O pincel desloca-se suavemente sobre o papel branco
Recolhe mais tinta no tinteiro; aplica curtos traços
Nos intervalos brancos do papel; surge uma figura
Uma paisagem, um céu que se destacam do fundo
Como se sempre lá estivessem, mas invisíveis
Esta arte de pintar é toda em subtileza
A mais ambiciosa, na modéstia dos meios usados
Não admira que vejam nela meditação profunda.
Os esfumados que nos dão a espessura, os vazios
Que se enchem de luz, as linhas apenas sugeridas,
Os relevos de corpos gráceis ou pesados
As humanas formigas que descem a colina
Encosta abaixo, até aos telhados de colmo
Arte pensada, imaginada, antes de executada
Toda ela tensão entre o interior e o exterior
Poesia realista e onírica que mais aprecio
Mas que nunca alcançarei!
21 poemas publicados neste blog em 2024, estão copiados no seguinte endereço: https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/p/opus-vol-iii.html
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