Mas... Gostaria de vos apresentar algumas realidades:
- Quando alguém vos quer arrastar pela ilusão, nunca vai dizer quais os verdadeiros poderes e atributos da assembleia parlamentar para a qual precisam do vosso voto.
- A fraude começa por não discutirem propostas de lei, "diretivas" da U.E., pois teriam de confessar que a entidade que realmente faz as propostas e quem tem capacidade para as implementar, é a Comissão Europeia, um órgão não -eleito.
- Para atrair o voto, vão portanto apelar a sentimentos, nomeadamente o medo, o ódio, a cobiça, pouco importa que as "medidas" preconizadas tenham alguma exequibilidade, o apelo é 100% dirigido às emoções dos eleitores. Não têm a honestidade de dizer que não têm soluções exequíveis e que a assembleia carece de qualquer poder de as implementar.
- Na verdade, surge como óbvio, para qualquer observador sereno, que todos os discursos são vazios, tendo como ponto de partida e de chegada a desresponsabilização do eleitor. Dizer isto, equivale a dizer que apelar ao voto neste ou naquele candidato, é infantilizar o eleitor. O eleitor, em geral, não se apercebe disso. A maioria nunca terá participado alguma vez na sua vida, em assembleias realmente democráticas, onde suas opiniões e vontade contam, de facto.
- A corrupção institucional tudo domina; não estou a falar de atos imorais ou ilícitos do deputado X ou da deputada Y, ou Z ! Mas, da própria arquitetura do poder, destinada a retirar qualquer capacidade efetiva aos eleitores em fazerem valer sua vontade. Entrar em conluio com isto, é diferente de pragmatismo. É participar, diga-se o que se disser, na monstruosa encenação, destinada a obter submissão (o falso consentimento) e legitimar a ditadura "deslizante", que vai - aos poucos - anular as réstias de democracia nas nações.
- Com efeito, a legislação, automaticamente aprovada pelos parlamentos nacionais e vertida para as leis internas de cada nação europeia provém da Comissão Europeia, a 70% em média, quer diretamente, quer tenha antes passado pelo "parlamento" europeu.
- Passadas duas décadas sobre a rejeição da "constituição" (pelos eleitores holandeses e franceses) e imposição do Tratado de Lisboa a todas as cidadanias do espaço UE, sem que elas pudessem sequer referendar esse tratado, a coesão europeia não existe: Não há sentimento de "comunidade europeia", as pessoas continuam a sentir-se nacionais dos seus países de origem. Não se apresentam forças políticas, de um extremo ao outro do espectro político, com candidaturas ao nível europeu, embora isso fosse possível: Podem formar-se listas abrangendo vários países. Mas isso não ocorre ou, se ocorreu, teve uma expressão quase nula.
- A democracia pode ser vista de modos muito diversos. Mas tem de se basear na existência dum sentimento de pertença a uma comunidade nacional, mesmo que exista diversidade étnica, maior ou menor, na sua cidadania. Só a partir da aceitação comum e recíproca destes factos, é possível desenvolver um diálogo político com consequências, ou seja, que se traduza em leis e medidas, consensuais ou maioritariamente aceites.
- Não pretendo influir na vossa posição, no sentido de votarem ou de se absterem, em relação às próximas eleições europeias. Espero apenas que os pontos acima estimulem a curiosidade e a vossa reflexão.
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PS1: Consultar, a propósito da UE e do parlamento europeu o meu artigo de Maio de 2019
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