Quase póstumo
Ainda assim querendo ser
Ingénuo outra vez nascer
Em segredo olhando
Crepúsculos de madrugada
E ventos cantando
ao ouvido aquela
Canção antiga
Não sei a letra
Mas fala de sereias
E de sementes
Reminiscências
De quando fui
Noturno corujando
Em diálogo com
Filtradores de orvalho
Mas não era eu
Afinal, tempo sonhado
Ou vida imaginada
Se foi tudo um filme
Não sei, podia sê-lo
Ser outra história
Às vezes cómica
Ou triste
Ou irónica
Ou trágica
Ou banal
E tudo...
O cintilar de prata à superfície do rio que flui para o mar
É efémero; eu sei
Mas o olhar, esse, é eterno
Se te concentrares e fixares
O instante como eternidade
Como universo parando para deixar
O instante ser na sua plenitude
Sem nada que o estorve
Sem outro modo de ser
Senão o ser em si mesmo
Compreenda isto quem puder
Vamos remando num universo sem limites
Mas cíclico e nossa insignificância
É eternidade
O ser é eterno deixa a sua marca
Não desaparece, transforma-se
Entenda isto quem puder
Eu apenas reflito o saber
Como o espelho reflete a luz
Nada misterioso, o espelho
https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/p/poesias-de-manuel-banet-desde-2022.html
ResponderEliminarNo link acima estão os poemas transcritos desde 2022, até hoje.