Blinken (secretário de Estado, dos EUA) e Xi Jin Pin (presidente da China) em conversações ontem, em Pequim
O excelente blog «Moon of Alabama» acaba de publicar um artigo de alcance histórico, se as análises relativas ao conflito Russo-Ucraniano e Sino-Americano (a propósito de Taiwan) se revelarem corretas.
https://www.moonofalabama.org/2023/06/us-admits-defeat-in-war-on-russia-and-china.html
Estes dois pontos centrais da política de Washington, nestes últimos anos, foram o «canto do cisne» da doutrina Wolfowitz , a qual imperou na estratégia político militar dos EUA e que - em substância - declarava que os EUA como nação «triunfadora» da Guerra Fria, não deveria permitir que qualquer potência viesse a igualar os EUA, nos domínios decisivos para uma hegemonia mundial (os campos económico, militar, tecnológico ou diplomático), advogando que tais ameaças deveriam ser combatidas energicamente, se necessário, pela força das armas.
A doutrina supra citada foi - desde 1999 - a inspiração para uma série de aventuras militares com o objetivo de manterem a hegemonia US inquestionada. Os conflitos em que os EUA se envolveram ou criaram, correspondem porém, a outros tantos fiascos, não podendo ser considerado «sucesso» terem transformado países viáveis e alguns com nível de vida relativamente elevado, em escombros, em não-estados, em zonas de poderes regionais que se guerreiam, etc.
O grande despertar dos países não-ocidentais deu-se com a guerra na Ucrânia e com a constatação de que os EUA e os seus aliados da OTAN não conseguiam vencer, perante uma potência como a Rússia, com um nível elevado de sofisticação no armamento, mas com muitas fragilidades ao nível económico e social. Isto desencadeou o não-alinhamento de países de diversos continentes, que tinham interesse em continuar a comerciar com a Rússia e não viam nenhuma garantia de apoio ao desenvolvimento, do lado das ex-potências coloniais. Os países que colonizaram países de África e doutros continentes, eram todos membros da OTAN. Eles tinham sido, nos anos mais recentes, os «senhores neocoloniais», tal como os EUA, que punham e dispunham de governos em África e - através do FMI e doutras agências - submetiam economicamente os referidos países ex-colónias, à escravatura da dívida.
Se o artigo acima referido estiver correto, pode-se dizer que os americanos acabaram por se render à evidência, de que as políticas internacionais por eles desenhadas e executadas nos últimos 25 anos, tinham sido prejudiciais para o poderio dos EUA. Isto é um princípio de bom-senso mas, é só o primeiro passo.
Nunca vi os EUA ou seus representantes máximos pedirem desculpa pelas atrocidades e genocídios que realizaram ao longo da sua história. Desde a era pré- independência, com a escravatura em massa e o genocídio das nações nativas da América do Norte, até às brutais intervenções do século 21, que põem os EUA (e seus aliados) de par com a barbárie nazi durante a guerra de 39-45.
Eu fico tanto mais triste com o desenvolvimento que tomaram os EUA nos últimos decénios, quanto é evidente que nada do que aconteceu foi uma fatalidade. Foi uma deliberada sucessão de agressões contra outros povos e nações, contra os quais eles não podiam seriamente argumentar com a justificação dum perigo existencial para o próprio povo e para o Estado dos EUA.
PS: Mal Blinken regressou, Joe Binden sabotou todos os resultados obtidos por seu secretário de Estado, com declarações ofensivas e insultuosas sobre Xi Jin Pin. Leia aqui:
https://www.moonofalabama.org/2023/06/and-then-biden-blew-it-.html#more
O absurdo (e criminalidade) da «lógica» belicista dos neocons que são os reais decisores das políticas externa e de defesa americana:
ResponderEliminarhttps://www.youtube.com/watch?v=WjPnrzyqDXM
Os neocons não poderão, no longo prazo impedir, que se dê uma ligação produtiva, mutuamente vantajosas, com a China. Veja o documentário, aborda também os aspetos negativos:
ResponderEliminarhttps://www.youtube.com/watch?v=Ff0XY-ZGt58