Na sequência do artigo sobre Carlos Seixas, decidi publicar este breve comentário, sabendo que seria necessário aprofundar muito mais sobre os compositores abaixo citados, sobre as suas características próprias e sobre a sua época. Quero apenas assinalar o interesse deste património que se salvou, tanto do Terramoto de 1755, como das incúrias do tempo e da devastação causada pelos homens. É preciso ter em conta as invasões francesas no início do século XIX e a guerra civil que envolveu liberais e miguelistas, no início da década de1830.
Muitas obras se perderam, com certeza, pelo que nunca poderemos ter uma amostragem realmente representativa das obras dos compositores abaixo mencionados.
Uma fração deste património encontra-se no Brasil, ou em bibliotecas de vários países europeus.
Francisco António de Almeida
Oratória «La Giuditta» - Aria "Sento Che Dice Al Cor":
https://www.youtube.com/watch?v=P4KWuIAh5TM
Francisco António de Almeida foi um dos bolseiros enviados para estudar música em Roma, no reinado de João V. Apesar dele ter sido nomeado organista da Capela Real e da Sé Patriarcal, aquando do seu regresso a Portugal em 1726 e de ter sido professor de cravo da infanta Dona Bárbara (tal como Domenico Scarlatti), não lhe são conhecidas obras para órgão ou cravo.
Suas obras religiosas vocais e óperas são conhecidas, gravadas e executadas em concerto
.
Francisco Xavier Baptista
Francisco Xavier Baptista compositor de sonatas para tecla, no final do século XVIII, muito ao gosto «rococó», que tanto podem ser executadas no cravo como no forte-piano. É interessante comparar as sonatas de Francisco Xavier Baptista com as de Carlos Seixas: No meio-século que medeia entre elas, há continuidade; Carlos Seixas foi bem conhecido dos músicos da segunda metade do século XVIII.
João de Souza Carvalho
João Souza Carvalho: Abertura de «l'Amore Industrioso»
É este compositor considerado o mais importante da segunda metade do Séc. XVIII (1745-1798). As suas obras para cravo (ou pianoforte) assim como as suas óperas são frequentemente executadas em concertos e têm sido gravadas em discos.
João de Souza Carvalho: Sonata em Fá Maior - Allegro
Tem surgido muita informação sobre a música que se fazia no Brasil, mormente na corte de D. João VI (que, como sabemos, não queria voltar a Portugal depois do fim das guerras napoleónicas). Podem ouvir-se alguns exemplos no link seguinte:
ResponderEliminarhttps://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2019/04/musica-para-tecla-portugal-e-brasil-sec.html