de certas culturas contra os de outras. Esta última tarefa , cada um de nós pode - certamente - dar o seu contributo no seu respectivo país, no seu meio social, familiar e de trabalho. Temos todos responsabilidade em aumentar as probabilidades para a Paz!
sábado, 9 de agosto de 2025
sexta-feira, 8 de agosto de 2025
quinta-feira, 7 de agosto de 2025
EU NUNCA PERCEBI GRANDE COISA DE CARROS, MAS...
Aqui vos deixo com notícias inéditas, sobre carros, por um especialista que - parece - estar ao corrente dos últimos desenvolvimentos da indústria automóvel, em particular, com origem na China.
terça-feira, 5 de agosto de 2025
segunda-feira, 4 de agosto de 2025
TARIFAS VÊM AÍ...
sábado, 2 de agosto de 2025
sexta-feira, 1 de agosto de 2025
A MORTE DE JEFFREY EPSTEIN NÃO IMPEDIU A REVELAÇÃO DOS CRIMES SEXUAIS DOS PODEROSOS
Neste país - os Estados Unidos da América- corroído por inúmeros atropelos à legalidade e um grau de brutalidade criminosa único, e que faz (ou incita seus aliados a fazerem) as guerras mais crueís desde o fim da IIª Guerra Mundial, denota-se um puritanismo hipócrita. As pessoas fiquam muito escandalizadas pela conduta sexual da classe política, mas são indiferentes, quando não aprovadoras, numa parte do público, perante os crimes de agressão militar e de conivência com o genocídio em relação aos palestinianos, em Gaza, no presente e no passado.
Não quero com isto afirmar que os referidos crimes sexuais não sejam graves. São-no de facto, além de brutais e repelentes. Quero antes sublinhar que o comportamento destes predadores sexuais e o encobrimento destes pelo sistema, estão em coerência com a total indiferença ao sofrimento humano, causado globalmente pelas suas políticas.
Oxalá, que a revelação completa do caso Jeffry Epstein/ Ghislaine Maxwell e dos escândalos e crimes continuados associados, sirva para acordar as pessoas: Que lhes permita descolar da ideia de que os líderes são essencialmente bons e que desejam o bem do seu povo.
- Abaixo, transcrevo uma pequena parte do artigo
- The Untouchables: The Sexual Predators Within America’s Power Elite
- por John & Nisha Whitehead
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- Epstein encaminhava os seus amigos para o seu jacto privado, com alcunha de "Lolita Express” do título de um romance de Nabokov, devido à presença do que aparentava serem moças não adultas a bordo.
- Tanto Bill Clinton como Donald Trump contavam-se entre os amigos de Epstein.
- Tanto Clinton como Trump foram, em dadas ocasiões, passageiros do Lolita Express.
- Tanto Clinton como Trump são conhecidos como mulherengos, que foram acusados de conduta sexual inapropriada num número significativo de mulheres ao longo dos anos. De facto, o Rutherford Institute representou Paula Jones no seu processo de assédio sexual contra o então Presidente Clinton— um caso que ajudou a expor até que ponto o establishment político pode ir para encobrir os seus membros.
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