Um tiro no escuro...
E o que restou desse tiro?
Estalido, ruído, tremor, temor?
Quando se alumiou a cena, o que ficou?
- Pois uma estranha peça de caça
Carcaça que estava congelada
E logo se desembaraçou do gelo
Mas sem miolos, feitos em papa
Ergueu-se à custa dos músculos
E quis esmagar tudo e todos
Mas, acabará em desaire
Inconsciente do que faz!
Deixá-lo! Já basta de bestas
Esta vai dar muitos socos
No vazio, coices nas paredes
Urrando ferozes ameaças
Mas, nós ficamos a olhar
Sem intervir, certos que ela
Desmiolada vai esgotar
As forças sem proveito
E que assim seja:
Que esmurre o vazio
Pois acabará por soçobrar
Ante seu próprio peso!
Deixá-lo! Já basta de bestas
Que nos atormentam
É tempo de regressar
À paz, à vida, sem mais dor
Sem comentários:
Enviar um comentário
Todos os comentários são bem vindos que vierem por bem